Dia Internacional de Prevenção da Camada de Ozônio: muito protetor solar e disposição para conscientizar a população

Carolina Tribst
Portfólio Carolina Tribst
3 min readSep 17, 2019

A camada de ozônio, proteção da Terra dos raios ultravioletas do Sol, nunca esteve tão fina e, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a cada 1% de diminuição da camada, são registrados 50 mil novos casos de câncer de pele.

Este filtro é fundamental para a manutenção da vida no planeta e, sem ele, os raios ultravioletas perigosos poderiam destruir todas as formas de vida aqui presente. Embora o gás tenha a capacidade de absorver a maior parte dessa radiação, uma pequena fração dos raios com comprimentos de onda menores acabam atingindo a superfície da Terra, podendo penetrar na pele e causar queimaduras, além de provocar o câncer de pele, patologia que mata milhares de pessoas por ano em todo o mundo.

A professora de Demartologia da USP e da UMC e titular na Academia de Medicina de São Paulo, Leontina C. Margarido, explica que a diminuição da concentração de Ozônio (O3) pode provocar, além do câncer, diversos outros impactos. “No ser humano pode ocorrer o envelhecimento precoce, pois as fibras elásticas e colágenas da pele se degeneram, mutação genética e problemas no sistema imunológico, favorecendo outras doenças como, por exemplo, a herpes”, explica a dermatologista.

Os principais e mais frequentes tipos de câncer cutâneo desencadeados pela luz solar são o Carcinoma Basocelular (CBC) que ocorrem, na maioria das vezes, nas áreas descobertas do corpo, o Carcinoma Espino Celular (CEC), evolução de uma queratose solar não tratada, e o Melanoma Maligno, originado nas células produtoras de melanina e mais frequente em pessoas brancas. “Pessoas de pele e olhos claros são mais susceptíveis ao câncer de pele e indivíduos mais velhos têm mais propensão a apresentar carcinomas, de certo, pelo efeito cumulativo do sol”, comentou.

A dermatologista também explicou que o aparecimento de espaçamento na pele com crescimento, erosão, sangramento, lenta cicatrização e que tem mais de uma coloração pode ser sinal de câncer de pele e deve ser avaliada por um especialista. Já os carcinomas CBC ou CEC caracterizam-se como nódulos ou feridas que não cicatrizam.

A melanina, pigmento natural da pele, presente em maior quantidade nos negros, bloqueia e protege dos raios ultravioletas, evitando que eles atinjam o DNA do núcleo da célula. Porém, segundo Leontina, a pele negra também tem riscos de apresentar o câncer. “A pessoa com mais melanina está suscetível a todos os tipos de câncer existentes e tem maior tendência a desenvolver o melanoma acral, que se manifesta nas palmas das mãos e plantas dos pés, de forma agressiva e com crescimento rápido”.

Em 1987, diversos países assinaram o Protocolo de Montreal, no qual se comprometeram a erradicar o uso de substâncias que provocassem algum dano à Camada de Ozônio e a implantar uma série de medidas para proteção dessa importante camada da atmosfera.

Assim, o dia 16 de setembro marca o dia Mundial de Prevenção da Camada de Ozônio, uma campanha para, além de conscientizar a população a adotar medidas para evitar que está seja destruída ou diminuída, ensinar as principais medidas para evitar os efeitos da radiação ultravioleta nos seres humanos. A professora Leontina sugere evitar a exposição ao Sol, principalmente no período entre 10 e 16 horas, utilizar protetor solar durante o dia, óculos, chapéus, guarda-sóis e evitar o bronzeamento.

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Carolina Tribst
Portfólio Carolina Tribst

Jornalista, formada na PUC São Paulo, apaixonada pela profissão que escolhi