Uma jornada pelo Design Thinking

Samanta Rodrigues
Pretux
Published in
4 min readJan 25, 2022
Photo by Jessica Felicio on Unsplash

Eu estava intrigada porque começou um momento na minha vida com menções ao Design Thinking vindas de vários lados. Eram pessoas nas redes mostrando em suas rotinas profissionais, citações em materiais de UX… A cereja do bolo veio quando me inscrevi em um curso de tecnologias e acessibilidade baseado totalmente nessa metodologia.

No meio dessas sincronicidades todas, eu não pensei meia vez quando apareceu a oportunidade de estudar sobre o assunto a fundo. Era uma iniciativa da PretUX em conjunto com a Echos, de oferecimento de uma bolsa para seu curso de Design Thinking Online: me candidatei e consegui.

Um ponto importante é deixar estabelecido que em minha realidade de mulher brasileira com quatro jornadas — estudos, trabalho, maternidade e afazeres domésticos— é BEM difícil conciliar cursos com horários síncronos ou em finais de semanas inteiros, com prazos apertados. Infelizmente não foram poucas as vezes que mesmo interessada ou com condições financeiras, não fui adiante na inscrição por conta justamente dessa questão de horários. No curso de Design Thinking da Echos? Eu tinha seis meses para concluir.

Você disse SEIS meses?!

Em minha trajetória profissional, adquiri tranquilidade através dos anos de trabalho e estudos para responder que sou uma cientista, uma exploradora, uma artesã, uma facilitadora. Mas designer? Não, não.

Aí, logo no início das aulas, encontrei a citação do Bill Moddridge de que

“Design não é sobre a coisa, mas sobre o que a coisa faz a gente fazer.”

O que me remeteu para minha velha amiga Linguística Aplicada, que considera não o idioma sozinho, mas como ele está sendo usado. Não é o produto, mas o processo — e lá estava, uma das premissas do Design Thinking, fazendo eco em um dos meus campos de estudo e trabalho.

Em outro momento, o palestrante em uma das aulas comentava sobre como é essencial para o design uma mentalidade que considera a usabilidade para as pessoas. Do contrário, tem-se um design ruim. Um exemplo são as portas de vidro, porque sempre geram dúvida mesmo com sinalização do sentido que abrem/fecham além de não serem acessíveis — quem nunca trombou numa porta de vidro ou leu o push=puxar?

Quem nunca?

Minha jornada no curso continuou e vieram as conversas sobre a tão badalada empatia, etapa essencial no processo do DT. É a partir dela que vamos criando e pensando em estratégias para o que se pretende desenvolver. Pensar na necessidade da outra pessoa e em como o que ofereço vai ajuda-la. Opa, e lá veio outro eco, não é disso que procuro tratar nas tantas aulas que já planejei e realizei?

Foco no processo, na empatia e em realizar. Sim, porque é por aí mesmo, DT não é para ficar no trabalho mental só por ficar. Há que se tomar uma dose de coragem bem estruturada com as etapas anteriores e desenvolver um protótipo. Essa foi uma etapa desafiadora e reveladora durante minha experiência no curso. Velhos conceitos voltaram e precisei reencontrar o caminho para definir e então construir.

Todo esse movimento só pode acontecer porque a estrutura do curso tem vídeos assíncronos, material para download e Slack para interação. Então a gente pode voltar, reler, assistir os vídeos com mais calma e refazer as atividades. Em cada um dos seis módulos tem exercícios e cases reais. A linha-mestra do curso é a realização de um desafio a ser escolhido pela própria pessoa participante.

Como podemos aprender melhor? Realizando!

Além dos seis módulos, o curso ainda oferece um módulo extra de vídeo aulas. São conteúdos variados, cases e webinars com palestrantes que trazem suas perspectivas e vivências com DT. Valeu muito assistir esse módulo porque as conexões que eu estabeleci com o que tinha aprendido anteriormente foram ótimas.

Uma jornada tem (ou deveria ter) um destino/objetivo. Para mim, era aprender e aperfeiçoar, através de uma fonte confiável, meus conhecimentos em Design Thinking. O que eu não contava era chegar no meu destino com bagagem extra: inspiração para construir através da metodologia. Percebam, não me era óbvio trabalhar com “processo focado na diferença do que minha criação vai fazer para a vida das pessoas” e me compreender uma designer — já que eu não tinha uma formação “clássica” de faculdade ou curso especializado. Agora? Minha resposta vocês já sabem: sim, sou designer.

Meus agradecimentos para a Comunidade Pretux que possibilitou essa experiência para mim e vem construindo pontes para tantas outras pessoas.

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Samanta Rodrigues
Pretux
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Artesã de palavras, criadora de universos, professora, pesquisadora. Mãe do Oliver.