Métodos ágeis e desenvolvimento de produtos

VanessaCampoy
Pretux
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5 min readOct 25, 2022

Em setembro iniciei o curso Agile Methodologies da escola portuguesa Edit Disruptive Digital Education, com apoio da

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Esse curso sobre metodologias ágeis não poderia ter vindo em hora melhor, já que eu tinha acabado de entrar para uma squad e estava um pouco confusa com todos aqueles termos que o time usa para se referir ao Scrum.

Começamos o curso com uma pergunta: O que é ser ágil?

Leopardo correndo

Claro que logo pensamos em velocidade e para espanto da maioria a resposta estava errada.

Ágil está ligado a entregar valor desde o início, aprender com feedbacks, ser eficiente, ter foco, ter comunicação de qualidade entre os membros da equipe, sempre procurar pela melhoria, entre outras coisas.

E claro que ficamos curiosos em saber, o que é o contrário do ágil?

O método tradicional que também pode ser conhecido como Waterfall (Cascata), trabalha de forma cronológica, todas as fases na construção do projeto são dependentes, ou seja, para começar uma nova fase é necessário ter terminado a anterior.

Os custos, cronogramas, design, entregas e tudo mais que o projeto possa ter é definido no começo e isso tem como pontos negativos: um longo período de planejamento, demora para ver algo concreto, pouco espaço para adaptação e criatividade e o pior de todos, se algo der errado só será percebido depois que tudo estiver pronto.

E como saber o que usar?

Quanto mais definido for, mais o tradicional vai funcionar.

Quanto menos definido, mais o ágil funciona.

Outro conceito que conheci foi o VUCA e ele tem tudo a ver com o ágil.

VUCA é um acrônimo para Volatile (volátil), Uncertain (incerto), Complex (complexo) e Ambiguity (ambiguidade).

Volatilidade: mostra que é necessário se adaptar, pois a quantidade de mudanças e a velocidade com que acontecem são muito grandes.

Incerteza: com a velocidade que as coisas mudam é difícil prever qual solução realmente será eficaz para um problema que surgir a médio e longo prazo.

Complexo: como tudo se conecta tomar uma decisão se torna mais difícil já que é necessário pensar em vários fatores.

Ambiguidade: como saber qual a interpretação correta para resolver um problema complexo.

Imagem com 3 post-its coloridos com as palavras To Do, Doing e Done.

Após essa introdução conhecemos alguns frameworks para aplicação das metodologias ágeis, vou falar sobre as duas mais usadas no momento:

Scrum

O Scrum é um framework para desenvolvimento de produtos. A metodologia Scrum tem como base os valores e princípios do manifesto ágil.

Indivíduos e interações mais que processos e ferramentas
Software em funcionamento mais que documentação abrangente
Colaboração com o cliente mais que negociação de contratos
Responder a mudanças mais que seguir um plano

Eventos do Scrum

Sprint | Sprint Planning | Daily Scrum | Sprint Review | Sprint Retrospective | Backlog Refinement

Kanban

O Kanban foi criado pela empresa japonesa Toyota na década de 60. O método funciona com o uso de um quadro, colunas e cartões coloridos, esse quadro na maioria das vezes é divido em três colunas: na primeira coluna estão as atividades A FAZER, na segunda coluna FAZENDO e na terceira coluna FEITO.

Em cada cartão deve ter o nome do responsável e a prioridade da tarefa.

A ideia do quadro é legal, pois fica visível para que todos as pessoas da equipe possam ver, o que torna a comunicação clara. O quadro não precisa ser apenas físico, o Trello é uma ótima opção.

Chegou a hora de falar de produtos

Definimos um produto como qualquer coisa que pode ser oferecida a um mercado para apreciação, aquisição, uso ou consumo e que pode satisfazer um desejo ou uma necessidade…

Philipe Kotler

Alguns pontos da gestão de produtos:

  1. Conhecer o público alvo: quem são as pessoas que serão beneficiadas com o produto;
  2. Quais são as necessidades desses usuários: qual a real dor do usuário e qual seria a melhor maneira de saná-la por meio de um produto;
  3. Objetivos de negócio: realizar o Product Discovery para reduzir os riscos de investir tempo e dinheiro em algo que não gera valor;
  4. Principais funcionalidades do produto: quais funcionalidades realmente vão fazer diferença na etapa em que o produto se encontra;
  5. Competidores: conhecer as estratégias e produtos dos concorrentes;
  6. Custos: quais serão os custos para desenvolver o produto;
  7. Canais de divulgação: quais serão os meios de divulgação do produto.

O desenvolvimento de produtos envolve muitas pessoas, pesquisas e equipes diversas dentro da empresa, é importante conhecer muito bem o problema que o produto pretende resolver, saber quem serão as pessoas beneficiadas, se é o momento certo para implantar a solução.

A matriz CSD e o mapa de afinidades ajudam na hora de organizar as ideias.

Pesquisas qualitativas e quantitativas são importantes para entender o comportamento dos usuários e os números de alcance da proposta.

Entender o que deve ou não ser priorizado, a ferramenta RICE auxilia na avaliação de cada ideia do projeto.

Consultar a pirâmide de Maslow para saber qual valor seu produto agregará ao usuário.

Esses foram apenas alguns tópicos dos encontros que tivemos, que além do conteúdo em si ser muito bom me trouxe a oportunidade conhecer pessoas com uma cultura diferente já que estudei com portugueses e a maioria trabalha para empresas de diferentes países.

Outro ponto positivo é que as aulas foram ao vivo e com um número pequeno de pessoas, e isso possibilitou tirar as dúvidas conforme iam surgindo.

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VanessaCampoy
Pretux
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Cada dia mais apaixonada pelo universo de UX Design.