Especial: dia internacional das mulheres na ciência + conquista do voto feminino
Texto escrito pela squad de Content Design
O Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência é celebrado todo dia 11 de fevereiro e busca celebrar grandes nomes femininos, promover a igualdade entre oportunidades na área, e incentivar meninas a seguirem a carreira científica.
Mais do que falar em experiência do usuário e design por aqui, gostamos de incentivar e promover as mulheres. Afinal, nosso time é composto 70% de mulheres. Sim, aqui existe o incentivo de, para entrar no time de Product Design, ser mulher.
E sabem, porquê?
Segundo a pesquisa das Nações Unidas de fevereiro de 2021, mulheres representam apenas 28% dos graduados em Engenharia em todo o mundo; e somente 40% em Ciência da Computação e Informática.
Então, aqui, incentivamos meninas a seguirem carreiras que a sociedade dita como masculinas, seja ela na ciência, tecnologia ou qualquer outra área. Mas, falando em ciência, já assistiram ao filme ‘Estrelas além do tempo?’
A obra retrata a história real de três cientistas afro-americanas que trabalharam no Langley Research Center (“Centro de Pesquisas Langley”) da NASA, localizado na cidade de Hampton, no estado da Virgínia: Katherine Johnson e Dorothy Vaughan, matemáticas, e Mary Jackson, matemática que viria a se tornar engenheira.
O filme é baseado no livro escrito por Margot Lee Shetterly, autora de livros de não-ficção que nasceu justamente em Hampton, a “casa” do Langley Research Center.
No auge da 2ª Guerra Mundial e décadas antes do acirramento da Corrida Espacial, a NASA começou a recrutar mulheres para exercer a função de computadores ou “calculadoras” — ou seja, checar manualmente as equações que possibilitam o trabalho dos engenheiros, matemáticos e físicos (que eram, em sua grande maioria, homens brancos).
As mulheres brancas foram as primeiras contratadas recebendo salários bem menores que os homens, e pouco depois o órgão criou uma divisão de calculadoras para mulheres negras. Nesse contexto histórico, começa a trajetória de Dorothy, Mary e Katherine na organização que seria a NASA.
Recomendamos fortemente o artigo do blog Ciência pelos olhas delas que explica detalhadamente sobre o filme e as cientistas.
Trailer do filme:
Já que falamos em NASA, que tal um exemplo recente de uma brasileira que se destacou por um grande feito na história da ciência? Verena Paccola (hoje estudante de medicina da USP), em 2019 enquanto se preparava para o vestibular sentiu a necessidade de “fugir” um pouco do conteúdo do ensino médio, quando ficou sabendo de um programa e treinamento ministrado pela NASA que a ensinaria a procurar e reconhecer novos asteroides. A estudante não só identificou mais de 25 deles, como descobriu um importante corpo celeste: raro por sua órbita diferenciada em torno do sol, característica que poderá colocá-lo em colisão com à Terra.
Em dezembro de 2021 Verena recebeu uma medalha de Ordem ao Mérito do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações em Brasília e um troféu pela grande descoberta, entregue pelo criador do programa IASC (International Astronomical Search Collaboration) da NASA, Patrick Miller. E isto é só o começo! O hobby da estudante estimulou mais jovens brasileiros a participar da edição atual e podem contar com as dicas de Verena para “caçar asteroides” com muita precisão.
Além da Verena, esta jovem mulher que já demonstrou que nem o céu é o limite para a contribuição que a população feminina tem para a Ciência e suas diversas áreas, em nosso país há vários outros nomes de mulheres brasileiras que têm conquistado espaço e reconhecimento, e movimentado a economia nacional. Vale a pena conhecer pela internet algumas figuras como Nina da Hora, Nina Silva, Camila Archutti, Monique Évelle, Dani Junco, Paula Bellizia e várias outras cientistas e pesquisadoras.
Saindo um pouco da ciência, mas ainda exaltando a feminilidade. No dia 24/02, comemora-se o direito ao voto feminino conquistado em 1932. As restrições ao voto feminino foram retiradas com a publicação do Decreto nº 21.076 que também instituiu no Brasil a Justiça Eleitoral e o voto secreto.
Reportagem de jornal mostra que o sufrágio feminino dividia as opiniões no Senado em 1924.
Documentos históricos guardados no Arquivo do Senado, em Brasília, revelam que os homens retardaram ao máximo a inclusão das mulheres na vida política. Das primeiras discussões parlamentares à histórica canetada de Vargas, passaram-se quase 40 anos. Para conservar as mulheres afastadas das urnas e do poder, os senadores e deputados adversários do voto feminino recorreram a argumentos preconceituosos e depreciativos.
No Senado, o parecer da Comissão de Constituição e Diplomacia a respeito de um projeto de voto feminino afirmou que:
“O anjo terrestre passa a ser um verdadeiro cidadão em toda a extensão da palavra. Mas poderá a mulher ser chamada ao serviço do Exército e da Marinha e combater em defesa da pátria? Poderá, de calça ou de saia, pesado fuzil ao estreito e débil ombro, perneiras apertadas com sapatões de couro grosso, duro quepe a resguardar sedosos cabelos, caminhar através de terras ressequidas ou alagadas, padecendo muita vez o suplício da sede e o flagelo da fome? O chamado belo sexo, por mais exercitado que sejam seus músculos ao ar livre, não terá possibilidade de realizar os empreendimentos todos ao alcance do sexo feio, denominado barbado e forte”.
Foi através do presidente Getúlio Vargas que assinou o decreto do Código Eleitoral de 1932, que modernizou o voto no Brasil.
No ano seguinte, brasileiras de todos os cantos do país finalmente puderam ir às urnas ao lado dos homens para escolher os parlamentares que elaborariam a Constituição de 1934. Entre eles, elegeu-se uma mulher, Carlota Pereira de Queirós (SP), a deputada pioneira do Parlamento brasileiro.
Posteriormente, Bertha Lutz criou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, considerada a primeira sociedade feminista brasileira.
A Câmara dos Deputados com a autora Tereza Cristina de Novaes Marques, criou um livro sobre o voto feminino no Brasil. O livro expõe o histórico da luta pelos direitos políticos femininos no Brasil, revisitando os momentos fundamentais em que as ideias de admissão das mulheres na vida política foram debatidas pelo Poder Legislativo.
Seguindo a linha de voto feminino, uma boa indicação é o filme ‘As Sufragistas’ que enfrentam seus limites na luta por igualdade e direito de voto.
Também, há o filme ‘Mulheres Divinas’ que fala sobre as revoltas e movimentos sociais em 1968 (o voto feminino ainda não havia chegado a Suíça!) e sobre como as mulheres se impulsionaram para lutar.
Fizemos este texto como um pequeno recorte do que simboliza e realmente é importante de se praticar quanto à participação das mulheres e meninas na Ciência. E até mesmo na Política, que é outro tipo de ciência, não é mesmo? Os nomes aqui citados não possuem peso maior ou menor entre eles, foram exemplos que consideramos válidos e ilustrativos para serem usados.
Daqui a um ano esperamos que os cenários nas diferentes áreas da Ciência estejam ainda mais favoráveis para as grandiosas contribuições que as mulheres têm para dar. Porque seja em laboratórios, centros de pesquisa, faculdades, universidades, livros, revistas científicas, reuniões decisivas e posições de emprego notórias e de liderança, a luta pela equidade de gênero é caminho crescente e exponencial.
#lugardemulherondeelaquiser
Referências: