As várias faces da morte
Um resumo de como algumas religiões encaram a morte e seus mistérios
Ela vai de fim a ressurreição e chega até a eternidade. A morte é assustadora para alguns, é a paz e o paraíso para outros, mas para cada religião ela tem um significado diferente.
O filósofo francês Jean-Paul Sartre defendia que o indivíduo tem uma única existência. Para ele, não há vida nem antes do nascimento, nem após a morte. A doutrina niilista — doutrina filosófica que indica um pessimismo e ceticismo extremos perante qualquer situação ou realidade possível — diz que a matéria é a única fonte do ser, a morte é considerada o fim de tudo.
Todos já devem ter escutado “quem pecar vai para o inferno, arder em fogo e os justos irão para o céu, para o paraíso”. Esse conceito vem do dogmatismo religioso, que diz que a alma sobrevive e conserva a individualidade após a morte.
O renascimento ou a reencarnação vem da crença do budismo, que nos fala que, após a morte, o espírito volta para outros corpos, sejam humanos ou em animais, de acordo com sua conduta. A reencarnação depende do carma, e existem seis mundos distintos para os quais as almas podem ser encaminhadas: reinos celestiais, reinos humanos, reinos animais, espíritos guerreiros, espíritos insaciáveis e reinos infernais.
Para o budismo, existem 49 etapas ou 49 dias após a morte. Os monges oram para que as pessoas atinjam a Terra Pura, o lugar de paz, tranquilidade e sabedoria, ou renasçam em níveis superiores.
O hinduísmo é centrado na ideia da reencarnação, para eles, a alma se liga a este mundo por meio de pensamentos, palavras e atitudes, quando o corpo morre, ocorre a transmigração. A alma pode vir para um corpo humano ou animal, dependendo da ação de cada ser, sendo a lei a do carma. Enquanto não é atingida a libertação final, cada alma passa por mortes e renascimentos.
Alá (Deus) criou o mundo e trará de volta à vida todos os mortos nos últimos dias. Essa definição vem do islamismo. As pessoas serão julgadas e uma nova vida começará depois da avaliação divina.
O espiritismo defende a continuação da vida após a morte num novo plano espiritual ou pela reencarnação em outro corpo. Aqueles que praticam o bem evoluem rapidamente.
Para o catolicismo e para os evangélicos, após a morte, existe um julgamento que trará eternidade para a alma, seja no céu ou no inferno. A diferença é que a alma faz uma grande viagem e a ressurreição só acontecerá quando Jesus voltar à Terra, chamando esse evento de “Ressurreição dos Justos” ou, para aqueles que terão uma nova chance, será o “Julgamento Final”.
O judaísmo crê na sobrevivência da alma, mas não oferece um retrato claro da vida após a morte, nem mesmo se esse fato é existente. Já o candomblé acredita que as almas estão na terra para cumprir seu destino, caso contrário, vagarão entre o céu e a terra até a realização plena como um ser consciente e eterno.
