in.festar as ruas e subverter a subjetivação capitalista

desligue a tv. saia à noite e ao dia. faça circular os livros parados na estante. desista de contribuir para a acumulação alheia: não vá trabalhar e passe o dia a contemplar!

saiba: independentemente de onde nos posicionamos nas esquinas da história nossa posição é frágil e transitória. bilhões de humanos são forçados a hipotecar suas vidas em função de atingir as ilusões da democracia liberal. precisamos criar espaços para a manifestação do impensável. a ferramenta da ratio moderna não nos serve mais. aqui convoco a todos para um exercício dialógico e livre.

– as vanguardas estão mortas!

se há contraposição que ela venha e anuncie ao que veio, para que não fique na linha triste da arrogância. vamos livrar a imaginação do peso do juízo: ao invés de julgar, vamos jogar! lançar ideias/forças sobre o fazer e o contemplar. adentrar sem posses com habilidades revolucionárias no campo aberto entre o Possível e o Impossível! se não estiver aberto o campo: ABRA!

atente-se ao fato de que a modernidade (e seus canônes) transformou a dimensão

do possível em um momento estanque, em que tudo é estável e permanente e assim somos convidados permanentemente a um pensamento apático, indolente e sedentário e ao esquecimento. volátil e efêmera, hoje, nossa experiência desconhece qualquer sentido de continuidade e se esgota num presente vivido como um instante eficaz. o instante da brincriação permite a ruptura com esse tipo medíocre de viver. brincriemos as ideias!

olhemos para a terra. toquemos a terra

olhemos para as estrelas. se estão mortas: espantemos! se vivas: vibremos.

vamos sentir os animais em seus instintos.

e a fotossíntese?

são dois grandes ciclos eco-criativos fundamentais: a fotossíntese e a cadeia alimentar. pensemos nos ciclos, nos reciclos. façamos do lugar em que nos constituímos um espaçotempo de FESTA, uma FESTA dos sentidos.

façamos do espaçotempo um lugar de inquietas ações. façamos do espaçotempo um lugar também do contraditório. mas, sobretudo um fazer que articula matéria mais energia. pensemos nesta base biofísica: matéria e energia, em que se assentam a vida e a sociedade. pensemos, entretanto, que esta base biofísica sofre uma degradação entrópica em ritmo acelerado, desencadeada pelos seres humanos.

façamos do espaçotempo um lugar onde as ideias possam se somar e a soma provocar e ampliar os risos e a simplicidade da ação. dizer NÃO e MUDAR O RUMO.

ouçam isso: “o contingente é percebido como modo de ser dos Homens, das Coisas e dos Acontecimentos e não como algo que a ação humana pode determinar”.

abram mão das ilusões. abram mão do domínio. o simples e o óbvio encantam. vamos injetar novos sentidos à vida cotidiana.

contemplar é também uma manifestação revolucionária.

cisco zappa