Conectando Pontos: A Evolução de Front-end a Product Designer em Minha Carreira

Dú (Dublack)
Design Ops Linx
Published in
7 min readNov 4, 2021

A transição de carreira não é uma jornada fácil; enfrentar perrengues (ou desafios?) é essencial para o amadurecimento pessoal e profissional rumo ao meu tão sonhado universo do UX Design. Neste texto, despojado de elaborações excessivas, compartilho um fragmento da minha história, uma parte da minha vida entre estudos e trabalho. Convido todos a aproveitarem e embarcarem comigo nessa jornada de transição

Tudo começou…

Graduação

Entrei na faculdade em meados de 2007, me matriculei no curso de GTI (Gestão da Tecnologia da Informação), o Curso de ADS (Análise e Desenvolvimento de Sistemas) e a grade de ambas eram juntas no semestre inicial. Para a minha sorte…

Fonte: tenor.com

No semestre seguinte, pedi transferência de GTI para ADS que, a meu ver, era a melhor escolha a se fazer, pois, o curso de Gestão era mais para alunos com experiência na área de TI ou até mesmo para quem já era atuante na área.

Estava iniciando na área e dificilmente uma empresa daria oportunidade para um Gestor apenas por ter um diploma e acabei mudando, decidi seguir em ADS e quando me formasse faria pós de GTI.

Decisão de qual área seguir

A vantagem de fazer uma graduação de ADS é que o aluno acaba tendo uma base de um pouco de cada disciplina, mas a que mais me identifiquei ainda foi a de Programação para Web e decidi estudar por fora para aprimorar mais meus conhecimentos.

Fonte: tenor.com

O primeiro projeto de site institucional que criei no curso foi de uma joalheria (o primeiro nós nunca esquecemos). Sou da época que ainda usava tabelas para estruturar layout, criava bordas arredondadas fatiando os cantos no Photoshop, etc. rs

Naquele tempo, tinha Front Page/Dreamweaver para codificar interfaces, gerava muito código sujo, preferia fazer tudo na unha mesmo, era amante do Notepad++ (que na época ele fez maior sucesso).

Como nunca fui dependente de ferramentas visuais para criar códigos automatizados para minhas interfaces, sempre quis ir além do que sabia. Pode-se dizer que sempre fui um autodidata.

Tenho o hábito de recriar as coisas, mas isso era mais na intenção de me aperfeiçoar mais e de alguma forma sempre me ajudou. Hoje, se eu tiver a oportunidade de aconselhar alguém: se viu algo e gostou muito, replica-o. Com o tempo todo esse esforço será recompensado, você abre a sua mente além das possibilidades do que estiver refazendo. A ideia não é apenas copiar e sim perguntar a si mesmo se aquilo faz realmente sentido, aí eu “copiava”, mas sempre com uma ideia nova além daquilo que gostei muito.

Primeira oportunidade de trabalho

Minha primeira oportunidade de trabalho foi de Programador Delphi Júnior na empresa Khan Consultoria, onde fiz muitos amigos, ainda não era o que eu realmente gostaria, afinal, meu objetivo era Web. Porém, aceitei o desafio!

Na época, fui treinado para criar soluções ERP de software na gestão de negócios. Mergulhei fundo e fui em busca da minha evolução. Eu sabia que por mais que não fossem ainda aplicações WEB, já era uma bagagem para minha carreira profissional.

Como cheguei na área de Desenvolvedor WEB

Após ter passado esse período trabalhando com sistemas Desktop, era a hora de seguir com o que eu mais gostava: trabalhar com aplicações WEB.

Comecei minha carreira atuando como Freelancer, prestando serviços para algumas empresas, mas nem tudo foram flores. Trabalhar por conta própria é algo que requer muita disciplina, força de vontade, comprometimento e dedicação. Não existia sábado/domingo/feriados, sempre tinha que estar disponível resolvendo algum tipo de problema ou até mesmo subindo alguma campanha para o cliente.

Como era sozinho, tinha que me virar! Sim, era o famoso “faz tudo”. Desenvolvia o Front-end e muita coisa de Back-end, gostava muito de programar em PHP. Eu lembro que comprei um curso chamado “Como criar uma aplicação para Pizzaria do zero” e nesse curso o professor ensinava tudo, lembro que ele fazia o Front-end e o Back-end no mesmo curso e aprendi muito também.

Fonte: tenor.com

Passagem por Design

Lembro que eu criava minhas interfaces no Adobe Fireworks, era tão apaixonado pela ferramenta que cheguei a pensar que nunca teria uma ferramenta de criação melhor que aquela, odiava criar telas no Photoshop, já o Illustrator eu achava muito confuso e preferir seguir no mais simples.

E quando o Adobe Fireworks foi descontinuado, o mundo desabou em mim, pois na época era a ferramenta que mais me identificava e sempre fui extremamente produtivo com ele.

