Mantenha a calma e confie no processo.

Um resumo (sem finalização) sobre minha trajetória no bootcamp cohort em UX Design da How

Paulo Machado
Pretux
7 min readApr 14, 2022

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Photo by Headway on Unsplash

Próximo ao fim do último ano me sentindo saturado em minha área de atuação (sou designer gráfico por formação e atuo na área de direção de arte), e decidido que precisava fazer algo diferente em minha carreira, fui atrás de adquirir conhecimentos para ampliar meus horizontes e me tornar um Ux designer.

No início, foi uma trajetória difícil e confusa, buscava por artigos e vídeos com intuito de obter um certo conhecimento do tema, mas ainda me sentia sozinho e um pouco perdido. Sem muito saber para onde ir, decidi: vou fazer uma pós graduação focada em UX, acreditando que era isso que faltava. Um certo dia, na busca por instituições que ofereciam essa pós, me deparei com uma publicação no Linkedin em que o autor mencionava a PretUX. Até aí eu não conhecia a comunidade.

A PretUX é uma comunidade que busca potencializar a inserção de pessoas pretas no mercado de trabalho em UX. Além de diversificar os times, queremos conquistar espaços de liderança por meio do apoio emocional e qualificação profissional de pessoas pretas.

Pesquisei, me inteirei sobre a comunidade e comecei a fazer parte. Lá dentro, em busca de informações sobre uma pós me deparei com o Eder, que promoveu um papo sobre pós/cursos e também sobre migração de carreira. Nesse papo, falamos sobre a necessidade de se ter uma pós/cursos e eles me apresentaram os bootcamps, falamos sobre algumas opções e saí dali convencido de que a pós não era a melhor opção no momento e que considerar o bootcamp seria o caminho.

Um dia, navegando pelas conversas no grupo da comunidade, notei que aconteceria um sorteio de bolsas para alguns cursos/bootcamps/eventos. Não muito confiante (sou uma pessoa que não se saí muito bem em sorteios) mas ainda assim com uma esperança, eu me inscrevi. No fundo tinha o sentimento de “vai que dá certo, não custa tentar, né?”. Dentre todos os participantes da comunidade, dois nomes seriam sorteados para a bolsa da How Bootcamps e quem diria que no dia do resultado meu nome estaria lá? Isso aconteceu e assim tudo começou.

Sem mais delongas

No primeiro encontro recebemos uma introdução sobre todo funcionamento, plataformas e fomos apresentados aos facilitadores, Lucas Martinichen e Rafaela Grochewski, que fizeram um bom trabalho nesse período repassando um pouco de sua bagagem.

  • Antes de continuar um resumo do resumo: o bootcamp funcionou basicamente assim — durante 4 intensos finais de semana nos reunimos ao vivo pelo zoom para os encontros. Nesses encontros, nós ouvimos muito, falamos muito, praticamos muito, MUITO MESMO, e recebemos pessoas externas que atuam na área para nos auxiliarem em mentorias. Uma dessas pessoas foi a Samantha, que foi quem teve mais contato com meu grupo e nos auxiliou bastante. Em conjunto com esses encontros ao vivo, recebemos acesso a diversos materiais complementares que ficam gravados para assistirmos no “período livre” entre os fins de semana. Todo material gravado fica disponível durante um tempo após a conclusão do bootcamp para consulta. Além desse conteúdo, utilizamos o slack para conversar com o povo sobre o tema e também com participantes das turmas anteriores.

Em meio a todos os participantes, sortearam grupos, temas de estudo e lançaram o desafio que, em resumo, seria pesquisar e desenvolver algo a partir do tema: eventos esportivos e tecnologia 5g. Complexo, hein? Sim, mas calma!

Double Diamond, todas as etapas do processo.

Em seguida fomos apresentados ao Double Diamond (duplo diamante, para os mais íntimos), que é um processo de design criado pelo British Design Council em 2015. Ele mapeia os estágios divergentes e convergentes de um processo de design, e descreve modos de pensar que os designers usam. O Double Diamond captura os pontos em comum do processo criativo entre as disciplinas e o divide em 4 fases distintas: Descobrir, Definir, Desenvolver e Entregar(prototipar). O Double Diamond é um processo não linear, em que você aprende uma coisa nova a cada etapa, sendo melhor aplicado em processos de descobrimento longos, em que não se conhece o resultado final.

Double Diamond, focando na primeira etapa de divergência, a Descoberta.

