Confie no processo — Um breve relato sobre o curso de UX da Design Circuit

Bruno Vito
Pretux
Published in
6 min readAug 3, 2022
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Por volta de setembro de 2021, tive a felicidade de ser contemplado através da PretUX com o curso de UX Design da Design Circuit, curso ministrado pelo AJ um profissional sensacional e muito verdadeiro quanto a profissão de UX, mercado de trabalho e etc. Assim, dei início a uma nova etapa da minha jornada no mundo do Design de Experiência do Usuário. Ao longo deste texto, irei apresentar o curso módulo a módulo, suas especificidades e tópicos abordados. Vamos lá?

Na aula de introdução do curso, no minuto 1:05 o AJ profere a célebre frase: Confie no processo, frase que nomeia este artigo e que resume bem tanto o trabalho de um UX Designer, quanto a trajetória de quem deseja dar seus primeiros passos na profissão.

O primeiro módulo é introdutório, nele AJ faz a apresentação do curso e de si próprio como profissional. Somos apresentados também à estrutura das aulas, à comunidade do curso que, diga-se de passagem, é incrível já que o curso conta com um canal no slack em que dúvidas são respondidas, vagas anunciadas e etc. Temos também acesso ao Notion DC e encontramos uma galeria vasta com diversos documentos, links, ferramentas, livros, enfim, um conteúdo riquíssimo disponível para os estudantes DC.

O módulo seguinte já nos depara com a introdução ao UX design, em que somos apresentados às definições de UX e UI Design, às semelhanças e diferenças entre esses termos e como elas se correlacionam; fala, também, sobre carreira e salários(sem falsas promessas). Além de explicar detalhadamente sobre a aplicação de UX Design em contextos reais e a necessidade das empresas em criar times de Design para maximizar os resultados de seus produtos.

Começando um projeto, somos apresentados aos primeiros passos necessários para dar o pontapé inicial em qualquer projeto. Aqui, quero destacar o suporte oferecido pelo curso através de conteúdos extras (a biblioteca enorme disponibilizada pela DC no Notion da comunidade). Lá há um template estruturado para iniciar um projeto do zero, como agenda, métodos de pesquisa que podem ser utilizados(de acordo com o objetivo do projeto) e etc.

Como já iniciei falando sobre a pesquisa, o próximo módulo é centrado exclusivamente neste tópico, e ele não se atém apenas aos tipos de pesquisa e etc. Neste módulo somos apresentados a mais um dos mantras do AJ, “não existe pesquisa sem objetivo”. A partir daqui, iniciamos a preparação para a realização da pesquisa, partindo da documentação prévia sobre a preparação até o objetivo da pesquisa. Nos questionamos: qual técnica será utilizada e por qual razão será esta técnica e não outra? Quanto tempo é necessário para a realização da pesquisa até que o resultado esperado seja alcançado? Qual será o entregável? Como serão recrutados os usuários e quais os critérios de recrutamento? Todos esses pontos abordados são importantíssimos para a consistência das investigações de um UX Designer e o êxito na busca de soluções para um problema, pois toda ferramenta/técnica de UX deve ser utilizada voltada a um objetivo.

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Ok, agora que realizamos a pesquisa, temos diversos insights, depoimentos e visões sobre nosso problema. O que fazer em seguida? Isso mesmo, analisar e sintetizar os dados de nossa pesquisa. A síntese da pesquisa deve ser um processo colaborativo de direcionamento entre o time de design, esse processo nos leva a um resumo preciso dos dados que foram reunidos com a pesquisa.

Após gerar nossos insights e agrupá-los, agora é necessário começar a definir e priorizar nossos esforços. Nesse momento, após aplicar diversas técnicas de pesquisa, o time de design já é capaz de identificar através dos insights algumas dores e necessidades dos usuários. A priorização de recursos ajuda a visualizar e planejar diferentes etapas do processo, como o que pode ser feito agora, e quais os próximos passos. Aqui encontramos um dos muitos desafios de um UX, como definir o que é e não é necessário em cada etapa do projeto, o que gera valor ao cliente e ao mesmo tempo ao usuário. Para isso, somos apresentados a quatro ferramentas, são elas: 2x2 Matrix, Dot Voting, Moscow, Now-Next-Later. Cada uma dessas ferramentas têm suas particularidades, vantagens e desvantagens e cabe ao Designer escolher a técnica que melhor se aplica ao time e ao produto.

