Pensamento crítico, interdisciplinaridade e Gestão de Produto: o que tem a ver?

Luiz Antonio Melo
Pretux
Published in
3 min readJul 22, 2021

O pensamento crítico ou a capacidade analítica, assim como a interdisciplinaridade ou a habilidade de transitar entre diferentes áreas (negócios, pessoas e tecnologia) são competências fundamentais para a Gestão de Produto. Você já parou para pensar em que momentos da sua carreira já teve que dispor dessas ferramentas sem perceber?

Este breve relato sobre o Workshop de Gestão de Produtos oferecido pela How Bootcamp, ao qual tive acesso por meio da bolsa de estudos da PretUX, tem como objetivo tratar daquilo que, para minha surpresa, constitui algumas das principais competências da gerência de produtos: o pensamento crítico e a interdisciplinaridade.

Por muito tempo resisti à ideia de migrar de área, pensando que teria que sacrificar anos de estudo e formação em Filosofia e Educação, por uma necessidade de recolocação urgente no mercado de trabalho. Tal ideia me assustava, pois seria um sinal de que tudo aquilo que me preparei para fazer nos últimos dez anos seria jogado fora.

Eis que, logo no primeiro dia do Workshop de Gestão de Produtos, percebi que nem tudo estava perdido. Descobri algumas das principais habilidades esperadas de um gestor de produto, tais como: fazer as perguntas certas (pesquisa), elaborar e testar hipóteses (validação), bem como resolver problemas complexos de uma perspectiva interdisciplinar e crítica guardavam um alto grau de familiaridade com os objetivos de aprendizagem que desenvolvia com meus alunos em sala de aula na disciplina de Filosofia.

Pensar de forma crítica significa colocar de lado os pressupostos, as certezas não fundamentadas, os “achismos’’, em outras palavras, investigar, questionar, perturbar a realidade para que a verdade possa vir à tona. Ao término do workshop, me dei conta de que o pensamento crítico pode ser feito tanto em um contexto escolar de formação de estudantes na educação básica, quanto no mundo dos negócios, inovação e tecnologia.

Umas das premissas básicas da gestão de produto é a definição do que deve ser feito. Não adianta ter o melhor time de marketing, negócios ou tecnologia, se o produto não resolve o problema de nenhuma pessoa ou consumidor realmente existente, nem iniciar o processo de lançamento de um produto com base em suposições.

Além do pensamento crítico, espera-se de um gerente de produtos a eficácia na priorização de tarefas, a capacidade de mediação entre as partes interessadas nos três níveis (negócios, pessoas e tecnologia): a perspicácia na análise da concorrência direta e indireta (negócios), a compreensão da factibilidade do produto a ser desenvolvido (tecnologia) e sobretudo, a empatia no que diz respeito às dores e necessidades do cliente ou consumidor (pessoas).

É, sem dúvidas, uma atividade para pessoas versáteis, que gostam de investigar e resolver problemas e, no entanto, diferente de outras áreas, a colaboração entre pares é um diferencial. As pessoas que compõem os times se ajudam mutuamente tendo em vista o crescimento do todo.

Infelizmente, ainda estamos presos a esquemas de pensamento limitados que não permitem que enxerguemos a potência que acumulamos em nossas trajetórias, muitas vezes nos encontramos enclausurados em estereótipos e categorias imobilizadoras.

O que posso dizer ao final deste curso, para aqueles que assim como eu estão na busca de novos desafios em suas carreiras, é que se permitam um tempo de reflexão e autoconhecimento para ampliar os horizontes e perspectivas sobre si mesmo.

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