Alguns meses em um final de semana

Como foi minha Xperiência no UX Weekend, da Mergo

Wendel Santos
Pretux
6 min readSep 21, 2021

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Se apresenta, conversa, recebe conteúdo, define problema a ser resolvido, cria proto-persona, cria briefing de plano de ação, faz task flow, cria wireframe, testa usabilidade… ufa!

Tudo isso aconteceu em apenas um final de semana e a dinâmica foi impecavelmente conduzida pela Bianca Brancaleone e a Camila Alves de Mello. Estou me referindo a minha participação na UX Weekend, da Mergo.

Me chamo Wendel Santos e atuo no mercado de marketing há 7 anos (fui vendedor durante outros 8, mas isso é papo para outro momento… rs). Desde que iniciei minha vida profissional, tinha um sonho que era o de ser designer e agora, no final de 2021, finalmente tomei a decisão de atravessar a linha da incerteza e da insegurança e iniciar os estudos na área de UX Design (no meu caso, com foco em User Interface).

Há algum tempo, venho fazendo cursos, participando de webinars, acompanhando conteúdo via Instagram, mas ainda não tinha tido uma experiência realmente imersiva no assunto e que me marcasse de forma definitiva. Até o último sábado, 18/09…

A história começa um pouco antes, em 06/09, quando recebo um e-mail da PretUX informando que fui sorteado e havia ganhado uma bolsa para fazer o curso UX Weekend, da Mergo. Não contive a alegria, pois 10 entre 10 UXers aos quais eu pedia indicações de cursos me falavam da Mergo como referência porém, os valores dos cursos me impediam de dar o passo que faltava e ele veio através da PretUX.

Bolsa garantida, ansiedade contida, chegou o grande dia. Após uma grande apresentação com uma sala cheia de pessoas ansiosas pelo curso, iniciamos os conteúdos de Design Thinking baseados na metodologia popularizada por David Kelley e Tim Brown, da IDEO, que possui 5 pilares. O primeiro que vimos foi o da EMPATIA.

1ª etapa: Empatia (entenda seu usuário)

Empatia

Trocando em miúdos, significa colocar-se “nos sapatos de seus usuários”. Para mim, a etapa mais importante do processo como um todo, pois sem concluí-la adequadamente, podemos tomar decisões enviesadas, o que comprometeria todo o restante do processo de desenvolvimento do produto/serviço.

Pesquise, pesquise, pesquise! Por que? Porque NÓS NÃO SOMOS OS USUÁRIOS! (Essa frase definitivamente ficará em minha cabeça por anos!)

Vimos os tipos de pesquisas existentes, como são aplicadas, mas em função do tempo que tínhamos, não conseguimos nos aprofundar em todos os assuntos, sendo assim, partimos para o próximo pilar, o da DEFINIÇÃO.

2ª etapa: Definição (delimite o problema a ser resolvido)

Definição

Na etapa de definição, delimitamos o problema que seria resolvido e criamos uma proto-persona*.

O problema a ser resolvido, no caso do meu grupo, foi a “Falta de controle de tempo em frente a uma tela, causada pelo trabalho remoto. Essa perda de noção temporal prejudica a saúde e até mesmo a produtividade”.

*A protopersona é um personagem criado a partir das crenças que temos a respeito do problema a ser resolvido. É criada com o uso da modelagem de usuário, hipóteses de perfis e com uma rica sessão de brainstorming onde os principais steakholders estejam envolvidos.

Essa é Heloísa Andrade, nossa querida protopersona

Após a criação da proto-persona, definimos quais eram suas dores e possíveis funcionalidades e soluções que a atenderiam. Com base no perfil de usuário e problemas definidos, partimos para a etapa - na minha opinião - mais divertida. A da IDEAÇÃO.

3ª etapa: Ideação (pense em como uma solução pode resolver o problema do usuário)

Ideação

Na etapa de ideação começamos o brainstorm das possíveis funcionalidades que nossa solução ofereceria, utilizando a metodologia HCD — Human Centered Design que, brincando com as iniciais formam também Hear (ouvir), Create (criar) and Develop (entregar). Dentro do que era desejável, factível e aplicável, partimos para a co-criação da solução, sempre respeitando o contexto, o conteúdo e os usuários.

