Bastion

05/04 — 17/04

Pedro Cabianca
Post Luden
5 min readMay 30, 2018

--

Por mais que não seja lembrado da mesma forma, Bastion é um dos representantes do início da era de jogos independentes que dura até hoje, ao lado de Braid, Limbo, Super Meat Boy, Fez, entre outros.

O RPG de ação tem visão isométrica (uma câmera vista quase de cima, mas meio inclinada), cores vivas e belíssimas, um protagonista pouco expressivo, e uma trilha sonora espetacular.

O primeiro jogo da desenvolvedora Supergiant Games foi publicado pela Warner Bros. Interactive Entertainment, e lançado em 2011 para Xbox 360; depois recebeu versões para PlayStation 3, PlayStation 4, computadores e dispositivos iOS. Com o preço normal de R$27,99, eu o comprei por R$6,99 em uma promoção. Imagino que, nas ofertas sazonais, ele possa ser encontrado por preço parecido ainda hoje.

Análise fresca

Que vontade de voltar JÁ para este jogo. Vamos lá, chequei aqui e eu tinha comprado ele em 2014 numa Summer Sale e já tinha começado ele outras duas vezes. Incrivelmente ele nunca tinha me prendido… até este ano.
É difícil falar, agora, de Bastion para mim como um todo. A trilha realmente me pegou. Imaginei alguém no meu quarto tocando violão de forma nervosa em diversos momentos enquanto eu jogava. Build that wall está constantemente repetindo nas minhas playlists, seja no Spotify, seja no Youtube. Cada música encaixa perfeitamente no momento em que toca e eu queria que a direção de som da Supergiant Games pudesse fazer a trilha da minha vida um pouquinho.
O gameplay dele me deixou apaixonado. A variedade de armas, a jogabilidade MUITO diferente de cada uma delas, o fato de você ser apresentado a novos elementos até o último momento do jogo, a dificuldade que é entregue na sua mão através dos ídolos, os diferentes inimigos e a variedade de padrões, opções de upgrades das armas, tônicos… só tive um problema: joguei ele no controle e achei que o analógico não estava funcionando muito bem. Em alguns momentos, o movimento do “pivete” (protagonista) estava meio truncado, mas na maioria das situações, a mira automática do jogo resolvia bem qualquer problema.
A história me deixou um pouco confuso no começo, mas acho que a velocidade em que tudo vai se explicando foi suficiente pra que eu entendesse o lore.
Gostei do jogo te dar opções no enredo, mas acho que acabou ficando um pouco “decide teu fim aqui no último checkpoint”… Por um lado, gostei, pois ele não te obriga a rejogar o game todo pra conhecer os outros finais, porém, por outro, não traz a sensação de que o jogador está construindo a sua história. Eu não consideraria uma falha, um problema, mas sim, uma decisão que me causou um certo estranhamento. O jogo é assim e parece ser muito decidido nisso.
Por fim, ainda vou querer voltar pra Bastion no New Game +, e tentar platinar ele mais pra frente. Quem sabe, até me dar um certo tempo pra esquecer algumas coisas sobre essa jornada tão bonita, desafiadora e ousada que me esperou por tanto tempo. Estou maluco pra jogar Transistor o quanto antes.
Talvez, no meu próximo gameplay, eu me apaixone por outro set de armas, mas eu quero uma miniatura da lança e do morteiro deste jogo!

Análise digerida

Depois de um ano, fica óbvio para mim que a trilha sonora de Bastion foi o fator que a minha memória mais se apegou do jogo.
Há faixas no disco que eu posso não lembrar especificamente do trecho em que elas tocam, porém eu consigo lembrar da atmosfera solitária, confusa e quente que o jogo me trouxe.
Lembro da jogabilidade ser redondinha, dando muitas possibilidades ao jogador em combinações de armas, uma história que é descoberta por quem joga ao mesmo tempo que para o protagonista. Mesmo assim, não sinto que eu poderia recontar a história de Bastion com detalhes para alguém, hoje, mesmo se eu tentasse me lembrar com muita força.
A visão isométrica dá bastante liberdade de exploração, mas há alguns ambientes que eu gostaria de revisitar, pois, assim que se conclui uma área do jogo, ela fica bloqueada, complicando, assim, o complessionismo (a “limpeza” de todos os coletáveis, e desafios de um nível).
No começo de 2018, eu joguei um pouco do jogo seguinte da Super Giant Games, Transistor, e, por mais que eu veja evoluções em diversos aspectos de um título pra outro, ainda senti falta do quão dinâmico era Bastion. O sentimento de vencer um combate com um último golpe, que qualquer falha poderia significar um game over, um mundo se desfazendo ao meu redor, a sensação de fragilidade, e que qualquer ataque inesperado poderia me ser fatal.
Build that Wall voltou várias vezes para a minha cabeça ao longo do ano, e eu me pegava pesquisando a música no Spotify, cantarolando pela casa, pela rua, no trabalho… Terminal march ainda me deixa tenso quando toca no meio da minha biblioteca em ordem aleatória.
Mother, I’m here me traz uma tristeza que não tem explicação: mesmo sem a menor afinidade com o personagem atribuído à faixa, e sem me identificar com a mensagem passada pela letra da música, eu sinto algo em mim se debatendo ao ouvir essa despedida.
Treinos específicos com armas para me aperfeiçoar em cada uma, cloud saving e um New game são elementos que me fazem querer voltar para o mundo de Bastion, e isso pode ser em breve.
Eu sinto em vê-lo como um clássico secundário ou até terciário entre os bastiões dos indies do início da geração PS3 e Xbox 360.

Veredito

Bastion merece uma chance. Ele possui demonstração disponível para a versão de computadores, e, como é uma das propostas deste projeto, não exige que você tenha feito qualquer investimento no seu PC para que ele rode este jogo, se consegue passar videos do Youtube sem grandes problemas.

Pode ser considerado spoiler por alguns, mas, mesmo que você não se interesse em jogar o game, ainda ouça a trilha sonora, que a Supergiant Games disponibilizou em diversos serviços de Streaming e está no canal oficial deles no Youtube.

Um jogo que não é longo, nem curto. Tem a duração certa para não te cansar, contar uma história e te desafiar bastante, conforme você se permitir.

--

--