Design System por um olhar diferente!

Pra começar, quero agradecer a oportunidade cedida pela minha comunidade Pretux :-)

Jeniffer Lacerda
Pretux
5 min readOct 26, 2021

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Por onde começar um Design System?

Iniciar um design system é um desafio grande para muitas pessoas porque, para começar um, é preciso entender muito sobre a empresa onde trabalha, e às vezes isso não é tão fácil de resolver. Mas, com o avanço do mercado tecnológico, existem várias ferramentas que nos ajudam a trabalhar melhor e de forma eficiente. Vou trazer alguns exemplos nesse artigo, mas é claro que você pode acrescentar outras ferramentas que tenham o mesmo propósito.

Não existe um padrão de trabalho dentro do design, cada um trabalha no seu ritmo, com os seus conhecimentos e experiências, com as ferramentas que mais se identificam. Então, é muito difícil automatizar o nosso trabalho; independente do projeto que esteja fazendo, a velocidade das coisas faz crescer cada vez mais a complexidade e a necessidade de entender melhor sobre negócio, sobre o contexto do usuário e suas dores. Por isso, são desafios enormes para se resolver.

Mas, entretanto, todavia…. é preciso existir, dentro das organizações, um certo padrão, principalmente no quesito visual já que os designers de uma equipe estão sempre em movimento e fazendo coisas novas. Não ter uma ferramenta para alinhar todos os trabalhos e decisões, pode criar um certo caos, ou a “entropia do designer”, o que distorce o processo de trabalho. Por esse motivo é importante escalar o design.

Metodologias Ágeis para aplicar no DS

O Design System é um processo composto por 12 princípios descritos na imagem ao lado, todos eles extremamente importantes para o desenvolvimento do processo. Entender e trabalhar bem cada um deles ajuda a tornar resultado mais tangível.

Existem, também, 4 fundamentos-chave, para compor esse processo de DS, que são:

  • Primeiro: indivíduos e interações acima de processos e ferramentas; isso significa entender a necessidade dos usuários e partir desse princípio;
  • Segundo: software funcionando acima de documentação abrangente;
  • Terceiro: colaboração com o consumidor/cliente acima de negociação de contratos significa que se precisar durante o processo haver uma mudança no escopo do projeto, essa comunicação é importante para resolver o problema;
  • Quarto: responder a transformações/mudanças mais do que seguir um plano, ou seja, ser mais responsivo com as entregas e não se apegar a um processo gigantesco traz mais agilidade no trabalho.

O DS não é um processo que vai acontecer só durante as fases de desenvolvimento ou antes dele, mas sim, algo que fica constantemente acontecendo durante todo o projeto. Por isso, é preciso colaboração de outras partes bem como desenvolvedores e analistas de negócio porque, mesmo depois de desenvolvido, continuamos melhorando esse produto, trazendo novas funcionalidades e perspectivas. O bom design é construído por crítica constante, e a visão das outras pessoas de áreas diferentes pode ajudar no ganho de resultados.

Contudo, o principal objeto da metodologia ágil é mudar o formato de trabalho, diminuindo o tempo do processo, para assim não haver apego aos escopos e ter maior flexibilidade em situações que exijam mudanças.

Métricas de Agilidade

É importante para quem deseja publicar um DS medir as métricas do trabalho desde o começo, assim como saber onde estão e como melhorar o processo. Porque sem essas métricas, fica difícil identificar o quanto está sendo entregue por semana e se tem qualidade.

Quando falamos de métricas, temos sempre que considerar que elas influenciam o comportamento do time. Imagina um projeto muito complexo, em que precisamos quebrar seu desenvolvimento. São as métricas (feitas corretamente) que diminuirão as chances de atrasos no projeto. Então, medindo corretamente as partes do trabalho, conseguimos moldar o time para entregas mais eficientes e exatas.

Porém, dentro das métricas não podemos medir apenas a velocidade, e tampouco confundir agilidade com rapidez, porque muitas vezes velocidade não significa qualidade.

Não é porque eu estou entregando rápido que o meu trabalho tem qualidade.

Então, ao analisar as métricas, podemos usar como base os quatro domínios da agilidade: Negócio, Organização, Qualidade técnica e Cultura da empresa.

Por fim, observar se cada entrega está atingindo os objetivos propostos no início do projeto é muito importante, assim como certificar-se de que o time está resolvendo problemas reais, se o lançamento de nova funcionalidade está entregando valor e se realmente estamos mudando a perspectiva do negócio para melhor.

As métricas comuns mais usadas para medir negócio são: Lifetime Value, Churn e Cost of Delay.

As de organizações são: Lead Time, Work in Progress e Waiting Time.

No caso de qualidade técnica são: Cobertura de testes, Bugs, Performance e Segurança.

E, por último, as métricas cultural: Squad Health Check Model e Hapiness Radar.

O Sucesso do Design System

Partindo do princípio que o sucesso do DS está muito mais relacionado com o tamanho do time de produto e da maturidade da empresa, podemos concluir que as metas também vão ser baseadas nisso, ou seja, se sua empresa for muito iniciante ou se não tiver uma forte atuação na área digital, certamente vai interferir no sucesso do DS. Mas, mesmo diante desse cenário, é possível medir o sucesso do DS nem que seja internamente e não algo muito extenso alinhado a metas corporativas…

O DS tem muito valor, mas também muitos desafios vêm no pacote e um dos maiores, é definir as metas e justificar o porquê de elas serem metas, e no final conseguir atingir os resultados esperados.

OKR’s trazem uma certa visibilidade, de forma eficiente, mensurável e flexível, o que permite que você consiga ter uma previsão de resultado. Significado de cada letra:

O — Objetivos;

KR — resultado chave;

É uma métrica muito útil — no Objetives, você define onde quer chegar e no Key Result você diz como vai chegar, como vai medir e como vai mostrar o resultado dessa métrica. Uma prática bem antiga, mas ainda não usada por muitas empresas, então é importante alinhar como as métricas compartilhadas são medidas.

Os OKR’s podem auxiliar no direcionamento dos seus esforços, melhorando o foco nas metas sem sair do planejamento. Normalmente eles são trabalhados de forma trimestral.

Sugestão de OKR’s para trabalhar no DS: Adoção, Acessibilidade e Comunidade.

Às vezes, medir a eficácia ou a qualidade de um produto pode ser um trabalho muito difícil se a empresa já tiver um programa no qual possa se basear, mas é muito importante usar como base para direcionar suas metas, assim ganhando força em novas negociações dentro do projeto.

Espero que o conteúdo tenha ajudado a entender um pouquinho sobre Design System.

Até a próxima =)

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