Após as definições e priorizações, é hora de iniciar a concepção visual do produto. Nesse módulo AJ passa por diversos tópicos como, Heurísticas de Nielsen, Design Patterns, acessibilidade etc. Tudo isso com diversas técnicas, ferramentas e links incríveis, além de materiais auxiliares. Dentro do módulo tem praticamente um “minicurso” de figma, ministrado por um parceiro da DC (o Lucas). Esse minicurso é dividido em duas grandes aulas, a primeira aula, é uma aula introdutória, já a segunda aula traz técnicas e ferramentas avançadas para utilizar serem empregadas em seus designs .

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Após a conclusão da etapa de design, é importantíssimo realizar os testes necessários para saber como a ferramenta funciona e como possíveis usuários interagem com a mesma. Neste módulo AJ apresenta algumas ferramentas de testes, como, Maze Design, Optimal Workshop, Survey Monkey, Lookback, entre outras. Além disso, somos direcionados não somente às utilidades das ferramentas, como também às razões para utilizar cada uma delas e alguns truques de quem já utiliza essas ferramentas há bastante tempo. Neste módulo também temos uma aula inteira dedicada a documentação dos resultados de nossos testes e como podemos trabalhar melhorias e aperfeiçoamentos com os mesmos.

O nono módulo traz dicas importantíssimas sobre como apresentar seu projeto aos stakeholders. Logo no início do módulo, AJ bate na tecla da importância do contexto na apresentação, é importante entender o contexto para quem a apresentação está sendo feita e se seu interlocutor compreende os termos técnicos. O conteúdo da apresentação, deve se adaptar de acordo com seu interlocutor, nossa apresentação e linguagem devem estar alinhadas com nossos stakeholders para que possamos nos comunicar de forma clara e objetiva. Além disso, neste módulo temos também dicas de portfólio, currículo, linkedin e dicas para entrevistas. O ponto alto aqui é algo que vi pela primeira vez: AJ dedica uma aula para falar sobre comportamento pessoal, usando ele mesmo como exemplo, a fim de nos guiar para uma melhor apresentação de nós mesmos. Enfim, um módulo robusto e com diversas dicas importantíssimas para iniciantes e até mesmo Designers mais experientes.

O décimo módulo é dedicado ao handoff, ou seja, a entrega para o desenvolvimento. Aqui o curso nos dá um breve contexto sobre o trabalho dos desenvolvedores, como eles trabalham, as terminologias que usam e como os UX Designers podem ajudá-los, já que os desenvolvedores são parte fundamental na concepção de um produto. Destaque para a importância até mesmo da colaboração e participação de desenvolvedores, desde o início do projeto de design, para que nós Designers, tenhamos uma visão clara sobre o que pode ou não ser implementado. O capítulo seguinte é dedicado a formatura.

Após toda essa trajetória é interessante refletir sobre o quanto o mundo de UX é extenso. Quando vemos posts e textos dizendo que UX não é só desenhar telas bonitas, nós (iniciantes) não temos a menor ideia do leque de processos e ferramentas que fazem parte do todo, muito além do figma e do miro, o trabalho de um ux depende de diversas outras ferramentas e para além de ferramentas, precisamos também de olhar crítico, empenho e o mais importante de tudo, precisamos ser curiosos, precisamos encarnar nossas crianças interiores e perguntar incessantemente o porquê das coisas.

Ter a oportunidade de realizar o curso da DC, um curso que conta com diversos extras, mais de 100h de mentoria, uma comunidade incrível no slack sempre disponível para bate papos e esclarecimento de dúvidas, foi um grande passo para a minha carreira, agradeço a PretUX e à Design Circuit pela oportunidade. E agradeço também a você que leu este breve relato.

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