Ode ao Vagante

Jhonatas Elyel
Os Arquivos Jota
Published in
1 min readMar 19, 2022

Eu vim do passado,
Distante e turvo.
Eu caminho no presente,
Inconstante e inseguro.
Sem esperança no futuro.

Como as folhas caem no outono
E o gélido hálito corta o rosto,
Assim eu vago
Todos os meses do ano.

Semblante suave,
Sorriso singelo,
Como as flores da primavera,
Que ainda se apegam ao frio do inverno.

Vagando eu vou,
Sem espaço no mundo,
Num mundo sem amor,
De moral, moribundo.

As estrelas acalentam,
Longínquas e intocáveis,
A alma que peregrina sem corpo,
Presa em dimensões miseráveis.

De onde só pode desejar
Estrela cálida se tornar,
Brilhando com a luz do passado.

E no vazio vagar,
Como vaga na Terra
Na Terra que não chama de lar.

Triste é a sina do andarilho?
Que paira sobre as águas,
À face do abismo

E por que não pula?
Porque quando o olhamos demais,
De volta nos olham as profundezas abissais.

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Jhonatas Elyel
Os Arquivos Jota

PT: Escritor e historiador 🕰👨🏻‍💻 ENG: Writer and historian 👨🏻‍🏫⏳