"O design do dia a dia" para quem tem poucos minutos
Este textinho é para você que, assim como eu, está sem tempo.
Abaixo, reuni um compilado com algumas das principais ideias de O design do dia a dia. Conhecido popularmente como a "bíblia" do UX, esse livro foi escrito pelo Donald Norman, co-fundador da prestidigiadíssima Nielsen Norman Group.
🧠 Para sempre lembrar
- O design é comunicação entre quem faz (designer) e quem usa (usuário).
- Objetos simples devem explicar a si mesmos por meio de sua aparência — e quando os objetos não são simples mas, ainda assim, são bem projetados, eles contêm indicações claras de seu uso.
[…] quando um artefato tão simples como uma porta tem de vir acompanhado de um manual de instruções — mesmo um manual de uma palavra –, ele é falho, deficiente e mal projetado em termos de design. (p. 126)
- Padrões são bons! Quanto mais arbitrário forem os comandos necessários para fazer algo acontecer, mais o usuário se frustrará ao tentar desvendar o produto.
- Mais grave do que a frustração será a culpa que a pessoa usuária irá sentir por não conseguir manusear corretamente o produto. Atribuindo a culpa a si mesmo, o feedback de que o produto está mal desenhado não chegará nos verdadeiros culpados: os designers que o fizeram.
- A melhor forma de evitar os erros é impedindo que eles aconteçam sempre que possível. Não tenha medo de restringir as opções. :)
- O produto ideal equilibra beleza estética, confiabilidade, segurança, usabilidade, custo e funcionalidade.
- O que é necessário precisa ser visível!
- Torne simples: as pessoas precisam lidar com milhares de objetos todos os dias. É presunçoso achar que elas se lembrarão de particularidades específicas. Sempre que possível, aproveite modelos que já estão consolidados no imaginário delas.
⛳ O buraco é mais embaixo
- Nada de inserir o usuário só na hora de testar o produto! O design centrado no humano exige que considerações sejam levantadas desde o início.
- Nós tendemos a buscar explicações para as coisas. Na ausência de informações externas, o terreno se torna fértil para a formulação de teorias com base nos modelos mentais que possuem em seus repositórios.
[…] modelos mentais, os modelos que as pessoas têm de si próprias, dos outros, do ambiente e das coisas com as quais interagem. As pessoas formam modelos mentais através da experiência, treinamento e instrução. (p. 40)
- Fornecer feedback é a maneira mais eficaz de evitar a causalidade — que as pessoas atribuam causas incabíveis a um acontecimento porque ele aconteceu em seguida de outro.
💡O tamanho da missão é diretamente proporcional à sua complexidade
Para produtos complexos, com várias ações possíveis, é essencial que cada comando tenha seu respectivo controle. Quando o número de funções é igual ao número de controles, cada um desses pode ser especializado, rotulado e identificado.
Lembrando: a visibilidade é necessária também por isso, já que age como um lembrete das possibilidades e permite que o controle seja específico sobre como sua determinada ação pode ser executada.
Complexidade e dificuldades adicionais irão surgir em todos os projetos, mas podem — e devem — ser minimizadas com um design inteligente.
☂️ Minhas impressões sobre o livro
É definitivamente a leitura perfeita para quem está iniciando sua jornada no mundo do UX — o que foi o meu caso. Apesar de repetitivo em alguns pontos, sinto que o autor utiliza desse artifício justamente para fixar alguns conceitos importantes na mente da pessoa que está lendo.
Mais do que os princípios técnicos da área, o livro também ajuda a construir um mindset voltado para o design centrado no humano, desconstruindo alguns conceitos e crenças limitantes do senso comum.
É um livro denso, mas para mim ele serviu para tirar o UX design da caixinha das interfaces digitais: uma boa experiência precisa ser oferecida em todos os produtos que querem dar certo. Para além da utilidade, não gerar frustração na pessoa que se dispõe a gastar o seu tempo com o seu produto também é essencial.
