O uso de “fake news” como estratégia política

As notícias e informações enganosas tem sido arma de políticos contra opositores e confundem os internautas que recebem o conteúdo

Regiane Borges
Portal Vertentes
2 min readJul 10, 2017

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(Imagem: PixaBay)

Tudo o que antes era veiculado apenas pelos sistemas tradicionais de comunicação como rádio, TV, jornais e revistas, passa a ter cada vez mais a internet como meio rápido para divulgação de informações. Tamanha agilidade tem seus pontos positivos, porém, a facilidade em se publicar conteúdo aumentou também o número de notícias com credibilidade duvidosa. Nesse sentido, o uso constante das redes sociais propiciou uma maior propagação das denominadas “fake news”.

Segundo a pesquisadora da Universidade de Wisconsin, Dominique Brossard, o termo não se refere apenas às noticiais mentirosas, mas sim toda informação que almeja ganhar ou enganar o público, podendo esconder algum interesse monetário e/ou político. A partir daí, muitos políticos passaram a usar a expressão “fake news” para atacar partidos de oposição como sendo detentores de falácia enganosa.

Mahmoud Hussain ( Imagem: Al Jazera)

Exemplo disso ocorreu na crise do Catar, após uma agência de notícias ter atribuído ao emir Tamim bin citações de apoio a grupos terroristas. Ao se pronunciar sobre a notícia, o Governo de Doha disse que elas eram falsas, injustificáveis e sem fatos. Há também o caso de Mahmoud Hussain, da emissora Al Jazera, detido por 45 dias em Dezembro de 2016, acusado pelo Egito de espalhar notícias falsas e ameaçar a segurança.

Veja alguns exemplos das notícias falsas de cunho político retiradas da internet:

“O juiz Sergio Moro é filiado ao PSDB”;

“Hillary Clinton participa de seitas satanistas”;

“Presidente do Banco Mundial critica governo de Temer”;

“Lula ameaça Sérgio Moro de morte”.

Mas é possível evitar as notícias falsas?

Pensando em uma resposta, no dia 28 de junho, o Google divulgou algumas mudanças em sua plataforma destinada a notícias, o Google News. Foi incluído o chamado fact-checking , que de acordo com o diretor Anand Park, tem o intuito de dar mais destaque às checagens.

Antes disso, em janeiro, o Facebook criou o “Projeto Jornalismo”. Ciente que sua rede social contribui e muito para disseminação de informações enganosas, Mark Zuquerberg realizou parcerias com os profissionais da mídia a fim de “assegurar um ecossistema saudável de notícias”.

Mas caso o leitor procure algo além dessas ferramentas, incluídas exclusivamente para utilização dos meios citados, pode recorrer também ao site “Lupa”, uma agência fundada em novembro de 2015, criada para checar “de forma sistemática e contínua, o grau de veracidade das informações que circulam pelo país”.

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