“O processo não é perfeito — como adaptar um processo ao prazo e tipo de projeto”

Thayany Silveira
Design Ops Linx
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4 min readJul 16, 2021

Qualquer pessoa que estude Design em sua teoria, independente da senioridade, sabe que há várias etapas a serem feitas na construção de um projeto: imersão, análise, síntese, ideação, prototipação e testes e dentro de cada etapa há inúmeras técnicas que podem ser aplicadas.

Que a verdade seja dita, nem sempre nós designers seguimos todas essas etapas para entregar um projeto (admita, eu sei). Particularmente tenho observado que ninguém gosta de falar disso, que admitir não executar algumas atividades faz parecer “menos designer” e por isso resolvi compartilhar minha percepção com vocês sobre isto e quem sabe ajudar pessoas a se sentirem mais confiantes na escolha de seus processos, seja um designer iniciante ou não.

Gif do site tenor.com

Mas antes de tudo, você sabe o que é um processo? De acordo com o dicionário Priberam da Língua Portuguesa:

pro·ces·so |é|

1. Método, sistema, modo de fazer uma coisa.

Basicamente é um conjunto de medidas tomadas para atingir um objetivo. Deu pra entender? Bom, pra reforçar, um exemplo de processo no dia a dia é preparar um lanche para o café da tarde. Esse processo nos dá como objetivo saciar uma necessidade fisiológica do nosso organismo que é se alimentar. Já percebeu que dependendo do tempo que temos diariamente para cumprir esta tarefa nós mudamos a forma de como fazê-la?

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Tem dias que podemos ter um intervalo mínimo para comer entre duas reuniões de trabalho, nesse caso provavelmente seria pedido algo pronto de delivery ou comer algo industrializado já prontinho. Enquanto em outros dias podemos ter um tempo livre legal que dê até mesmo pra testar uma receita diferente (não sei, bolo de caneca?). Enfim, requer do nosso raciocínio pensar em formas de cumprir esse objetivo adaptando as ações que serão realizadas para alcançá-lo e no mundo do design não é diferente.

Em nosso ambiente de trabalho, dependendo do escopo do projeto e também da maturidade da empresa, às vezes temos um tempo curtíssimo para executar nossas atividades. Toda essa pressão nos causa certa frustração, nesse momento lembramos de todos os gloriosos passos que são apresentados em teoria e que seremos forçados a reduzi-los ao máximo, dá aquele medo de comprometer a qualidade do que será entregue, né?

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Para aprender a lidar com situações desse tipo lembre-se: priorize o que é essencial. Primeiramente devemos conversar com POs, Squad Leads e outros stakeholders para entender qual é o objetivo do projeto, após mapear esses requisitos precisamos nos perguntar “temos informações o suficiente para começar o projeto?” Isto é, sabemos o que o usuário precisa ou essa pesquisa ainda deverá ser feita? Se nada se sabe, esta já será uma prioridade a ser considerada no processo de execução do projeto por parte do designer.

Gif do site tenor.com

Um projeto de concepção de novos produtos requer pesquisa de mercado e ouvir usuários em potencial, já que não há muitas informações sobre o que deve ser concebido. Para um projeto de manutenção de um sistema a prioridade pode ser dedicada a interface de fato. Para projetos de evolução de produtos entrevistar o usuário para entender o que ele sente e como podemos melhorar é essencial.

Consegue perceber como varia o processo de acordo com o tempo, contexto e objetivo do negócio?

Uma dica que dou a vocês que utilizo bastante é seguir a regra do duplo diamante do Design Thinking que é expandir e convergir, dessa forma provavelmente você terá bons resultados.

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Por exemplo, tem projeto que exige mais de pesquisa, então você deve ir à procura de pessoas as quais você precisa conversar e expandir todo o conhecimento sobre um determinado tema e depois deverá convergir esses dados em oportunidades. Em outra situação a prioridade poderá ser a UI (User Interface) e uma forma de expansão é fazer um benchmarking, ver como estão fazendo por aí e depois convergir os insights gerados aplicando as tendências encontradas ao nosso produto dentro da interface.

Perceba que independente da etapa de design em que nos encontramos, nós sempre precisamos expandir nossa perspectiva, abrir possibilidades para depois ter um pensamento crítico sobre um assunto, onde você irá decidir o que adotar ao projeto e o que descartar.

E aí, está pronto para entrar em ação e executar seu projeto? Até a próxima :)

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Thayany Silveira
Design Ops Linx

Sou a Thay, uma profissional de UX apaixonada por pesquisa e processos em design. E aí vamos trocar uma ideia?