Acessibilidade Digital para a terceira idade
Estamos preparados para a inclusão digital de pessoas na terceira idade?
Minha primeira experiência com acessibilidade na terceira idade foi o meu avô Martins. Ele perdeu a visão devido a um acidente de trabalho. Minha família e eu nos reinventamos em relação à inclusão e acessibilidade, mas a falta de preparo do governo, de instituições e das pessoas de modo geral, tornaram nossa caminhada difícil e as vezes até dolorosa.
Desde então me interesso por assuntos que, de alguma forma, promovem o atendimento aos deficientes principalmente na terceira idade, um grupo cada vez mais ativo no mundo digital e nós, como designers, precisamos pensar neles também.
Muitas pessoas que nasceram antes da era digital, costumam encontrar dificuldades em relação ao acesso à internet. Além da complexidade das interações digitais, temos as limitações físicas inerentes à idade, como por exemplo:
- Cataratas;
- Surdez;
- Baixa visão;
- Parkinson; e
- Alzheimer.
Portanto, fica claro que o desafio para atender todas as demandas é imenso. E para criarmos um espaço mais inclusivo e mais autônomo, o Consórcio World Wide Web (W3C) criou o Web Content Accessibility Guidelines (WCAG), que é um guia contendo diretrizes para criação de sites, aplicativos e tecnologias que sejam adaptáveis também à terceira idade.
Nesse guia, podemos encontrar tamanho e tipos de fontes, contrastes de cores, espaçamentos de linhas, campos de click, entre outras recomendações cujo intuito é melhorar a experiência dos idosos e de pessoas com deficiência. Mas ainda assim, as necessidades são muito individuais e para que tenhamos bons resultados, o segredo é a realização de testes dos nossos projetos com o maior número possível de usuários finais. Só assim saberemos o que falta para a promoção de acesso digital às pessoas da terceira idade.
Acessibilidade Digital
Segundo o IBGE, a população idosa tende a aumentar de forma significativa nas próximas décadas e a Acessibilidade Digital surgiu com uma oportunidade de incluí-los nesse ambiente informatizado.
A tecnologia está em todos os lugares, por isso devemos desenvolver interfaces apropriadas para todos, inclusive para a terceira idade. A empatia que plantamos hoje iremos usufruir no futuro, pois os jovens de hoje são os idosos de amanhã.
Pra fechar, gostaria de apresentar meu falecido avô Martins. Ele sempre será a minha maior inspiração e incentivo em relação acessibilidade.