Pérez supera desemprego, fecha o gol e garante empate heroico para o Apoel

Caio César Nascimento
Pote 4
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3 min readNov 3, 2017
Foto: FourFourTwo

O Apoel leva o seu torcedor muito a sério. Conhecidos por serem extremamente apaixonados e presentes, o clube usa a cor laranja no segundo uniforme da equipe para homenagear a PAN.SY.FY (grupo ultra, que fora fundado em 1979 — o Apoel, inclusive, aposentou o número 79 também em homenagem a torcida).

No entanto, o uniforme laranja florescente não foi a única coisa destacável do empate heroico na Alemanha. Um personagem em especial desfrutou desse momento mais do que todo mundo. Trata-se de Nauzet Pérez, goleiro do Apoel, que ganhou a vaga de Raúl Gudiño horas antes da partida contra o BVB.

O goleiro espanhol vivia um drama particular nas últimas semanas. Pérez foi dispensado pelo Osasuna, que está na segunda divisão espanhola, e estava desempregado há quase duas semanas quando o Apoel o contratou. A equipe recentemente perdera Boy Waterman por lesão, contra o próprio Borussia Dortmund, e Raúl Gudiño, que um dia chegou a ser promessa mundial, perdera a vaga por falhar constantemente.

A situação era caótica tanto para o goleiro espanhol quanto para o Apoel, que já estava esfacelado na defesa. Giorgos Donis chocou grande parte da imprensa que cobre a equipe cipriota quando liberou a escalação, que continha o nome de Nauzet Pérez entre os titulares. O goleiro, que há quatro anos estava disputando a terceira divisão com o Sabadell, foi o responsável direto por parar Aubameyang, Pulisic, Philipp, Götze, Kagawa e cia.

Foto: Reuters

Foram 29 chutes dos alemães contra a meta de Pérez, onde nove deles parou no gol. O arqueiro conseguiu defender sete bolas, sendo uma delas a cabeçada a queima roupa de Aubameyang, no segundo tempo, que tinha endereço certo para desempatar a partida. A única bola que ele não defendeu, era indefensável.

A noite foi tão memorável para o Apoel, que o gol de empate nasceu de uma jogada trabalhada desde a defesa. Aloneftis carregou a bola em velocidade pelo flanco esquerdo e deu uma cavadinha para Carlão, que havia desembestado para o ataque, fazer o pivô na extremidade da área do Dortmund e rolar a bola para Mickel Poté balançar as redes de Bürki. Esse havia sido apenas o segundo chute que o Apoel havia acertado no alvo.

Quais as chances de um goleiro que estava desempregado por quase duas semanas fechar o gol em pleno Signal Iduna Park? Parece que é a mesma chance de vermos o Carlão dando assistência direta para gol numa partida de Champions League, sem ser em bola parada, fora de casa.

Independente de ir ou não para a Liga Europa, o Apoel definitivamente não foi apenas mais um nesse grupo repleto de estrelas.

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