Resumão da ProductCon

Silvia Machado Silva
Product Arena
Published in
7 min readJun 22, 2020

O que rolou na conferência em maio!

Olá!

Eu sou a Silvia Machado, mineira, gerente de Inteligência de Produtos Digitais na Jüssi Intention Marketing e fã da turma da Product Arena.

Vou contar pra vocês um resumo do que rolou na conferência.

Eu sou das pessoas que acreditam que eventos em geral nunca vão “mudar sua vida”. Não acredito que um único evento vá transformar a forma com que trabalhamos com produtos digitais. (ou com qualquer outra coisa).

Acredito muito em eventos para gerar novas ideias, insights e reflexões sobre o meu trabalho, para alinhar rotas e também para entender o que pode ou não ser aplicado na minha realidade.

A ProductCon é uma das maiores conferências sobre produtos do mundo, realizada pela Product School. No dia 27 de maio aconteceu a edição de São Francisco, online e gratuita, que contou com mais de 100 mil pessoas em todas as plataformas onde foi transmitida, com 6 horas de evento e 10 palestras sobre temas variados.

Das 10 palestras do evento, vou apresentar abaixo o resumo das 5 que achei mais interessantes. Todas as palestras e materiais do evento estão disponíveis na íntegra no site da Product School.

Hackeando sua carreira de Produto

Gibson Biddle. ex VP de Produto na Netflix

O produto principal é você.

O Gibson trás uma visão muito conectada à auto-conhecimento e como ele é importante para que você possa direcionar sua carreira para o sucesso e felicidade.

Para “hackear” sua carreira, Gibson apresenta 3 pilares que devemos trabalhar:

  1. Posicionamento
  2. Experimentação
  3. Resultados e Feedback

Sobre Posicionamento:

Saiba quem é você!

“Quais são os meus principais benefícios?”, “Qual é a minha personalidade?”, “Quem sou eu?”. Um profissional precisa saber muito bem quem ele(a) é. Para facilitar este autoconhecimento conectado a produto, Gibson sugere que você analise suas skills entre Product Skills e Leadership Skills, sendo que você deve ter na ponta da língua quais são seus 3 principais benefícios a oferecer. Ele lembra, também, que ninguém é bom em tudo e que você deve saber priorizar inclusive as skills que você vai evoluir.

Sobre Experimentação:

Crie hipóteses!

Da mesma forma que trabalhamos o tempo todo com hipóteses, Gibson sugere que você faça o mesmo com sua carreira, ao longo da sua história, o tempo todo. “Nenhuma carreira é uma estrada em linha reta, todas sempre passam por muitas curvas ao longo do caminho”, diz ele. Você deve se perguntar “E se eu fizer isso, ao invés disso, o que pode acontecer?”, sempre com foco nas suas verdadeiras paixões e papéis potenciais que você acredita que pode alcançar.

Defina métricas para sua carreira!

Além disso, ele sugere que você defina as 3 principais métricas da sua carreira. Felicidade, salário, “bom para o mundo”, autonomia, clima…. O que é importante para você? Selecione suas 3 principais métricas, dê notas de 0 a 10 para cada uma em cada momento da sua carreira, faça uma timeline e acompanhe sempre.

Gibson faz uma provocação, que é: “Se você estiver em um trabalho onde algumas das suas métricas estão abaixo de 8 por mais de 6 meses, é hora de mudar. Ele diz: “Se for assim, não se trata de um dia ruim, se trata da hora de olhar para fora.”

Sobre resultados e feedbacks:

Tenha o seu próprio board de diretores!

De acordo com Gibson, você deve criar um rede de relacionamento do seu ecossistema de trabalho e cultivar essa rede ao longo da vida. São essas pessoas que vão te falar verdades, que você vai poder tirar dúvidas complexas ou simples, pessoas que vão te falar coisas difíceis e que você poderá sempre perguntar sem medo.

Eu gostei da abordagem da palestra, simples, objetiva e viável de ser aplicada no dia a dia. Gostei principalmente do olhar para autoconhecimento, que acredito ser muito importante para todos os profissionais.

Construindo produtos escaláveis.

Aarti Bharathan. Diretora de Produto na PayPal

Como usar o AARM Framework para escalar produtos.

Para criar produtos escaláveis a Aorti faz uma série de provocações sobre como as empresas devem estar preparadas em cada momento da jornada do consumidor.

Para começar, ela esclarece o conceito de “escalar”: significa aumentar drasticamente/consideravelmente a adoção de novos clientes sem que seja necessário aumento proporcional aos recursos da empresa.

Para facilitar a visão de para onde devemos olhar para escalar um produto, ela apresenta em 5 módulos distintos, usando o AARM Framework:

  • Customer Acquisition
  • Customer Activation
  • Customer Retention
  • Customer Monetization

O curioso da palestra é o fato dela usar este framework para estratégia de escalada, uma vez que ele é mais usado para definição de métricas e jornada do usuário. Ela sugere analisar cada momento com um olhar para escalar seu produto, de forma que você analise todas as etapas da jornada, tudo que está envolvido e o que é necessário para escalar.

