Tingindo de Vermelho

Melissa Santos
ProduçãoeRevisãodeTexto
7 min readDec 8, 2020

Texto | André Rodrigues

Editor | Melissa Santos

Photo by Hasan Almasi on Unsplash

Um homem apavorado, fraco e desarmado

Possui seu ataque e defesa em mãos e até mesmo a cobertura;

Centros máximos de razão e emoção, elas o protegem em virtude de sua forja.

Não está ele preparado? Nos campos ígneos de Xangai?

Noite trevosa porém luminosa, brilhosa graças aos astros?

Somente nos contos; aqui, como labaredas lampejam em maior escala.

Pobres seres astrais, que não são capazes de alcançar este pobre homem,

Mas não só os fortes fulgores avermelhados nos cobrem.

Foto de Chandler Cruttenden no Unsplash

Ó meus coitados astros, sei que sonham em esta noite embelezar;

É a noite que mais carece de vocês, mas o negrume sobe tanto,

Tira-os de vista deste coitado, malditas chamas

Culpadas! E repito: Culpadas!

Assim como os maiores abismos, luz pouco se vê

Tal qual o soldado testemunha nos céus enegrecidos.

Culpadas! Novamente culpadas!

Quantos foram pintados de cinza? Ou cobertos pela cor do maior dos abismos?

O olhar de nosso protagonista mostra, revele-os!

Lugares desabados, o que antes lá existia hoje é história.

Culpadas! Querem ser perdoadas?

Estes ígneos não convidados ao solo também tingiram.

Que vermelho forte, os seres humanos são pintores;

Todos seus ex-companheiros protagonistas tinham esse dom.

Adquiri-lo? É fácil! Basta aos demônios confrontar

E nem mesmo os precisa procurar; estes demônios vêm

E quando seu povo é encontrado, caro soldado,

Tanto fogo jogam que até variação nas cores tem:

O fogo amarelado em seu lar, aprendas que é para acinzentar.

Photo by Museums Victoria on Unsplash

Quanto às cores metálicas, bem… elas não brilham avermelhadas,

Mas tenha certeza que elas se inspiram nas irmãs.

Percebes isso, não? Seus ex-companheiros tingiram suas solas de vermelho.

O fraco terremoto treme a nós, abala-nos e estremece-nos.

Assim ficou nosso protagonista, e ele gritou!

“Malditos demônios, monstros do maior brilho terreno

Tragam ele para iluminar-nos e não queimar-nos!”

Atônito e com o medo descontrolando seus movimentos

O terremoto humano cai e em posição pensativa:

“Mais me apavora lembrar, que estes monstros oriundos

Da terra rainha da luminosidade, sozinhos estão não!

Mais dois os acompanham, vindos das neves,

Suas peles representando a frieza de seus sentimentos a cada um executado

Seus cabelos dourados são desejos das farturas de terras, obtenção de riquezas.

Trindade maldita! Trindade monstruosa, trindade do inferno!

Fiquem em seus reinos, demônios, por que levaram-me até ele?”

Enquanto em súplicas, tocado o protagonista sente no ombro

Mais um dos seus acompanhado por 14 mais.

Todos eles, nem mesmo suas peles, cor do povo natal equivaliam-se,

Assim como cigarro por inteiro metamorfoseado pós queima.

Desta maneira estavam, apenas em cinzas, nova raça aparentavam;

Protagonista de espanto inicial ficou, mas logo ergueu-se e moveram-se.

Photo by British Library on Unsplash

Desde os primórdios, o homem, em companhia, paz na alma maior;

Porém, ameaças, dependendo de quais

Mesmo o maior leão, a fuga é mais sagaz.

Poucos avanços; no protagonista, em seu espírito, no íntimo de todos,

Pavor geral, pequeno terremoto, ele retornou, em cada ser.

Todos tremiam, motivos quais?

Uma cordilheira de seus iguais.

Na matemática, qual tamanho de número se pode calcular?

Esta a situação, um deles tentou, mas infinito aparentou.

Terremotos em escala, e dependendo do dono do corpo;

Abalo emocional, corpos caem, tal estrago irrecuperável.

Todos assim ficaram, não qualquer um isso faz;

Somente ela, aquela que tinge vermelho, como chamada.

Pior parte? Esta é a hora! Lá estava!

Everest, o maior pico geográfico apavora os escaladores?

Neste caso, o pico do medo, em seu topo não havia dúvidas:

Era ela. Rinoceronte marca território ao pisar em suas fezes,

Não perdoa o invasor, e assim a moça agia:

Pisava em seus estercos que humilhariam o maior rinoceronte.

Cada corpo, incontáveis, nada a ela significavam.

Ó Amaterasu, deusa do sol, ilumina-me para estes versos,

Assim como fazes ao mundo.

A ti chamo também, Pai, tua força reluzente;

A união de vocês dois me guiarão

Com todos detalhes à perfeita descrição.

Photo by Suzy Brooks on Unsplash

Uma fria feição, lesma ao caminhar,

Histórias comuns de circulação, forte nela nada há de emoção.

O oposto nota-se nos invasores na área do escorpião,

Seu olhar mais forte que qualquer ferrão.

Mais afiada que agulha, atinge corpo não;

Mas na alma funda é a penetração.

Paralisia eterna? Claro que não!

Diante do maior perigo todos lutam, mesmo fraca presa.

Um grito: “Lutem soldados, não seremos preias! Atirem!”

A brincadeira de estátua tem fim; predadores cospem fogaréu,

Mas sabe-se que na selva, mesmo os pequenos, foguinho fere.

