A reforma do Ensino Médio

Estudantes e profissionais da educação comentam a decisão tomada pelo Governo Federal

Alan Ferreira
Portal Vertentes
2 min readSep 11, 2017

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(Foto: Reprodução / Google)

Foi aprovada pelo Congresso em fevereiro de 2017, após ter sido apresentada como Medida Provisória em setembro do ano passado, a reforma do Ensino Médio, que tem como proposta a inovação, progresso e melhorias na educação brasileira.

O formato atual do Ensino Médio está em vigor desde 1996 e contém 13 disciplinas obrigatórias que oferecem base para o Enem. O novo modelo tem como principal mudança a divisão do currículo em duas partes, sendo 60% para disciplinas comuns a todos e 40% para o aprofundamento de conhecimentos em uma área de interesse que pode ser a de linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou formação técnica. Além disso, houve um aumento da carga horária anual de 800 horas para 1.400 horas.

A professora de Matemática da rede pública, Carolina Soares, 26, comenta sobre a adaptação das escolas públicas ao receber esse novo modelo. “No Brasil, principalmente aqui em Minas Gerais, temos muitas escolas públicas de Ensino Médio e essa mudança será muito complicada. Nem todas as escolas conseguirão ofertar todas as áreas de interesse para o aluno, principalmente, a técnica, e isso pode prejudicá-lo. É preciso uma reforma física, além de um profissional da Psicologia para acompanhar o aluno na escolha da sua área de interesse”, conclui a professora.

Para Rodrigo Costa, 55, diretor de colégio particular, a proposta é interessante, mas ainda faltam alguns ajustes. “A proposta é interessante e é possível implementá-la no nosso colégio. O problema foi a proposta da reforma que, por meio de uma medida provisória, limitou o tempo de discussões às autoridades educacionais e às entidades de professores”, afirma o diretor.

A estudante Mariane Melo possui apenas 15 anos e entrará no Ensino Médio em 2018. Para ela, a insegurança em relação às mudanças adotadas pelo governo permanece. “Tenho medo de sair prejudicada na escolha da área do meu interesse porque o Enem e os vestibulares cobram todos os conteúdos”, destaca.

As inovações para introduzir o novo modelo podem demorar algum tempo para serem adotadas por completo. As mudanças podem começar a dar resultados a partir do ano de 2019 e a parte formativa da Base Nacional Curricular Comum (BNCC) será oferecida de acordo com a capacidade de cada escola. De acordo com o professor de História da rede particular de ensino, Tadeu Bicalho, 35, essa mudança não será acessível a todos os estudantes. “Alunos das escolas públicas e das periferias das capitais, por exemplo, podem não ter o auxílio devido na escola com essa nova mudança”, problematiza. Diante dessas mudanças em curso, o que resta é aguardar.

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