Brasil, Argentina e Venezuela são alvo de duras críticas no CMDA

Aline Maria Gomes
PRESS UFRGSMUN
Published in
3 min readNov 2, 2018

TeleSUR

Imagem ilustrativa com bandeiras — Brasil, Argentina e Venezuela.

Após o retorno do adiamento da sessão sem uma agenda aprovada por consenso, o CMDA retomou os debates de forma problemática. Enquanto alguns Estados já formavam seu documento de trabalho, outros ainda insistiam na implicância de termos que poderiam abrir margem para desconsiderar a soberania dos Estados. Assim, sugeriu-se o uso de “recomenda” para as falas dos delegados.

A discussão tomou outros caminhos após a divulgação da notícia sobre como a influência do deslocamento de contingente militar abriu as fronteiras para o tráfico de drogas, do jornal El País. Somou-se à notícia a declaração de Macri, presidente da Argentina, de que o país já estaria pronto para implementar as Forças Armadas na Segurança Pública.

Na Argentina, os militares estavam afastados desde o final da ditadura, em 1983. Segundo Macri, a implementação se daria de forma moderna devido “aos desafios que o século XXI traz”. Em seus discursos de posicionamento Brasil, Argentina e Venezuela ressaltaram o interesse na cooperação da discussão do comitê, devido seus países sofrerem com o tráfico de drogas, que por consequência disso, afeta a segurança pública. As demais nações assumiram, a partir da notícia divulgada pelo El País, que as ações militares já estavam decididas internamente nos países. Apesar de que, conforme a agenda, as discussões e resoluções estavam no início e longe de chegar a uma solução.

“Devemos ver de forma cautelosa o compartilhamento de informações”, disseram as ministras do Brasil em resposta aos questionamentos dos interesses do país para o futuro, considerando o novo presidente eleito, Jair Bolsonaro, e as possíveis decisões que ele virá a tomar. O futuro presidente do Brasil, membro do partido da extrema-direita (PSL), por diversas vezes, em sua campanha eleitoral e no pós-eleição demonstrou-se nostálgico à época dos militares, um dos períodos mais obscuros da história do país. Ainda que não tenha sido realizada uma declaração oficial, o Brasil parece esconder ações que já foram decididas internamente antes mesmo do debate proposto pelo CMDA.

Em resposta às críticas recebidas pelos EUA sobre o uso da força utilizada na Venezuela, o país se defende dizendo que os interesses dos estadunidenses não é o de ajudar os países da América, pois, eles não se mostram cooperativos com os imigrantes que chegam ao seu país, sendo, via de regra, xenófobos. Sabe-se que mais de 3000 hondurenhos percorrem quilômetros para chegar até os EUA. No caminho, unem-se venezuelanos e mexicanos à caravana de imigrantes. Contudo, os norte-americanos têm mobilizado tropas para barrar a sua entrada no país. O presidente Donald Trump tem pressionado o governo de Honduras para tomar providências e deter a onda migratória de hondurenhos rumo aos Estados Unidos.

Ao final do dia, o Brasil pediu que a agenda fosse seguida, pois, “tópicos diversos estavam sendo discutidos”, evitando as discussões programadas. Com a presidência da mesa, o país tomou a iniciativa de dialogar sobre as propostas que sendo redigidas em conjunto pelos demais Estados.

A Argentina não se manifestou de forma direta às críticas apresentadas aos ministros. Apenas reforçou seu posicionamento inicial que cabe ao Estado decidir sobre a forma de combater-se o terrorismo e o narcotráfico, bem como, o momento para a tomada dessas decisões.

--

--

Aline Maria Gomes
PRESS UFRGSMUN
0 Followers
Writer for

Publicitária interessada em Turismo, Idiomas, Tecnologias, Igualdade de Gênero, Comportamento & Finanças Pessoais. https://linktr.ee/alinemariagomes