Super Mario World 2: Yoshi’s Island

Pedro Cabianca
Post Luden
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5 min readMay 17, 2018

18/20 — 8/04

Se você teve um Super Nintendo, principalmente da década de 90, a chance de você ter tido um cartucho de Super Mario World é alta. Já a “continuação” desse jogo, Yoshi’s Island não atingiu tanta gente. Lançado em 1995, a história se passa (bem) antes do Mario ser quem conhecemos hoje: ele é um bebê e, acompanhado do Yoshi, ele precisa encontrar o irmão raptado.

O jogo saiu para o SNES, mas pode ser jogado oficialmente no Game Boy Advance, Nintendo 3DS e Wii U. Ele é considerado até hoje uma referência de jogo plataforma.

Quando criança, eu pude jogar ele no Super Nintendo. Para revisitar no ano passado, eu comprei uma cópia para o Game Boy Advance.

Análise Fresca

Finalizei o sexto e último mundo com o sentimento de que ainda tem muito jogo pra ser explorado. Só consegui fazer 100% de todas as fases no primeiro mundo, então minhas viagens de ônibus, indo e voltando do trabalho, ainda continuarão animadas.
Se for pra comparar os power ups de Yoshi’s Island com os de Super Mario World, dá um pouco de pena do comparado. Nesse, o Yoshi come três tipos de frutas que dão tiros pra ele, vira mais de cinco transportes diferentes, sem contar os curtos (e chatos) trechos do Super Baby Mario.
As mecânicas do jogo te dão uma clara sensação de que você está virando um mestre: Já posso colocar no meu currículo que eu tenho arremesso de ovos avançado, mestrado em plataformas, e adestramento de cães estranhos.
Fiquei meio triste da mudança nos agudos da minha música favorita do jogo, mas deve ter algo relacionado a limitação do hardware do Game Boy Advance, ou até mesmo a caixa de som do MEU Game Boy pode estar danificada.
No dia 13/04 (cinco dias após finalizar a história), depois de trocar a pilha do GBA, a memória do game resetou e eu perdi todo o progresso… acho que o 100% de completude vai ficar pra outro ano, talvez com um amigo do meu lado no sofá.

Análise Digerida

Este não pode ser considerado um “só” mais um dos jogos da minha lista. Na verdade, eu acho que poucos deles podem, mas este conversa com o Pedro que tinha menos de 5 anos de idade, que mal conseguia segurar o controle de Super Nintendo nas mãos, quem diria aprender com erros pontuais a cada tentativa de passar de fases tão difíceis.
Uma boa impressão que eu tenho sobre a Nintendo e seus jogos até hoje é que eles são incríveis em ensinar. Super Mario World 2: Yoshi’s Island faz questão de trazer novas mecânicas, inimigos, itens, formas de se ver o jogo de gênero “plataforma” a partir do momento que você atravessa a tela de título e só para com essas reviravoltas no rolar de créditos. É difícil você falhar e sentir que o jogo te propôs algo impossível. Ele pode ser desafiador, porém não é injusto.
Se aqui, o Mario é apenas um bebê, quem tem muito a aprender é o jogador.
Quando criança, eu tinha mais tempo para me divertir, reflexos melhores, uma forma de jogar menos solidificada; há um ano atrás, eu podia contar com fórmulas já conhecidas de jogos, com a cautela de quem explora algo pela primeira vez e está disposto a embarcar numa viagem para aprender sobre o mundo, e não para fincar a bandeira no fim da trilha.
Isso fez com que cada fase se tornasse um obstáculo diferente, e a minha diversão era o obstáculo em si, e não o que me esperava depois dele. Eu fazia viagens de 20 minutos de ônibus, o Game Boy Advance ligava na hora de embarcar e era desligado, algumas vezes, um bom tempo já depois de eu chegar no meu destino. Além de diversas, diversificadas e difíceis, as fases do game são longas. Principalmente mais para o fim do jogo, é possível que aqueles que gostam de coletar TUDO disponível na fase, entre as moedas vermelhas, flores e estrelas, passem quase uma hora explorando cada estágio até atingir a pontuação máxima de nelas.
A trilha sonora tem um carisma enorme: por mais que as músicas não sejam tantas e se repitam em diferentes momentos, ouvir um pequeno trecho de qualquer uma delas e não cantarolar o restante de novo e de novo exige um esforço enorme, e eu sei que isso não se aplica somente a mim, pois eu provoco meus pais até hoje cantando algumas dessas trilhas perto deles e os vejo seguindo a canção quase sem perceber (Teste você mesmo)
Talvez o único ponto menos positivo que eu consigo imaginar para Yoshi’s Island é um enredo profundo ou inovador, mas este não parece ser o foco do produto: Se o jogo inicia com Mario e Luigi (bebês) sendo carregados por uma cegonha até a casa de seus futuros pais, a cegonha é atacada, os irmão se separam e Mario parte com Yoshi em uma jornada para o resgate de seu irmão e concluir o frete que a cegonha não conseguiu, acredito que o final já seja bastante previsível. Deixemos o enredo mirabolante para Super Mario RPG.

Um jogo de 1995 ser jogado hoje, e ainda ser achado bonito é um grande mérito. Entendo que a geração de jogos do Super Nintendo e Mega Drive envelheceu muito melhor do que a geração dos primeiros jogos em 3D do Nintendo 64 e PlayStation, mas ainda assim, olhar para a tela ainda me trouxe aquela sensação de ver desenhos feitos em giz de cera por uma criança ganhando vida.
Jogar e lembrar de Yoshi’s Island me faz perceber que eu ainda tenho uma criança que respira, ri, chora, se enraivece e aprende muito vivendo dentro de mim.

Veredito

Assim como O Poderoso Chefão é um clássico incontestável do cinema, Yoshi’s Island não pode ser esquecido ao citar grandes jogos do Super Nintendo, grandes jogos plataforma, grandes jogos Mario, ou até grandes jogos de videogame. Ter acesso a ele por meios legais hoje pode não ser muito fácil (esperamos que o Nintendo Switch possa mudar isso em breve), porém se você não conhece essa obra, ou só jogou há muito tempo atrás, o seu esforço e dinheiro valerão muito a pena.

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