Dada largada a primeira etapa do duplo diamante (descoberta), sem conhecer muito o grupo e ainda no escuro, começamos por uma desk research em busca de informações sobre essa temática que usaríamos no futuro.

Obs.: Neste momento, cada integrante do grupo fez pesquisas com bases em coisas distintas. Como dito anteriormente, ainda estávamos no escuro, mas consequência disso é que encontramos coisas semelhantes como, por exemplo, o custo de eventos esportivos, o gasto com dinheiro/tempo com deslocamento, a falta de tempo para praticar esportes, o medo de iniciar um novo esporte, a falta de conhecimento sobre a tecnologia 5g (apenas entendendo como uma internet de alta velocidade).

  • Vale ressaltar, para documentar todo processo utilizamos a plataforma Miro

Reunimos essas similaridades e fomos para uma Matriz CSD. Nesta etapa, encontramos dúvidas, muitas dúvidas e algumas suposições, ainda um pouco confuso, mas isso iria nortear nosso processo em breve. Detalhe, foi nesse momento que a Rafaela Grochewski disse pela primeira vez a frase que iria mudar tudo: mantenham a calma gente, confiem no processo. Com essas dúvidas, elaboramos uma pesquisa qualitativa (realizada através de vídeo chamada), para ter detalhes de algumas informações e em seguida fizemos uma pesquisa quantitativa para validar outras, terminamos esta etapa com a tarefa dos 5 porquês.

Double Diamond, focando na primeira etapa de convergência, a Definição.

Na segunda etapa do nosso diamante (definição), traçamos um perfil de cliente com base em nossas pesquisas anteriores em busca de dores e ganhos, que nos ajudaram na próxima tarefa que foi a “how must we”.

No How must we ou como podemos, elaboramos algumas perguntas e usamos uma adaptação da how semelhante ao zen voting e chegamos à seguinte construção:

Como podemos incentivar a prática de atividades físicas em pessoas que utilizam internet e buscam confiança para uma prática presencial, em ambientes onde é necessário apenas a conexão com a internet? Porque algumas pessoas tem medo de praticar e acabam nem tentando.

Com base em nosso “como podemos” e em pesquisas que mostram a quantidade de brasileiros com acesso a smartphone e internet, optamos por desenvolver um app mobile que cumprisse com essa demanda.

Double Diamond, focando na segunda etapa de divergência, o Desenvolvimento.

Com isso em mente, passamos para a terceira etapa do nosso diamante (desenvolvimento). Iniciamos um processo de benchmark em busca de produtos/serviços que ofertavam algo parecido.

Tendo captado as informações necessárias, elaboramos um moodboard para ter visível onde deveríamos chegar. Após isto, fomos para o papel e caneta (ferramenta de trabalho muito utilizada pelos jovens adultos nascidos antes do início dos anos 00’s), para aplicar a técnica Crazy 8s e criar nosso rabisco frame. Fizemos o rabisco frame, refinamos e passamos a elaborar um fluxo de usuário seguindo algumas das Heurísticas de Nielsen, para conseguirmos elaborar toda uma estrutura bem definida.

Agora entra a parte que eu citei lá no título em que dizia — um resumo sem finalização, lembram? — Então, o protótipo finalizado em alta, navegável e com maiores detalhes do processo não vai aparecer por aqui AINDA. Meu grupo e eu estamos trabalhando para desenvolver nosso MVP. Em breve, terei um edit por aqui com link para o projeto.

Double Diamond, focando na segunda etapa de convergência, a Entrega(prototipação).

Entramos, então, na quarta e última etapa do diamante (entrega/prototipação). Para isso, tivemos um aulão de Figma (vale ressaltar que no conteúdo gravado tem um módulo especial dedicado ao Figma) e começamos a dar vida ao nosso app.

Colocamos o protótipo para “funcionar” de forma navegável, utilizando as próprias ferramentas dentro do Figma. Fizemos uma apresentação em grupo e finalizamos o bootcamp com um bom papo sobre portfólio e carreira.

Tudo isso aconteceu no decorrer de 4 longos finais de semana, durante os meses de março e abril. Foram finais de semana cansativos, intensos e proveitosos. Foi bastante conteúdo e muita mão na massa; foi rápido mas, ao mesmo tempo, tudo muito claro e objetivo. Novamente agradeço à Pretux por essa oportunidade e também as integrantes do meu grupo, Michelle, Isabela e Fabiane. Obrigado pela paciência e comprometimento com o projeto, confiamos e tudo deu certo. Minha trajetória para me tornar um profissional de UX está só começando. É isso e nos vemos em breve.

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