Quais são os desafios para o investimento de impacto?
No primeiro texto, entendi o que é o investimento de impacto. Parece simples. É fácil definir os objetivos desse tipo de investimento e depois medir o impacto dele?
Não. Um dos principais desafios é justamente a falta de padrões universais para medir e informar os resultados sociais e ambientais.
Quer dizer que não existe nenhum parâmetro?
Existem sim diversas maneiras de medir os impactos. Mas ainda faltam métodos que consigam traduzir os resultados de uma maneira relativamente “universal”, tanto em comparação com os investimentos tradicionais, quanto entre os investimentos de impacto.
Por que isso é importante?
Porque, em primeiro lugar, para convencer os investidores a aplicarem seu dinheiro em um determinado projeto ou negócio, é preciso deixar claro para todos qual é a diferença que aquela iniciativa fará no mundo. Uma boa maneira de entender essa ideia é fazendo a seguinte pergunta: o que pode acontecer no mundo se essa empresa não existisse? Ou seja, o benefício social e/ou ambiental precisa estar muito claro.
Os investidores realmente se importam com isso? Não querem só ajudar?
Sim, se importam muito! É preciso mostrar para eles que seu dinheiro não só vai gerar retorno, como também vai fazer a diferença no mundo. Eles precisam ver isso de maneira muito clara para que se mantenham engajados durante todo o processo.
É possível criar medidas para saber qual é o impacto?
É muito difícil, mas possível. Já que não adianta apenas gerar algo positivo no mundo, é essencial buscar métodos científicos (se possível) de gerar dados e demonstrar que uma externalidade positiva foi mesmo gerada. Tais informações devem ter o mesmo tratamento dado aos investimentos convencionais: devem ser claras, compreensíveis e passíveis de auditoria. Mas isso pode ser um grande desafio. Muitas vezes, os “resultados” de um investimento de impacto social pode levar anos para se concretizar.
Existem métodos para mensurar os resultados sociais e ambientais?
A GIIN (Global Impact Investing Network) tem uma ferramenta chamada IRIS, composta por métricas usadas para avaliar os dados e medir o sucesso. O BLab tem um índice chamado GIIRS.
Então, o problema está resolvido! É só usar essas ferramentas!
Não exatamente. Embora elas sejam úteis, os dois métodos não servem para todo tipo de empresa e iniciativa. Por conta disso, os investidores acabam criando métodos próprios de avaliação, adequados a cada caso específico.
FONTES:
Este conteúdo é uma parceria Positive Ventures e Me Explica?.
Escrito por Diogo A. Rodriguez: jornalista e cientista social; criador do primeiro veículo de jornalismo explicativo do Brasil, o Me Explica? (www.meexplica.com).