Sentimento de medo, evolução rápida de agilidade;

Erguidas as defesas, suas bocas imitam fumantes,

Setas velozes, quase invisíveis ao ser comum.

Para ela? Entenda que é uma épica;

Assim como leão, diante do marfim de rinoceronte, mais rápido na locomoção,

Imitar tal habilidade para ela é fácil, desvios invejáveis;

Logo atrás ficou, de uma máquina locomotora sem função.

Photo by Benjamin Behre on Unsplash

Protagonista e todos espantados com o tempo pouco,

Novamente, sentimento de medo, agora em posse maior.

Soldado, em sua mira o veículo desaparece esquartejado,

Vísceras férreas espalhadas, presa desesperada

Defendeu-se com o forte espalhar de ígneos átomos.

Medo, sei que retornarás, agora sua semântica inexistirá.

Pavor, ah sim, ele confirma o cenário.

Entendas, leitor, órgãos metálicos no chão só;

Muitos gritam, em longínquos metros se escuta sem audição aguçada,

Não só o grito das presas, mas feridas que estragam velórios,

Junto dos reluzires de fogos das datas festivas.

Mais chama-se atenção nesta apresentação de horrores

Quando os soldados não respeitam amor ambiental;

Pobres árvores, pobres montanhas, estão tão divididas!

Nem mesmo o mais habilidoso matemático cujas contas são especialidade

Saberá com precisão as tamanhas frações de quem foi quem algum dia.

Pobres parentes, pobres amigos, nos velórios em que a sobra é dúvida!

Florestas caem e desertos expandem, aqui igual.

Ambiente de poucos relevos com deserto vermelho,

Este é o cenário! Só ela merece o título? Não, creio que todos.

Ó pavor, por que tão intenso? Mais do que nunca!

O que é um javali sem presa? Soldados, suas defesas estão todas gastas!

Vocês agora são sapos! Diante da serpente sábia que guardou veneno.

Sexto sentido, todos tinham, lá estava ela, mas onde?

Tudo silêncio, é o jogo de desejo do urso.

Começa a festa de fogos, dom do pensamento, adeus!

Percebe protagonista que nem a costureira mais hábil

Perfeita costura fará através de excepcionais pontos

Da principal roupa vestida por seus companheiros.

Tartarugas em seus cascos, proteção garantida?

Não aqui, nem sinal de presença os cascos davam.

Photo by israel palacio on Unsplash

O voo de um canarinho assustado, seu sumiço é imediato

Iguais aos capacetes agora invisíveis nas desérticas vermelhas areias.

Pobre protagonista, pode a minhoquinha esconder-se nestes granitos?

Diante da poderosa imponente águia perante sua presença?

Lá estava ela, tão perto, bico potente!

Resta esperança uma, grita o soldado “Ó Buda, ajudai-me!

Teu poder, tua glória, tua bondade, escuta-me eu sei!”

Jesus ouve, vê cruzadas pernas com braços, soberano do reino celestial vizinho,

Cabeça abaixada, riacho ocular sem igual no plano humano.

Fulgores dos supremos aliados à profusão,

Contraste ao inferior com tamanha coloração,

Logo pensou: “Colega, já fizeste uma piscina lácrima e agora quer chuva?

Percebeste que na piscina todos os seus não cabem, um oceano te é planejado?

E o colorido o conforto de recepção? Ou apenas a angústia certeira te é na alma?”

Logo adiante Amaterasu, sorriso flamejante,

Labaredas do Sol chamas tais nunca sonham alcançar,

O Messias logo entendeu: “Meu caro, espero que saibas nadar,

Mas não se preocupe, teus iguais te ajudarão a navegar.

Alçarás as terras de Buda assim como os meus me chegam.

Pode-se chegar no infinito? Tantos dos meus já recepcionei!”

Contraste celestial, fracas cores de arco-íris, chuva lacrimosa.

Photo by Dewang Gupta on Unsplash

Única resposta, protagonista coopera, banha os olhos seus com céu aliança.

Esposa e filho, lembranças presas ao destino, resistência sobra,

Reservada no pente uma bala, espirros de olhos incessantes,

Junto de seu soberano da tristeza maior banho.

Braço e rosto erguidos, na chance última, logo corpo em queda rápida

Contra predador férreo dente da boca armada não imaculada,

Sujo de areias vermelhas, calor tanto na mente nunca sentiu;

Mágoa esquenta-o a testa junto às marcas de vermelha tinta.

Noite fria e chuva igual assim como igual olhar da caçadora,

Tanta escuridão em tempo pouco logo negação, luz de volta,

Assim como guepardo uma piscada escapa:

Lá ela não mais estava, sons na selva novos para seus colegas.

Sim, eram eles, monstros tantos em larga marcha!

O mundo sumia, enfraquecidos sentidos no pensamento lamenta:

“Reconhecível sempre símbolo tal, essencial entidade

Para vida ele ilumina, informação importante a relacionar

Neles, pode piada só ser, enfeite de apresentação cordial

O preto do cosmos é seu brilho, esta era a imagem na bandeira correta. ”

Foto de Chris Barbalis no Unsplash

O aquático brilho ainda mais realça o quão forte és,

Tingindo de vermelho, lembrança eterna do país milenar.

De núcleos uma combinação perfeita como camadas superiores ao olharmos

Antes da chuva, todos os ígneos em negro metamorfoseados.

Nesta segunda grande guerra, um mais entre tantos outros apagados;

Em simetria céu, fumaça e morte, não há mais trevas perfeitas.

https://www.youtube.com/watch?v=9AuFSnQlzw4

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