Sou o que Sou
De meu espírito achei a desordem sagrada
E ao mesmo tempo profana!
Ora sútil e culta dama,
Meretriz safada,
Em seguida eremita insana!
Velha carcomida,
Cansada e assombrosa,
Em seguida criança
De tudo carente e medrosa.
Quem sou? Não sei.
Lei dos homens,
Dos homens Rei!
O que me tornarei quando crescer?
Grande!
É o que quero ser!
Para isso é preciso ser produtivo,
Correr do Tempo,
Ser criativo!,
Sorrir, obedecer, ser amável,
Levar uma vidinha miserável!
Creio que estou no Inferno, logo estou!
O que deixei de ser quando cresci?
Não sei,
Sei que sofri.
Como lapidado diamante,
Que carrega cada marca violenta
E mesmo assim segue brilhante.
E brilhando sigo.
Às vezes pode não parecer,
Mas depois de tudo, sósei que sigo!