Catar rebate acusações de apoio a grupos terroristas
A visita do presidente Donald Trump aumentou a discussão, enquanto o país alega que a polêmica foi gerada por interesses comerciais
No último dia 5 de junho, a Arábia Saudita,os Emirados Árabes, o Egito, Bahrein e Iêmen romperam relações diplomáticas com o Catar, fechando suas fronteiras terrestres e marítimas, e impondo restrições aéreas ao país. A justificativa seria a o apoio do Catar a grupos extremistas.
A polêmica teve início após agências de notícias atribuírem ao emir Tamim bin citações onde o Hamas era colocado como “o representante legítimo do povo palestiniano”, e o Irã seria “a grande potência estabilizadora da região”. O questionamento sobre o incentivo do Catar ao terrorismo foi levantado em todo o mundo. Para entender melhor o contexto dessa crise política é necessário estar atento a alguns detalhes.
O Catar é um pequeno país árabe de política absolutista e hereditária, vizinho da Arábia Saudita e do Golfo Pérsico. Ele é comandado desde 1995 pelo emir Hamad bin Khalifa Al Thani e é um dos estados mais ricos da região, o que se deve ao comércio de petróleo e gás natural. Com a primeira Guerra do Golfo se tornou aliado político dos EUA. Em 1990, após a invasão do Iraque no Kuwait, os EUA, Egito e a Síria fizeram uma aliança declarando guerra contra os iraquianos. Nesse período, os americanos fixaram uma base militar na Arábia Saudita, o que causou a revolta dos líderes terroristas.
Ao que parece, a afirmação de que o Catar estaria ao lado de grupos extremistas é contraditória, já que o país sempre se posicionou contrário a tais ideias. Entretanto, após a visita do presidente americano Donald Trump ao Oriente Médio, a acusação ganhou destaque e foi fomentada pelo político.
“Durante minha recente viagem para o Oriente Médio eu disse que lá não poderia mais ter o financiamento da ideologia radical. Líderes apontaram para o Catar. Extremistas, e toda referência estavam apontando para o Catar. Possivelmente esse seja o começo para o fim do terrorismo!”, escreveu Trump em seu Twitter.
Em pronunciamento sobre a questão, o Catar nega que tenha qualquer relação com grupos extremistas, e que tal situação esconde interesses comerciais.
