Dust: An Elysian Tail

27/03–02/04

Pedro Cabianca
Post Luden
4 min readMay 9, 2018

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O jogo conta a história de um guerreiro sem memória que, junto de sua espada falante e uma companheira que lembra a mistura de uma fada e um morcego, deve descobrir sua origem, proteger inocentes de monstros selvagens e desvendar o mistério que pode impedir o país de colapsar em uma guerra civil.

Uma amálgama de gêneros, com elementos de ação, aventura, RPG, plataforma, puzzle e exploração, Dust: An Elysian Tail foi desenvolvido pela Humble Hearts, estreou no Xbox 360 em 2012, e até 2015, distribuiu os lançamentos do mesmo jogo para Windows, Linux, OS X, Playstation 4 e iOS.

Atualmente, pode ser encontrado por valores próximos a R$25,00 nas lojas de jogos de consoles e computadores, e por R$20,00 em iPhones e iPads.

Análise Fresca

No primeiro momento, o que mais me chamou a atenção foi a arte. Um amigo já tinha me recomendado algumas vezes mas só fui parar pra conhecer agora. Joguei na segunda maior dificuldade e senti um pequeno problema com a curva de dificuldade: Você é muito fraco até o ponto que, de uma hora pra outra, você fica imbatível. A impressão que tive mais ao fim do game é que eu tinha jogado uma boa adaptação de um RPG de ação (como Kingdom Hearts) para encaixar em um metroidvania. A arte é maravilhosa. Os movimentos do Dust devem ter sido desenhados quadro a quadro na mão, pelo detalhamento. A trilha sonora conseguiu me engajar na jornada sem me fazer enjoar e eu só troquei o audio por podcast nos momentos de caçar chaves e baús escondidos, não-obrigatórios para a progressão do jogo. O level design do game é muito gratificante: quando você consegue passar especificamente por um trecho espremido e fica com a sensação de que VOCÊ fez aquilo, as referências dos “prisioneiros” (mencionando outros games indies) e uma história que conseguiu me pegar. Por mais que eu preferisse que alguns personagens fossem melhor trabalhados como o General Gaius e a Ginger, sem contar as duas almas de Dust, eu me deixei levar por alguns momentos tocantes do game, como o casal de velhinhos ou a amizade bonita entre Dust e Fidget.
Agora, no fim de um domingo delicioso que eu joguei Dust o dia todo, eu platinei o game no primeiro playthrough (Reutilizando um save na quest das roupas do francês filho da puta explorador de crianças) e pesquisando na internet apenas duas resoluções de quebra-cabeças, que eu não acho que teria encontrado sozinho. Já estou com saudades, mas como acabei jogando quase 50% do game hoje, não acho que seja um sentimento que vá durar. Vamos torcer pra uma possível sequência, ou futuros trabalhos do Dean Dodrill

Análise digerida

Cores vivas, arte feita à mão, hordas de inimigos repetitivos, trilha sonora adequada, trabalho de dublagem bem feito e botões sendo esmagados. Essas são as primeiras lembranças que eu tenho quando penso em Dust: An Elysian Tail. O protagonista sem memória parece um clichê saturado já nos videogames, mas sempre me fisga na hora de me fazer embarcar numa nova história. Sequer me lembro de grandes momentos da história do jogo, e acredito que isso seja pelo fato deste ser seu fator mais fraco.
A dinâmica de experiência, equipamentos e fabricação de ítens afetando um combate dinâmico me lembrou Kingdom Hearts, como referência de RPG de ação; A exploração de um mundo com grandes áreas interconectadas, possibilitando novas rotas em áreas já conhecidas através da aquisição de novas habilidades, o categorizaria como um metroidvania. A batalha contra vários inimigos de uma vez usando combinações repetidas de ataques remete a outros hack-and-slash, como God of War.
Dessa mistura de gêneros, sai uma jogabilidade gostosa, com level design que desafia e compensa quem se arrisca. Desviar de ataques de mais de 10 inimigos e lançar golpes que bagunçavam o visual de toda a tela, para mostrar o quão forte era o meu personagem é recorrente e funciona como um combustível para te manter entretido.
É como se ele tivesse estudado exatamente o que deu certo em diversos jogos, e mudasse detalhes para contar a própria história.

Veredito

É um game com muitos motivos para entreter o jogador, mas pouquíssimos detalhes para ser lembrado entre os semelhantes.
Dust: An Elysian Tail pode ser comparado com aquele colega que não era brilhante em nenhuma disciplina da escola, nunca tinha comentários inovadores na roda de amigos do recreio, não era o primeiro a ser escolhido na educação física, mas não pegava uma recuperação, sempre tinha papo para continuar qualquer conversa e era sempre o sexto ou sétimo a ser escolhido para o time de futebol, numa turma de 14 jogadores.
Caso o encontre numa promoção, pegue sem pensar. Se estiver interessado e quiser uma aventura para embarcar e passar o tempo, sem se apegar demais, esta é uma ótima pedida.

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