Organizações Por Lotes vs. Tempo Real
Hoje estava tomando um café e lendo um livro tecnico sobre Reactive Microservices Architecture e me pareceu engraçado como tudo está convergindo para o zero, para o novo tirano, o já ou o agora e como conceitos de tecnologia podem ser aplicados para entender os desafios que as organizações estão tendo nesta nova economia.
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No novo mundo, não são os peixes grandes que comem os pequenos peixes, são os peixes rápidos que comem os lentos.
— Klaus Schwab
Conforme o Tsunami de Disrupção Digital avança no território das indústrias do século XX, mais e mais organizações têm dificuldade de dar conta do fluxo crescente de mudanças que coloca pressão na configuração atual da organização, sua estrutura, seu modelo de negócio, seus produtos, serviços, portfólio de ativos, posicionamento e cultura, entre outras coisas.
Uma excelente analogia vem da forma que temos construído sistemas de software. A maioria dos sistemas ainda hoje é criados como grandes monólitos e os dados são processados em lotes. Tinhamos que esperar até o final do mes para saber quanto tínhamos gastado no cartão de crédito durante o mês passado.
Por anos temos reduzido o tempo para processar os dados, reduzindo o tamanho dos lotes, tendo disponível dados do mês passado para ter dados da semana passada, para ter dados de ontem.
Humanos preferem agora ao depois, por outro lado, para os negócios depois talvez seja nunca, ou deixa pra lá conforme a janela de oportunidades se fecha e elas passam o horizonte de eventos, o ponto de não retorno, do buraco preto da disrupção.
Porém ontem, ou a última hora, não é agora. Existe algo mágico quando o preço de algo é zero, como no modelo freemium, e existe também algo mágico sobre zero em termos de tempo. Acredito que o Agora é a próxima fronteira a ser conquistada pelas organizações realtime.
Nunca tem sido tão verdade o conceito que tempo é dinheiro.
O modelo de negócio de venture capital em startups se basea exatamente em quão mais rápido um determinado negócio consegue capturar clientes que o resto do mercado, e se uma organização nova, pequena e rápida pode executar mais rápido e melhor que as organizações existentes, isso pode criar uma quantidade enorme de valor para os seus fundadores e investidores.
Uma grande corporação pagará milhões ou bilhões para comprar uma startup que teve a capacidade de executar mais rápido e melhor.
Enquanto o último século a maioria dos negócios foi otimizado para eficiência, neste século as grandes oportunidades para gerar valor estão na eficácia e velocidade, digamos ter a solução certa no momento certo, ou acertar o alvo certo, mesmo em movimento, no menor tempo possível.
Os ganhadores serão organizações que terão capacidade de criar fluxos de valor adaptáveis, que continuamente e efetivamente acertam alvos em movimento.
Se a tua organização tem investido nos últimos anos em se tornar mais e mais projetizada, provavelmente ela tem se tornado mais por lotes e menos tempo real. Ao invés de reduzir o tamanho dos lotes e o lead time efetivamente deve ter aumentado, talvez isso melhorou a visibilidade, o controle e a eficiência de custos, porém sacrificando a responsividade e eficácia.
Talvez vocês investiram em agile, scrum e kanban, vocês está na direção certa porém essas são intervenções táticas e operacionais que não mudam a natureza do sistema como um todo, não mudam a responsividade nem a adaptabilidade da organização como um todo.
Tenho literalmente pensado e ajudado organizações nos últimos 15 anos sobre este problema e agora estou colocando um workshop sobre Repensando a Gestão para a Nova Economia adotando a Abordagem da Gestão Pragmática para ajudar agile coaches, consultores em gestão, gestores e executivos a ter mais sucesso com este desafio.
Adoraria ouvir o que você acha sobre este assunto e compartilha nos comentários os desafios que você está enfrentando nesta jornada incrivelmente desafiadora que todos estamos juntos. Tempos interessantes pela frente!