Plataformas de voz e Gerenciamento de Produto

Ashok Bania. Diretor de Produto na CNN

Prazer, tecnologias de voz!

Para quem tem interesse em ser introduzido ao mundo da tecnologia por voz, essa é uma ótima palestra.

Ele explica, por exemplo, que a tecnologia de voz é composta basicamente por: um smart speaker, que é o hardware com reconhecimento de voz e o assistente, que é a tecnologia de conversação.

Quando falamos de tecnologia de conversação, o assistente é composto por 3 pilares basicamente:

  • Automated Speech Recognition (ASR) : Transcrição de áudio para texto.
  • Natural Language Processing (NLP): Entendimento dos comandos como uma linguagem. Habilidade da máquina absorver o que é dito pela pessoa, compreender o significado e determinar a próxima ação para responder ao humano de uma forma que ele entenda. (Entendimento)
  • Natural Language Generation (NLG): Processar e gerar textos. O NLG tem a capacidade de extrair grandes quantidades de dados numéricos, identificar padrões e compartilhar essas informações de uma maneira fácil para os seres humanos entenderem. (Geração de respostas)

Além disso, Ashok fala sobre as informações básicas sobre os assistentes de voz Alexa e Google e dicas de experiência do usuário.

Super recomendo para aqueles que querem ser apresentados ao tema!

Os cinco valores essenciais para empresas orientadas a produto

Ken Berger. Primeiro Product Manager do Slack

Se os problemas são humanos, os valores também devem ser humanos.

Ken traz um provocação relacionada aos valores existentes nas empresas de produto. As empresas muitas vezes trazem valores muito “óbvios”, como ética e integridade. Ele acredita que se o maior problema das pessoas são humanos, os valores de uma empresa também devem seguir essa linha. Com isso ele sugere 5 valores essenciais:

  • Segurança: As empresas precisam investir em confiança para gerar segurança. Para que um profissional se sinta seguro, ele precisa ter confiança nas relações profissionais.
  • Valorização: A valorização de acordo com Ken está diretamente conectada a ouvir. Uma empresa que tem a escuta como valor, faz com que seus profissionais se sintam valorizados, pelo simples fato de serem ouvidos.
  • Empoderamento: Ele conecta este valor a liberdade de opinião. Uma empresa não precisa acatar ou concordar com a opinião dos seus profissionais,mas é importante perguntar o que eles(as) querem, é importante que eles tenham liberdade de se posicionar.
  • Satisfação: Uma empresa deve ter seus valores humanos, mas ainda sim respeitar os valores individuais de cada um. É um ponto imprescindível para que os profissionais se sintam satisfeitos. Esse ponto aqui passa sobre diversidade, raça, religião, política, entre outros.
  • Impacto: Os profissionais precisam conhecer os impactos de suas ações e serem reconhecidos por isso.Implantar uma cultura de feedback é muito importante pra isso acontecer.

Como criar uma proposta de valor vencedora para o seu produto

Dan Olsen. Consultor de Produto & Autor do Livro The Lean Product Playbook

Como criar uma proposta de valor com o modelo de Kano.

Dan sugere nesta palestra um exercício muito prático para te ajudar a construir uma proposta de valor coerente para seu produto.

Partindo do modelo de Kano, que é um framework com foco em priorização baseado em satisfação dos clientes, ele recomenda que você reúna as informações dos benefícios do seu produto em um gráfico, que vai relacionar a existência desses requisitos com a satisfação (ou não) do cliente. São eles:

  1. Os atrativos;
  2. De desempenho;
  3. Obrigatórios/necessários;
  4. Indiferentes;
  5. Reversos.

Em seguida, ele sugere que você faça uma tabela, onde você vai listar benefícios do seu produto e dos seus concorrentes:

  • 1 requisito obrigatório
  • 3 requisitos de desempenho
  • 2 requisitos atrativos
Imagem Dan Olsen

Para construir sua proposta de valor, Dan indica que você comece sempre pelos benefícios atrativos que seus concorrentes não tem e se possível foque apenas neles. Se não for possível, foque também nos benefícios de performance mais robustos. De forma nenhuma, sua proposta de valor deve focar nos benefícios obrigatórios.

Além dos resumos acima, a conferência também trouxe os outros papos, como:

  • Inovação em produto na era da Internet das Coisas, 5G e Inteligência Artificial por Daniel Elizalde, Head de IoT da Ericsson. Daniel fala sobre o propósito de cada tecnologia e traz práticas que levam a inovação.
  • O que é um insight de produto? por Matin Movassate, Founder/CEO da Heap. Matin fala sobre a relação de insights com análise de dados e o que podemos fazer para gerar mais insights.
  • Porquê confiança importa: competindo com o crescimento por Neil Shah, Head de Produto na Lyft. Neil faz uma provocação curiosa sobre como defender investimentos e esforços em confiança dos usuários em um cenário onde a maioria dos esforços estão em crescimento.

Pronto!!

Espero que tenham gostado!

Silvinha Machado

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