Cocriação de princípios de Design: em busca da harmonia e da consistência
Os princípios de design podem auxiliar um time de design a definir parâmetros importantes para a construção de interfaces e experiências. Vou te contar como nós, do UX Design Chapter do Pravaler, construímos os nossos!
Mas primeiro: o que são princípios de Design?
Nós tomamos como referência a definição presente no https://principles.design/, uma biblioteca que reúne princípios de design já documentados por grandes empresas.
"Princípios de design são um conjunto de considerações que formam a base de qualquer bom produto."
Basicamente, são valores definidos pelo time de Design de uma empresa que expressam como aquele time em específico constrói a experiência do usuário e quais atributos são mais relevantes na hora de tomar decisões de design.
Momento #01: qual era o nosso desafio?
No nosso caso, estávamos passando por um momento de reflexão, onde estávamos analisando a consistência dos nossos produtos e discutindo com recorrência questões importantes de Design de Produtos. No Pravaler, cada product designer está focado em um produto diferente, e muitas vezes isso gera algumas desarmonias na experiência.
Para superar esse dilema, o chapter estava focado em lidar com toda a parte técnica do mapeamento de componentes e construção de um Design System, e assim identificamos uma outra necessidade: estabelecer prioridades para as tomadas de decisões de design, minimizando a subjetividade nesses momentos.
Aprendemos com a Meiuca Design que os princípios de design são um caminho para guiar as nossas decisões, e foi esse o objetivo que abraçamos:
Foi a partir daí que começamos a nos questionar:
- Que princípios irão nos guiar na construção de padrões e estruturas visuais?
- O que caracteriza de forma mais básica e essencial o nosso modo de fazer e pensar?
Momento #02: o que queremos para os nossos produtos?
Aqui tiramos um momento para discutir o que buscamos para os produtos digitais do Pravaler e que poderíamos/deveríamos/queremos/não iremos fazer para tornar esses objetivos reais. Com base nessa conversa, elencamos motivos pelos quais precisaríamos de princípios de design.
Momento #03: o que nós já fazemos na prática para construir nossos produtos?
Anteriormente, quando o Design Chapter estava se consolidando, nós cocriamos uma lista de atitudes desejáveis para um product designer no Pravaler. Nesse momento, resgatamos essas atitudes e citamos recursos e motivações que nós teríamos para torná-las reais no nosso-dia-a-dia.
Além disso, como precisaríamos de conceitos-chave para construir princípios de design, fizemos o exercício criativo de abstrair essas atitudes e expressá-las de outras formas, como imagens, músicas, frases, etc.
Momento #04: quais poderiam ser nossos princípios de design?
Com esses conceitos levantados, cada designer ficou responsável por escolher e justificar um deles.
Momento #05: discutindo e priorizando
Aqui votamos nas justificativas criadas no exercício anterior, discutindo quais estavam alinhadas entre si e quais traduziriam com mais assertividade aquilo que queríamos dizer.
Momento #06: dando forma aos conceitos
Certo! Depois de muuuita conversa, chegamos aos principais conceitos-chave que usaríamos para construção dos princípios. Agora nos dividimos em grupos para lidar com 3 missões distintas:
- Elaborar a escrita dos princípios, de forma simples, objetiva e que expressasse a nossa cultura de design.
- Pensar em um formato para esses princípios, utilizando construções imagéticas que os tornassem memoráveis e inesquecíveis.
- Integrar os princípios de Design à documentação do Design System.
Para a missão 1, o grupo estressou ao máximo cada um dos conceitos-chave, garantindo que conseguíssemos expressá-los da melhor forma.
"O que queremos dizer com aquilo que estamos dizendo?"
Enquanto isso, outro grupo cuidava de buscar referências e definir um visual para os princípios.
Uma grande inspiração foram os princípios de design do Spotify. Eles utilizaram um formato de cartas, cumprindo o objetivo de tornar os princípios fáceis de serem memorizados e também fazendo com que cada um deles fizesse sentido de forma unitária.
Juntos, após muita experimentação e construção de repertório, decidimos gamificar os nossos princípios de design, transformando-os em um baralho de cartas de RPG. Para que fossem bem explicados e que conseguíssemos atribuir uma relação direta à construção de produtos digitais, definimos alguns parâmetros para o texto das cartas:
- Uma frase descontraída e memorável
- Uma descrição breve e objetiva do princípio
- Atributos relacionados (assim como nas cartas de jogos aparecem os atributos de personagem)
- Efeito para o usuário: de que forma esse princípio influencia na experiência do usuário?
Momento #07: depois da mão na massa, esse foi o resultado:
O processo todo foi essencial para que pudéssemos entender e verbalizar o que é de fato importante para nós enquanto profissionais, para os nossos processos e para os produtos que estamos construindo. Nos identificamos com o resultado, mas as discussões e reflexões que surgiram ao longo da jornada de cocriação foram ainda mais relevantes!
Agora podemos dizer que o UX Design Chapter tem sempre cartas na manga para solucionar qualquer desafio de Design!