Tópico sobre a representação política dos curdos promove tensas discussões no CDHNU

Yasmim Girardi
PRESS UFRGSMUN
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2 min readNov 4, 2018

The Guardian

Na tarde de sábado, 03, o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas teve duas sessões movimentadas sobre o tópico B, que diz respeito às nações sem Estado e, especificamente, a situação do povo curdo. O documento de trabalho nº 6 foi aprovado no fim da oitava sessão.

Foto: Yasmim Girardi.

A sétima sessão começou com o tópico do armamento de curdos. A delegada da Federação Russa pediu para que os representantes das delegações que armam a população curda se pronunciassem. Países como a Somália e a Alemanha defenderam a ação, pois, segundo o delegado alemão, se o povo curdo não tiver porte de armas, serão exterminados. Já delegações como a República Árabe Síria e a Ucrânia acreditam que não é a melhor opção. “Não combatemos injustiça com mais injustiça e nem guerra com mais guerra”, afirma a delegada da Ucrânia.

A delegada da Federação Russa, então, criticou o posicionamento do delegado da Alemanha. “Me impressiona saber que o senhor defende o uso de armas em um comitê de direitos humanos”, dispara a delegada.

As delegações presentes discutiram, também, sobre a representação política da população curda. “Reconhecimento, participação política e criação de um estado-Nação são ideias que andam juntas”, apontou a delegada da Venezuela. As delegações estavam tentando decidir uma cota de representação curda na política. “Embora partidos de esquerda possam representá-los (o povo curdo), ninguém melhor para representá-los do que eles mesmos”, comentou o delegado do Burundi que defende a pressão do legislativo para que haja pluralidade.

Na oitava sessão, os delegados continuavam trabalhando no tópico do documento de trabalho sobre a representação política. Enquanto países, como a Somália, defendiam uma cota de 12% de curdos presentes na política, a República Popular da China, Bolívia e República Democrática do Congo achavam que a cota deveria ser proporcional ao número de curdos em cada país. A delegada do Egito rebateu, então, dizendo que não cabia a países que não passavam por essa situação estabelecer uma cota.

Assuntos como a cidadania turca para curdos e o reconhecimento desses povos pela Turquia também foram pautados. A União Africana defende a garantia oficial de cidadania para os curdos. A delegada da Turquia se pronunciou afirmando que esse não era um assunto a ser decidido em um curto espaço de tempo, mas que a longo prazo poderia ser cogitado.

Ao fim da sessão, mais de 18 das delegações presentes assinaram o documento de trabalho, incluindo o Paquistão – que se declarou contrário à causa curda no início da sessão. No domingo, 04, acontecerão as duas últimas sessões e as delegações discutiram os próximos tópicos e a proposta de resolução do tópico B.

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