Nossa solução foi um programa que, sincronizado com a agenda usada pelo usuário (Google Calendar, Apple Calendar, Outlook, etc), identifica através de inteligência, as lacunas ociosas e as compara com o tempo de atividade ininterrupta, para sugerir pausas de auto cuidado, redução de stress, monitoramento de humor, meditação, entre outros pontos cruciais de cuidados com a saúde. Simplificando, ele calcula quanto tempo o usuário está trabalhando ininterruptamente e sugere, caso não haja reunião agendada ou chamada em andamento, uma pausa para o autocuidado. Abre-se um modal com contagem regressiva para a pausa e ao final da contagem, a tela é bloqueada, forçando o usuário a fazer a pausa sugerida.

Pela primeira vez, tive a visão do que é um Task Flow, ou fluxo de tarefas. Essa visão ajuda a criar uma experiência compartilhada de uso e também norteia a criação da interface para o usuário. Em seguida, listamos e ordenamos as tarefas e incluímos o inventário de interface. Em uma analogia direta, é como se estivéssemos descrevendo em colunas o wireframe que montaríamos a seguir. Achei muito bacana!

Nosso task flow e o inventário de interface.

Spoiler: óbvio que na hora de desenhar você vai descobrir que faltavam telas, vai por mim…

Finalizando a sessão de brainstorm, partimos para a quarta etapa do processo, a de PROTOTIPAÇÃO.

4ª etapa: Prototipação (Mão na massa! Bora dar corpo à essa solução!)

Prototipação

Na etapa de prototipação, fomos para o Figma desenhar as telas que seriam exibidas aos usuários durante o uso de nossa solução.

Em uma dinâmica muito bem estruturada, criamos um protótipo de média fidelidade baseando-nos no wireframe que criamos, contemplando os itens que escrevemos no inventário de interface (a-ha! Agora tudo se conecta e faz sentido, não?!).

Nosso protótipo de média fidelidade… que orgulho!

Com botões posicionados, links para as ações feitos e task flow finalizado, partimos para a 5ª e última etapa, os TESTES.

5ª etapa: Teste (Valide se sua solução passa para o usuário o valor que ele espera e se é, principalmente, funcional a quem precisa ser)

Nesta etapa, fizemos uma dança das cadeiras e os grupos testaram as soluções prototipadas uns dos outros. Definimos o cenário de teste e as tarefas a serem realizadas.

Cenário e tarefas definidos para o noso teste de usabilidade

Uma dinâmica bastante interessante e que apontou vários insights que, por estarmos 100% envolvidos no desenvolvimento, não nos demos conta durante o processo de criação e prototipação. Foi interessante ver como cada usuário é único, e um task flow que imaginávamos ser praticamente linear e impossível de ser incompreendido, possuía falhas e pontos de atenção. Afinal de contas, NÓS NÃO SOMOS OS USUÁRIOS! (olha a frase aí de novo…)

Ao fim, se entendermos que nossa hipótese pode não ser boa o suficiente, ok. É preciso voltar à etapa de definição, ajustar e seguir novamente com a criação da solução. Ou ainda, se percebermos que existem outros insights bem bacanas que podemos tirar do teste realizado, neste caso, voltamos à etapa de Ideação, para pensarmos em como desenvolver aquela baita sacada vinda do nosso usuário.

Seja moderado, não moderado, de conceito ou A/B, existem apenas duas certezas na vida:

1. A morte

2. Sua solução deve ser testada

Ao final do exercício, revisamos tudo o que vimos nessa maratona de dois dias completamente dedicados ao aprendizado da Experiência do Usuário e posso dizer a todos que, minha mente se abriu de uma maneira inimaginável e aprendi conceitos muito importantes que certamente aplicarei nessa nova área para onde estou migrando.

(Ah, e que fiquei com cara de garoto intelectual na foto da turma. Fala sério, vai?!)

Na dúvida da pose, mão no queixo!

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Wendel Santos
Pretux

UX Designer em formação, analista de marketing por profissão e músico de coração.