Fonte: tenor.com

Além de criar as interfaces, fazia ainda todo trabalho de experiência e usabilidade (do meu jeito, mas fazia), ia mais pelas convenções pegando referências de grandes portais, absorvia as ideias e replicava nos meus projetos, na época o UX Designer não era tão divulgado como é atualmente, era dado como o Web Designer/Webmaster, etc.

Oportunidades

Passei pela Editora Inovação, entrei como desenvolvedor Front-end, trabalhei por 2 anos. Lá eu atuei como Designer também, lembro que fiz o mobile first de todas as telas do Canal do Artesanato, tanto a parte de prototipação como o front-end inteiro.
O Canal do Artesanato disponibiliza cursos por assinatura, com diversos professores.

Quando me dei conta de que ainda não era o que eu realmente gostaria de seguir na carreira…

Me encontrei

Por mais que me interessasse mais pela área de Design, não tinha as habilidades num nível mais profundo seguindo todos os processos que tinha de fato de seguir. Mas já era algo que eu gostaria muito de mergulhar de cabeça e me tornar um Product Designer, esse sempre foi o meu foco, só faltava mesmo a oportunidade.

Fazia alguns trabalhos de Designer em outras empresas que passei, porém, nunca tive a oportunidade de ser apenas Designer e poder focar mais.

Até que surgiu a oportunidade de trabalhar com Front-end na Linx, a empresa me acolheu bem, dando total liberdade para trabalhar. Mesmo atuando como Front-end, tinha autonomia de criar algumas interfaces para trabalhos específicos e gradualmente fui me interessando cada vez mais por seguir como Designer.

O time de Omni que eu estava não tinha ninguém para poder focar em experiência do usuário, havia muito trabalho para fazer e na época me deram uma oportunidade de teste para trabalhar apenas com UX.

Desde então, fiquei e não quis sair, foi paixão total. Confesso que bati muito a cabeça, estava sozinho e não tinha ninguém do meu time para referência e pudesse evoluir mais.

Fonte: tenor.com

No passado, nossas equipes de UX operavam de forma isolada, sem oportunidade de compartilhar experiências ou trocar conhecimentos. Não existia um canal de comunicação efetivo entre os times, impedindo a colaboração e a sinergia necessárias para o crescimento coletivo.

Em um período subsequente, a Linx trouxe para nossa equipe um líder excepcional, cujo desempenho notável nos inspirou diariamente. Essa reviravolta positiva foi concretizada com a chegada do nosso estimado gestor, Guilherme Campos, cuja presença foi fundamental para elevar a moral da equipe e nos motivar constantemente.

Embora nossos squads mantenham uma separação física, o time de Product Design se tornou uma entidade coesa. Mantínhamos uma união sólida, sempre em busca de aprendizado constante e compartilhamento de conhecimento, criando um ambiente onde a colaboração transcendia as fronteiras das equipes

Posso afirmar com orgulho que além da nossa notável coesão, o nosso time era extraordinário. Não tenho motivo para queixas; todos desfrutaram de voz ativa e autonomia, contribuindo continuamente com ideias inovadoras.

Fonte: tenor.com

Desde então, tenho dedicado meu empenho contínuo à carreira que escolhi, encontrando grande satisfação na abordagem mais generalista que adotei. Essa abertura tem contribuído significativamente para meu crescimento profissional e aprimoramento constante.

Conclusão

Aspectos que eu valorizaria muito terem sido compartilhados comigo ao ingressar na área de tecnologia:

1. Seja curioso
Explore conexões e informações não apenas dentro da sua área, mas também em outras. Demonstre interesse pelo funcionamento dos processos, questione e esteja proativamente envolvido diante de desafios e dificuldades, mesmo que não estejam diretamente ligados à sua função.

2. Não é necessário ser um especialista em todas as tecnologias
O foco deve ser aprender o que é essencial para você!
Entender o funcionamento de tudo é valioso, então explore para compreender sua utilidade, o que cada tecnologia faz, e use isso como base para seu próximo aprendizado.

Querer ser especialista em tudo é muita coisa. Aprendi com o tempo que não adianta querer abraçar o mundo, porque no fim você não será bom em quase nada.

3. Faça as coisas
Todas às vezes que tiver uma ideia, coloque-a no papel, deixe o máximo de informações registrada. Outro ponto bem importante: não reclame, resolva!

4. Reinvente a roda
Todas às vezes que você gostar muito de uma coisa, vai lá e faça do zero.

5. O que é idiota e o que é genial é quase a mesma coisa, não muda em quase nada.
Pular de paraquedas é genial, mas o primeiro cara que pulou era idiota.

6. Foco é também dizer não
Essa parte confesso que foi e ainda está sendo muito difícil para mim, dificilmente falo NÃO para alguém, é algo que venho trabalhando bastante para melhorar.
É muito bom não aceitar nada que não vá te agregar conhecimento, nem por dinheiro.

Fonte: tenor.com

Estamos à beira de 2022, e com a virada do ano, novos desafios certamente surgirão. Aguardo ansiosamente para compartilhar mais insights no próximo texto. Até lá! :)

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Dú (Dublack)
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