Respirando por aparelhos, Sporting segue vivo após empate

Wladimir Dias
Pote 4
Published in
3 min readNov 3, 2017
Foto: Reuters/ Rafael Merchante

Quando Sporting e Juventus ascenderam ao gramado do Estádio José Alvalade, era de sabença geral o efeito que uma vitória poderia ter na campanha dos adversários da noite da última terça-feira (31/10). Para os lisboetas, representava a esperança de avanço às oitavas de finais; para os turineses, praticamente a confirmação do acesso à dita fase e virtual eliminação dos Leões. No entanto, a magia da bola deu contornos mais interessantes à disputa particular entre os dois e ninguém levou a vitória para casa.

Mais uma vez, o Sporting entrou com tudo na Champions. Como noticiou o Público, o treinador do clube, Jorge Jesus, estava cansado de obter “vitórias morais”, como aquelas frente ao Barcelona e a própria Juve, nos dois encontros anteriores. Mesmo com os importantes, senão fundamentais, desfalques de Cristiano Piccini, Jérémy Mathieu, Fábio Coentrão e William Carvalho — ou seja, atuando com uma retaguarda combalida — , os sportinguistas mostraram para seu continente que sabiam o que queriam.

Se Stefan Ristovski, o titular da lateral direita na noite, era uma incógnita antes da partida, tratou de colocar dúvidas na mente de seu treinador, com uma atuação que agora ameaça a titularidade de Piccini. Na zaga e na lateral esquerda, André Pinto e Jonathan Silva, respectivamente, não comprometeram. Já no meio-campo, quando todos esperavam a titularidade de João Palhinha, fortalecendo o setor, ou do jovem Podence, dando maior potência ofensiva, Jesus lançou a campo o contestado Bruno César, que brilharia.

Foto: Pedro Nunes/ Reuters

O primeiro tempo foi leonino. Com o meio-campo domado por Rodrigo Battaglia, a Juventus só chegou próxima da meta defendida por Rui Patrício em duas oportunidades e ambas fora dos limites da baliza. Por outro lado, a despeito de nova atuação formidável de Gelson Martins, coube ao citado Bruno César, após jogada do português, inaugurar o placar, quando eram decorridos 20 minutos.

Iniciada a segunda etapa, o próprio Gelson teve chance de enterrar os italianos, mas a desperdiçou, e a Vecchia Signora assumiu o controle do jogo. Pressionando intensamente, dominou-o no tempo final e o inevitável acabou por acontecer. Vindo de um double no clássico contra o Milan, Gonzalo Higuaín empatou o jogo aos 79. E foi isso. Diferentemente dos outros jogos, a tragédia não foi tão dramática e o Sporting somou mais um ponto.

“Ainda estamos na luta. O que queríamos era ganhar, mas o Sporting sai daqui reforçado em termos de imagem para todo o mundo” — Jorge Jesus, em coletiva pós jogo.

A missão alviverde de avançar de fase segue dificílima. Para tanto será necessário arrancar pontos ao Barcelona, no Camp Nou. O alento é: quando foi exigido contra os gigantes europeus, o Sporting correspondeu — não com os melhores resultados, mas com performances que impedem que ignoremos suas condições de se recuperar e avançar.

--

--

Wladimir Dias
Pote 4
Editor for

Advogado, mestre em Ciências da Comunicação e Jornalismo Esportivo, pós-graduando em Escrita Criativa. Escrevo n’O Futebólogo e penso no Fluxo de Ideias.