Você precisa se adaptar ao seu contexto ou mudar o contexto?

Anne Freitas
3 min readSep 12, 2017

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Não é novidade que a palavra que define o momento contemporâneo é mudança, transformação. Existe cada vez mais acesso à informação e somos
bombardeados com a diversidade de idéias, conceitos, pontos de vista e teorias. De maneira nenhuma isso é uma coisa ruim como pregam alguns,
mas na maioria das vezes somos pegos pela necessidade de um imediatismo de resultados nas relações da vida e de trabalho também.

Estamos cada vez mais ocupados em “pegar o bonde do momento”, fala-se cada vez mais sobre vida, felicidade, transformação, mas porque na
maioria das vezes, quando não conseguimos resultados advindos de uma mudança que empregamos nos sentimos frustrados e insatisfeitos?

Isso, como designer que sou, me fez refletir sobre o conceito que utilizamos em user experience sobre “contexto”, que uma boa interface ou
um bom design deve levar em conta o contexto em que será utilizado e do qual ele faz parte.
Mas, não é assim para outros aspectos da nossa vida também?

Se transformar, se reinventar, mudar, não implica que você também está procurando alterar seu contexto?
Por contexto faço um paralelo entre o ambiente que você está inserido, imagine que você é um serviço ou produto que precisa ser melhorado,
é suficiente simplesmente se adaptar ao ambiente porque você refletiu a respeito ou novos contextos, caminhos são necessários?

Então que tal se levarmos em conta um pouco o contexto, como o mundo em que estamos inseridos, e refletir o que eles nos pede.
Você quer se adaptar a isso ou não? Seria benéfico? O que implica essa adaptação, é realmente uma adaptação ou uma transformação?

Uma adaptação implica em mudar apenas um aspecto que não irá mudar sua essência, sua personalidade, sua pessoa, o que é realmente importante para você. Assim como um produto, no que tange ao branding, você não pode mudar a identidade dele, mas pode adaptá-lo para corresponder à diferentes expectativas desde que o core dele não se modifique.

Mas e quando a linha entre o adaptável e o transformativo é ultrapassada nós somos levados a pensar: esse novo eu é melhor?
Essa quebra, rompimento, transformação é algo que você encara como uma epifania ou algo como o momento que você percebe que as circunstância,
o contexto, te transformou em algo porque você apenas correspondeu à expectativas de um contexto impassivalmente?

No livro de Adilson Xavier, extraí um fragmento que se encaixa perfeitamente no reflexão que estou querendo propor:

“Não é difícil imaginar, por exemplo, que tecnologias, entretenimento e informação, se reunidos em um mesmo pacote, podem favorecer a captação de atenção, a otimização do tempo, a capacidade de retenção e até mesmo a análise em profundidade. Diminuindo a dispersão, aumenta a concentração, o que não chega a ser uma grande novidade.
Nesse exercício concentrador, apenas dois aspectos ficam de fora: a expectativa alta e a afetividade em baixa.
‘Quanto mais se tem, mas se quer’, sabemos desde sempre, o que coloca sobre a expectativa alta o peso do seu não atingimento: frustração, insatisfação.”

Então fica o meu questionamento para sua reflexão: qual seu contexto?

O que você pode adaptar ou se adaptar para ser mais feliz nele sem mudar sua essência? Ou você precisa de um novo contexto, uma transformação? O que te separa da felicidade e da frustração e insatisfação?

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