Divinopolitano pagará R$505 mil por flexibilização da nova prefeitura
Prefeitura alega que o valor é justificável e trará benefícios para a população
Lethícia Monteiro e Lucas Bob
A nova sede da Prefeitura de Divinópolis foi inaugurada no dia 15 de Dezembro de 2016. Porém, as ocupações para o novo edifício, localizado na Rua Paraná, no bairro Belvedere, começaram já no dia 12 de Novembro. Antes da construção do novo centro administrativo, aqueles que precisassem de serviços da prefeitura deveriam ir até o prédio da Rua Pernambuco, onde funcionavam todos os departamentos da cidade. De lá para cá, o centro administrativo vem funcionando a passos lentos.
O projeto foi concluído em meio à gestão do ex-prefeito Vladimir Azevedo. De acordo com a Prefeitura, foram investidos R$20 milhões para a construção do prédio, que possui mais de sete mil metros quadrados, com cinco pavimentos. Até agora, somente alguns setores estão funcionando no novo endereço: a Diretoria de Comunicação, Secretaria Municipal de Governo e Assessoria Especial de Governo, incluindo os gabinetes do prefeito e do vice. Com isso, Divinópolis têm atualmente duas prefeituras em funcionamento.
De acordo com as informações presentes no site da prefeitura, o edifício da Rua Pernambuco gerava aos cofres do município um custo mensal de R$100 mil. Com a mudança de algumas secretarias para o novo local, esse valor cairia para R$79,9 mil, mas, a prefeitura afirma que foram feitas outras negociações e o valor final chegou a R$42,1 mil. Em um prazo de 12 meses, o aluguel do local somava um total de mais de R$1 milhão, após as negociações, caiu para R$505,8 mil.
Essas informações, todavia, não encontram eco entre os cidadãos. A divinopolitana Samara Nathália, balconista e estudante de Jornalismo, diz estar sempre engajada em assuntos políticos, participando de reuniões na Câmara de Vereadores e cobra junto aos outros moradores satisfações da Prefeitura. Para ela, em tempo de calamidade financeira, a inauguração da nova prefeitura é uma vergonha. “A obra está inacabada e no outro endereço mais da metade das salas ainda funcionam. Se o propósito era eliminar o aluguel, qual o objetivo de duas prefeituras em funcionamento?”
O que se questiona nessa mudança é se o gasto de R$20 milhões justifica a manutenção de duas sedes do executivo municipal e, consequentemente, dois custos de manutenção e, no caso da prédio antigo da Prefeitura (que afinal não é antigo), também do aluguel: não há aí no mínimo um planejamento inadequado, com prejuízo para o Município?
Procurada a Assessoria de imprensa da Prefeitura alega que, ao manter alguns setores, há uma flexibilização para os moradores, pois no antigo endereço estão os setores mais procurados pela população.
