UX pode coexistir sem UI?

Anne Freitas
Prisma Design Thinking
3 min readJan 8, 2018

Atualmente existe muito alarido sobre a relação UX/UI, sobre onde termina o UX e inicia-se o UI, e principalmente uma discussão cada vez maior sobre a especialização do profissional em UX ou UI ou cargos “híbridos” de UX/UI.

Fato é que pensar isoladamente em User Experience ou isoladamente em User Interface não é possível. Mesmo um profissional UX tem uma visão de UI inconscientemente vice-versa, ou o trabalho seria inviável de ser construído, principalmente quando falamos sobre mídias de interface.

O ponto importante é que é necessária uma reflexão sobre o que você como UX deve achar essencial saber sobre UI e você como UI acha essencial saber sobre UX para realizar da melhor maneira seu trabalho.

Eu sou da época que não se chamava ninguém de UX ou UI, como eu falo, sou da época Old School, meu amigos que estudaram comigo sabem, que a maior parte das pessoas mal conheciam o termo Design.

Comecei a trabalhar essa relação quando me tornei webdesigner, um cargo que atualmente as pessoas torcem o nariz quando escutam, mas que alia os dois aspectos e ainda possui um plus de front-end.

Então com o passar dos anos, trabalhando sob essas diversas alcunhas: webdesigner, especialista de interface, consultora de ux, o que eu acho mais correto a meu ver, falando da perspectiva de uma designer thinker, é falarmos em direção de arte.

Direção de arte em UX? Arte falando de Design? Como assim Anne?

Retirado do livro The Elements of User Experience

Calma, não me apedreje e ache que estou colocando muita coisa na mesma cumbuca. Quando eu falo em direção de arte, quero me referir a um sistema de leitura visual de elementos.

Não podemos associar o uso do termo visual apenas a elementos gráficos, mas devemos pensar no termo visual também sob o aspecto de visão, olhar.

Maneira de olhar, enxergar a mesma coisa, mas de maneiras diferentes de pessoa para pessoa. É preciso pensar sob esse aspecto para a construção de qualquer produto, e isso, é a proposta que tenho a intenção de mostrar na série de artigos que vou escrever.

Então quando me refiro à direção de arte, eu falo em dois aspectos: o visual e o estratégico, por estratégica, me refiro ao que é disseminado como a proposta do trabalho.

Transpondo para UX/UI:

UX: refletindo visualmente, é trabalhar olhar, a perspectiva, que constrói a experiência através do entendimento do comportamento do usuário

UI: refletindo visualmente, é trabalhar olhar, a perspectiva, que constrói a experiência através da configuração, cores, diagramação, elementos gráficos

Estratégia UX/UI:
É relevante? É bonito? Me atende? Resolveu meu problema?

Percebe que a estratégia é a mesma, apenas a técnica e as ferramentas são diferentes?

A minha proposta nessa série é aliar a teoria de diversas correntes de sistemas de leitura visual (a tal da direção de arte), como semiótica, Gestalt, cognição, entre outras e demonstrar através de peças de design que essa utilização, é possível em UX e UI.

Vou deixar aqui alguns livros em que vou me basear para escrever os próximos textos, e convido você, caro leitor, a embarcar nessa jornada junto comigo e ir além da tradicional visão de direção de arte disseminada.

Vamos lá, expanda seus horizontes, vamos treinar nosso olhar para pensar estrategicamente no visual antes de classificar em UX, UI ou Direção de Arte?

Guia de livros para a série Direção de Arte como Sistema de Leitura Visual

Copyright © 2017–2018 por Prisma Consultoria de Design
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, distribuída ou transmitida por qualquer forma ou por qualquer meio, incluindo fotocópia, gravação ou outros métodos eletrônicos ou mecânicos, sem a prévia autorização por escrito do editor, exceto no caso de breves citações incluídas em revisões críticas e alguns outros usos não-comerciais permitidos pela lei de direitos autorais.

--

--