Elvis não morreu

Músicos permanecem vivos nas lembranças dos fãs, que, muitas vezes, nem os conheceram em vida

Val Rodrigues
Post Mortem
5 min readJun 1, 2016

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A música é uma forma de expressão. Grandes cantores traçam legados que permanecem mesmo depois da morte, sobrevivendo por gerações. A morte de um cantor é sentida por milhares de fãs, mas sua essência fica para todo o sempre em suas músicas e eles sempre serão lembrados.

Um exemplo disso é o cantor Elvis Presley, o Rei do Rock, que ousava na dança e pelo perfil extravagante para a década de 1950. Elvis morreu em 16 de agosto de 1977, mas até hoje conquista fãs. A estudante de Radiologia Cintia Soares Ferreira (29), de Naviraí, Mato Grosso do Sul, considera-o um cantor genial, tanto na música como na dança. “Gosto dele, acho genial como cantor, o estilo dele me encanta, apesar de não curtir muito rock”. Cintia acrescenta que o rock nunca terá um cantor como Elvis. “Acho que muitos são bons, perdemos o rei e nunca terá substituto, mas acho que a essência e o brilho que ele tinha ninguém vai ter, o cara encanta até quem não gosta muito do estilo”, finaliza.

Quem também cantava rock, mas misturava o estilo com rap, pop-rock, reggae, skate punk, era a banda Charlie Brown Jr., formada em 1992, quando, em 6 de março de 2013, o vocalista Chorão (Alexandre Magno Abrão) morreu devido uma overdose, meses depois Champignon(Luiz Carlos Leão Duarte Junior) foi encontrado morto em seu apartamento. A banda era composta por Chorão, Champignon, Thiago Castanho, Marcão (Marco Antônio Valentim Britto Junior) e Bruno Graveto.

“As músicas deles são quase um poema”. Essa é a frase que a jovem Iara Haiany Ruiz (20), da cidade de Coronel Sapucaia, Mato Grosso do Sul, usou para definir as músicas da banda, que ouve com frequência: “Eu ouço todos os dias, porém, na época em que ele morreu, eu ainda não ouvia tanto quanto hoje em dia”.

As músicas de Charlie Brown JR. também inspiram corações apaixonados, afinal, quem nunca ouviu uma música que lembrava alguém. Iara Haiany já dedicou uma música para alguém muito especial. “Hoje em dia eu ouço bastante, porque me faz lembrar alguém!”. Sobre a morte do ídolo, Iara complementa. “Na época, em que o Chorão foi encontrado morto, eu fiquei com certeza triste, como a maioria das pessoas, por ele ter sido um cantor que influenciou bastante o cenário do rock brasileiro. As músicas deles são sensacionais. Na época, eu já sabia disso, eu já tinha consciência de que as músicas do Charlie Brown traziam uma paz muito grande e deixavam muita gente bem, trazia conforto pra muita gente, porque as músicas deles são quase um poema”, encerra.

Outro jovem que também ficou muito abalado com a morte do vocalista Chorão foi Paulo Vitor Semioni Donato (23), de Hortolândia, São Paulo. “Para mim, a morte do Chorão foi trágica, eu tomei um choque, fiquei muito triste”. Paulo Vitor ainda ressalta a referência que a banda tem entre os jovens. “Na minha visão, no contexto nacional, eu acredito que foi a melhor banda jovem adolescente que existiu no País. A banda deles conseguiu juntar todos tipos de tribo em um só som, eles juntaram reggae, rap, rock, eles juntavam tudo”, destaca.

Paulo Vitor também é fã do cantor Michael Jackson, considerado o Rei do Pop. “Eu acho o maior artista de todos os tempos, acho que ele é considerado o rei do pop, mas não só do pop, o rei da dança, o rei de tudo, é como se ele fosse o Pelé da música”, finaliza. Michael Jackson (Michael Joseph Jackson) iniciou sua carreira em 1964 e morreu no dia 25 de junho de 2009. Era cantor, compositor, produtor, dançarino.

Quem também deixa saudades até hoje é a dupla Tonico e Tinoco (João Salvador Perez e José Salvador Perez). Eles iniciaram a carreira em 1930. O fã Ranielli Felippi (25), da cidade de Novo Horizonte do Sul, do Mato Grosso do Sul, relembra que a dupla foi uma das pioneiras da música sertaneja. “Sou fã deles porque eles cantavam a verdadeira música sertaneja raiz, foram uns dos primeiros a cantar música sertaneja, representam um pouco da cultura do povo sertanejo, de quem cresceu ouvindo essas músicas, eles cantavam com sinceridade e simplicidade”, finaliza. Tonico morreu em 1994 e Tinoco, em 2012.

Se para os fãs a morte de um ídolo é um momento difícil, para quem trabalha diretamente com eles também não é nada fácil. Paulo Roberto Silva, de São Paulo, capital, é diretor de programas do SBT, mas já foi produtor, coordenador e diretor de produção, e já trabalhou com Hebe Camargo, com Augusto César Vannucci (Diretor e produtor de televisão) e com o cantor Pery Ribeiro (Peri Oliveira Martins).

Pery Ribeiro (Fonte Wikipedia)

Pery Ribeiro foi um cantor e compositor brasileiro que iniciou sua carreira na música em 1960 e morreu no dia 24 de fevereiro de 2012. Para Paulo Roberto, Pery foi mais que um colega de trabalho. “Ele foi muito um amigo. Na MPB, ele fez muito sucesso aqui e fora do País”, relembra.

Uma banda que também até hoje é lembrada pela morte trágica é a banda Mamonas Assassinas. Todos os integrantes morreram em um acidente aéreo. Outros grandes artistas que deixaram saudades foram Leandro, da dupla Leandro e Leonardo; João Paulo, da dupla João Paulo e Daniel; Cristiano Araújo; Amy Winehouse e muitos outros que permanecem vivos em suas músicas.

“Tem só uma coisa que eu queria dizer pra vocês antes de ir embora (…), eu fiz minha vida, uma vida de trabalho, de batalha e nela, tá ligado, o meu sonho se fez e se fundiu, graças a vocês!”
Chorão

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