Um desabafo sobre uma pequena frustração e seus perigos

Washington Pacheco
O Procrastinador
Published in
4 min readAug 20, 2020

Olá, pessoa procrastinadora. Como vai você? Já peço licença para dizer que devido ao meu atual processo de procrastinação do hábito da escrita, pode ser que tal habilidade esteja enferrujada, mas, vamos ao que interessa.

Madrugada do quarto dia, 2:32 da manhã e, começo a notar as mudanças que o ambiente proporcionou ao meu padrão de comportamentos diários.

A parte mais afetada pela mudança de cenário foi a alimentação. A emoção da mudança para a cidade grande fora, inclusive, exaltada na presença do palhaço Ronald. Logo no primeiro dia em que pisei aqui minha vida alimentícia correu na contramão de algo que custei pra conquistar.

Faz um tempo que assisti um documentário chamado ‘Dieta de Gladiadores’ e por conta dele fiz uma mudança um tanto radical em minha dieta. Parei de consumir proteínas animais e iniciei um processo de limpeza. Demorou um pouco mas rapidamente eu enxerguei os resultados dessa troca e meu corpo demonstrou se habituar a este novo hábito com maestria. Experimentei altos níveis de foco e concentração, atenção plena, memória turbinada, pensamento ágil e assertivo, entre outros. Resumindo, em pouco tempo, trocar minha alimentação se provou um impulsionador de produtividade.

Veja bem, para mim em particular, não é tão difícil dar o primeiro passo, no passado fui um vegetariano restrito por dois anos mas, apesar da facilidade de iniciar essa jornada, como ficou provado na experiência passada, eu me encaixo nas altíssimas porcentagens de vegetarianos ou veganos que voltam a consumir produtos de origem animal. Essa é uma luta antiga que já travei diversas vezes e perdi.

Hoje estou aqui, sentado na cadeira, escrevendo este texto enquanto sinto meu corpo sofrer os efeitos do consumo de um mega burguer com três blends de 160g cada, basicamente um colosso de carne.

Olha, eu não quero de forma alguma cagar regra pra ninguém, este não é um texto sobre como você deveria parar de comer carne, é um desabafo de quem notou que seus primeiros quatro dias em um novo ambiente foram extremamente eficazes em piorar um hábito que este sofreu para recriar.

Todos nós somos extremamente ligados aos ambientes em que vivemos. Somos biologicamente arquitetados para transferir para o ambiente diversas funções que o cérebro considera um gasto excessivo de energia, e olha que somos muito exigentes com esse negócio de gasto de energia. Basicamente a ideia aqui é que o ambiente molda diversos de nossos comportamentos.

Tem um gosto estranho notar sua própria derrocada em algo bom que você costumava fazer, é como assistir aquela parte do filme em que o mocinho toma más decisões e você como espectador não pode fazer nada para ajudá-lo a fazer a coisa certa.

Pra ser bem sincero há uma nuvem de frustração que acompanha as demais sensações que este momento está me proporcionando. Uma descrença em minha própria capacidade de manter o foco neste lugar pode até mesmo estar surgindo em meu subconsciente neste momento. Entretanto, o que eu ganharei vivendo este enjoo, esta automortificação?

A resposta é simples, me afundarei mais ainda no caminho errado que se apresentou (errado pra mim no caso). Se só o fato de eu deixar que pensamentos frustrantes forcem seu caminho pela minha mente é suficiente para que eu fique preso no pântano da repetição de maus hábitos. Somos seres que seguem padrões e se eu deixar que crenças de desacreditam da minha capacidade, não de vencer necessariamente mas, de continuar lutando não importa o que, posso acabar deixando que uma semente podre floresce em meu íntimo e este pequeno vacilo custaria caro ao meu corpo.

Como este é um texto de desabafo e não necessariamente uma dica ou algo assim, e eu não quero necessariamente te mostrar algo que é bom para você mas, uma coisa que não é boa para mim, acredito que o próprio fato de escrever essas palavras já tenha sido mais do que suficiente para marcar este momento de frustração e descrença.

Se fui capaz de refletir sobre as sensações ruins que algo tão simples como comer me trouxe, eu posso ser capaz de gerar uma mudança nos gatilhos que me fizeram chegar ao ponto de degustar algo que não desejo, de fato, consumir.

E se o ambiente em que esto está de certa forma otimizando meu comportamento alimentício é sinal de que preciso estar mais atento e observar com mais riqueza de detalhes o que está acontecendo ao meu entorno que vem me tirando a capacidade de segurar o gatilho antes dele ser acionado.

Este é um texto de desabafo e nele temos alguma sabedoria, ou não, tudo é possível quando alguém se propõem a por seus sentimentos e vivencias em palavras.

Para quem ler nas primeiras 12h, talvez esteja cheio de erros, pois, estou escrevendo com muito sono e cansaço mas, amanhã eu reviso, seja gentil e me deixe saber o que você pensa sobre isso.

Até amanhã.

Dia 4 / 3:11 AM

--

--