Como o Design pode ajudar você a tornar seu negócio sustentável a longo prazo

Anne Freitas
Prisma Design Thinking
5 min readFeb 1, 2018

Bom, você tem um negócio ou uma ideia, geralmente o que você pensa: por onde eu começo?

Com a acessibilidade da internet, uma grande parte das pessoas pensa em montar um site.

Bom, pelo menos era o que eu pensava, grande parte por ser uma profissional que trabalhava com internet, mas os anos se passaram, eu fui tendo contato com a área de empreendedorismo e comecei a observar como as pessoas estruturavam seu negócio, estrategicamente ou não.

Fui aprendendo diversas coisas, e comecei a pensar como o Design poderia ajudar nesse processo, não apenas na pequena, média ou grande empresa, mas como o design contribui para a estratégia de um negócio ser sustentável a longo prazo?

Eu cheguei à conclusão que existe uma coisa essencial que nós, como designers, especialmente quando se trata dos de experiência do usuário ou de produto, praticamos a todo momento, mas que as pessoas no geral não aplicam: validação.

Validação? Mas como assim, o que você quer dizer por validação? Bom, eu fazia isso a anos, mas também não enxergava como validação, depois, com o tempo, eu percebi que para cada nível de maturidade de um projeto existe uma forma de validação.

O ponto é que, em todo caso, para qualquer tipo de projeto sair da ideia e tomar forma, é necessária uma validação.

Existem várias maneiras de você validar uma ideia:

Pesquisa de mercado: você pesquisou no seu bairro, em outros bairros, cidades, “deu um google”, encontrou pessoas que vendem a mesma coisa que você? Ou produtos parecidos? O que você oferece de diferente: preço, comodidade, qualidade?

Pesquisa com usuários: várias empresas fazem isso de tempos em tempos, o problema é que elas esquecem de por em prática o feedback dos clientes. Você pode fazer um Google Forms e fazer postagens no Facebook, você pode sair fazendo uma pesquisa com pessoas na rua, você pode utilizar uma mídia social que você tenha um grande número de contatos, pode sair distribuindo panfletos, cartões de visitas, enfim, maneiras de fazer isso não faltam, mas o importante mesmo é você ter um jeito de consolidar o resultado da ação que você promover.

MVP: para quem não sabe MVP quer dizer Minimum Viable Product, traduzindo para o português, significa produto mínimo viável. Essa etapa, na minha opinião, deve ser feita depois das acima, se possível, fazer as duas e depois partir para o MVP. Você viu que sua ideia tem potencial, que existe um mercado e que as pessoas comprariam, mas até aí, as pessoas somente disseram isso. Você vai perceber que grande parte, ás vezes só estava tentando ser simpática.

Por isso é necessário expertise para realizar entrevistas. Mas você fez isso e chegou a conclusão que existem realmente pessoas dispostas a comprar sua idéia, usar seu produto ou serviço.

Mas mesmo assim, o que eu recomendo é que antes você investir seu dinheiro suado você precisa de dados objetivos, certo? Ou se você não tem um capital grande, talvez não seja necessariamente um impedimento para começar.

Existem várias maneiras de você ver se seu produto/serviço funciona de maneira objetiva, para isso são necessários dados, para colher esses dados, não necessariamente você precisa ter um site.

Aí entra outro conceito de design: o protótipo.

Protótipo é uma amostra do seu serviço ou produto, qualquer que seja ele, o objetivo é você verificar se você realmente consegue viabilizar a sua idéia em algo que gere lucro e que seja possível de ser reproduzido comercialmente.

Veja alguns exemplos:

  • Quero abrir um salão de beleza: depois que eu divulguei o serviço, quantos cortes/penteados/manicure, etc, eu consegui fazer?
    (Você pode atender a domícilio, não precisa ter um salão)
  • Eu quero abrir uma loja de bijuterias: você já fez uma quantidade razoável de peças, calculou o custo levando em consideração quanto você gastou, seu trabalho, nível de complexidade e lucro? Depois disso, já tentou vender para suas amigas, ou oferecer em lojas?
  • Eu tenho uma perfumaria, e gostaria de abrir outra loja, mas não tenho capital: e se você começasse a fazer campanhas em mídias sociais, montasse uma página no Facebook para divulgar promoções, sua marca, etc?
  • Eu sou uma instrutora física e trabalho em uma academia, mas gostaria de ter meu próprio estúdio: e se você montasse um site e depois que tivesse um número de clientes, alugasse um espaço e começasse a dar aulas?

Fato é que fenômeno da crise ou mudança de comportamento do brasileiro, existe um movimento para iniciativas de negócios desvinculadas ao modelo tradicional de empresa.

As pessoas estão começando iniciativas de negócios que requerem pouco investimento, ou são na maior parte das vezes, informais: “O número de pessoas que trabalham por conta própria ou em vagas sem carteira assinada superou o daqueles que têm um emprego formal pela primeira vez em 2017.”

Existem várias iniciativas que tentam dar apoio aos empreendedores, em todos os estágios, mas o fato é que apenas uma boa idéia e uma alternativa para a crise, não faz um negócio ser sustentável a longo prazo: “De cada dez empresas , seis não sobrevivem após cinco anos de atividade segundo dados de 2014 do IBGE”.

Entre as iniciativas que apoiam e oferecem qualificação e orientação aos futuros empreendedores estão órgão ligados à indústria como o Sebrae, mas também iniciativas que enxergam todo o potencial do mercado brasileiro, algumas parceiras de empresas ou aceleradoras como Oxigênio, Endeavour, Ace, Cubo, Google Campus , entre outras, citei as que pude conhecer aqui em São Paulo.

Também aumentam os espaços de co-working, onde os próprios empreendedores, não têm empresas formais, são prestadores de serviços e ocupam espaços compartilhados de trabalho.

Mas minha mensagem principal é, de tempos em tempo, não importa o tamanho da sua empresa, nem o nível de maturidade que ela tenha, é necessário fazer uma validação, ou reavaliação do seu negócio, produto, marca, etc, a complexidade vai depender do quanto você acompanha o desenvolvimento da sua própria empresa e o mercado que ela atua.

E não se esqueça: estar atento às tendências e mudanças comportamentais, sempre garante uma boa ajuda na hora de inovar e alavancar o seu negócio.

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