Red Dead Redemption

Pedro Cabianca
Post Luden
Published in
4 min readApr 17, 2018

Fim de 2016 — 12/02/2017

O primeiro jogo da lista já mostra que nem tudo por aqui vai girar só em torno do laptop. Não é muito difícil você encontrar algum amigo que tenha um console da geração passada em casa e sem uso. Tem gente que não vende os consoles porque cria apego, porque gosta de guardar e ter sempre disponível ou coleciona; o motivo não importa, mas você consegue encontrar. Também não serão todos que toparão te emprestar o videogame ou os jogos, então vale fazer a pesquisa, e um post no Facebook também pode facilitar o processo.

Análise fresca ↓ (spoilers)

Me senti jogando um open world pela primeira vez. Por mais que eu ache que não tenha criado toda a afinidade do mundo pelo John Marshton, deixando que muitas vezes, as decisões tomadas no jogo fossem as que eu tomaria, e não a do personagem construído, ao fim do game, eu comprei e muito a vingança de Jack. A trilha me deixou maluco, por conta do bom posicionamento de músicas com letra, como eu nunca tinha visto em nenhum game antes, e a ambientação também é impecável. Poucos bugs que chegaram a quebrar a experiência em momento ou outro, mas não comprometeram as impressões que eu tive dela. Certamente cravou diversos momentos nas boas lembranças que eu vou levar quando pensar num bom open world ou na Rockstar.

Análise digerida ↓ Um ano depois de terminar (spoilers)

Com as notícias de que Red Dead Redemption 2 está chegando mais perto de lançar, eu tento resgatar as minhas lembranças pelo velho-oeste recriado pela Rockstar.
É engraçado pensar que eu passei mais de um mês jogando algo que eu tenho breves memórias a respeito agora. O jogo deve ter sido o primeiro mundo aberto que eu sinto que embarquei de verdade. Quis saber mais sobre filmes velho-oeste, mesmo que isso não me levasse a sentar e assistí-los de fato. Eu me sentia um justiceiro naquela cidade.
Mesmo vendo a cauda envassourada dos cavalos, cabelos não muito naturais, figurantes repetidos e com pouco detalhamento nos rostos, eu abracei o game, queria ser o cowboy do bem daquelas terras. Saí galopando de cidades para caçar ladrões e voltar com eles se debatendo no lombo do meu cavalo, caí em emboscadas por tentar ajudar “donzelas indefesas” na estrada, resgatei cavalos sequestrados, vi um senhor colhendo flores ao cadáver de sua esposa ainda sentada na mesa… colhi muitas flores, coletei couro de diferentes animais, ganhei dinheiro, gastei dinheiro, apostei dinheiro, duelei, me senti o gênio da mira matando pássaros distantes e “pilhando” seus corpos, procurei pelo melhor cavalo, comprei um cavalo incrível, o perdi para um bobcat, pesquisei o que era um bobcat… nada disso faz parte da história principal, mas fizeram parte da minha aventura. Eu gostava de cavalgar entre as cidades, ver paisagens, ouvir a trilha do jogo, assoviar junto com a música noturna do deserto, mesmo tendo a opção de antecipar minhas rotas usando os “taxis” do jogo e fazendo fast travel.
Eu chorei de raiva com a morte do Señor Marston, fiquei surpreso com a redenção (olha só o nome do jogo aí) de seu filho, e, por fim, aplaudi a tela final com o logo.
Estou ouvindo a trilha agora, e mais e mais lembranças voltam a mim. Red Dead me fez interagir com personagens inventados de todo aquele mundo, como se fossem jogadores online. Eu fiz missões com snipers, metralhadoras, gangues montadas em cavalos, invasões a casas, proteções de casas… De fato, agora pode parecer pouco, mas foi um jogo imenso. Talvez uma parte já tenha sido esquecida, mas ainda há muito para lembrar, principalmente se eu entrar numa roda de conversa com algum amigo que está jogando agora.
Ainda, gostaria de chamar atenção ao detalhe das diferentes ambientações dos Estados Unidos, o sentimento de forasteiro cresceu ainda mais em mim quando cheguei ao México, e, por fim, as partes finais nos picos nevados e as metrópoles mais tecnológicas se formando.
Um herói que morreu nas mãos de políticos sujos. Senhor Marshton, nos vemos em breve.
Um jogo AAA completo, com grande trilha, sensação de que nenhum canto foi feito sem cuidado, como se nenhum jogador fosse explorá-lo. Tive vários momentos de “nossa, eu posso fazer isso?” e uma sensação de vazio ao fim da rolagem de créditos.

Veredito

Muitas horas de aproveitamento, uma história interessante, com bom ritmo, um protagonista carismático, mundo rico em detalhes e atividades paralelas o tempo todo. Red Dead Redemption é, até hoje, usado como argumento para ter um console e não optar em jogar apenas em computadores. Algumas texturas podem parecer feias hoje em dia, mas isso não será o suficiente para quebrar a experiência que a família Marston traz ao jogador. Se for pegar o console emprestado com um amigo, como eu fiz, não se engane: uma semana é MUITO POUCO para aproveitar o universo do faroeste da Rockstar.

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