Design Sprint: eu estou fazendo isso pela primeira vez.
Ser um facilitador de primeira viagem não é uma tarefa fácil, especialmente se tudo que você tiver são referências da internet e muita vontade de colocar o método em prática.
Quero contar um pouco da minha experiência nessa mesma situação: precisávamos resolver um problema rápido, em um parte muito sensível do nosso produto que demanda muita atenção.
Ler o livro e conhecer o método a fundo ajuda, mas não muito.
Antes de tudo, você precisa saber se o problema que vai resolver está definido claramente. não dá certo tentar rodar o método com um “acho que tem um problema aí”.
Com esse problema já definido, vou falar de duas etapas que foram importantíssimas ANTES de começar o Design Sprint de fato: geração de hipóteses e entrevistas com os usuários (vale lembrar que tudo isso que eu vou contar serve para um produto já existente, que vocÊ precisa modificar uma parte que não está muito legal).
Chega de enrolação Gabriel, conta logo!
Tudo começou com um problema: a nossa matrícula estava defasada e extremamente confusa.
Além desses problemas, ela tinha uma identidade visual totalmente diferente do site que o usuário acessa para saber mais informações do curso.
Conseguimos juntar em uma sala por uma semana um membro de cada equipe que tem relação direta com o processo de matrícula (essa parte é um das mais importantes, as pessoas que vão participar precisam ter pleno conhecimento da área em que atuam e estarem dispostas a compartilhar com todo mundo o que sabem).
Fases que executamos ANTES de começar as etapas do Design Sprint:
1. Hipóteses
Trabalhamos no desenvolvimento de algumas hipóteses que pensamos ter total relação com o nosso problema e para servir de guia para elaboração de um roteiro de entrevistas com nossos usuários.
No começo o processo das hipóteses foi meio confuso, mas depois conseguimos alinhar tudo e gerar algumas que foram mais relevantes como:
As pessoas sentem uma certa desconfiança com a mudança de layout
Esse processo não está muito extenso e cansativo?
As pessoas usam o facebook para se cadastrar em um curso de MBA?
Nosso processo não dá um bom feedback do estágio da inscrição
2. Entrevistas
Após termos nossas hipóteses geradas, partimos para o roteiro de entrevistas.
Fizemos uma dinâmica para escolher as melhores perguntas que foi: cada membro levou até 3 sugestões de questão para cada tela (todo o processo se dava em 5 telas) e cada um teve 3 votos.
O roteiro final você pode conferir aqui
Após as 12 entrevistas feitas chegamos à conclusão de que os principais problemas da matrícula atual eram:
Mudança drástica de layout e domínio
Falta de feedback nas etapas do processo
Interface desatualizada e não amigável
Problemas de microcopy nos botões
Ausência do logo do MBA USP/Esalq na matrícula.
Com esses pontos identificados em mãos, partimos para o Design Sprint!
Agora sim! Vou falar um pouco sobre como foi o processo de Design Sprint e quais lições aprendi sendo um facilitador de primeira viagem.
Não vou entrar muito na questão de descrever todo o processo nessa parte por que você pode encontrar aqui o resumo de como é.
O que eu aprendi:
Se você está fazendo isso pela primeira vez, em uma empresa que nunca rodou esse método, faça um workshop com os envolvidos para deixar todo mundo na mesma página (nosso cérebro tem repulsa a algo que nunca experimentamos e passar uma semana com 7 pessoas em uma sala sem que elas saibam o porquê estão lá pode ser frustrante).
Deixe as pessoas livres para falar se tiverem alguma dúvida sobre o processo, mas não deixe que as perguntas saiam de controle e vire um caos ordenado.
No começo do dia, faça dailys de 15 minutos para passar para o pessoal o que vocês irão trabalhar.
No final do dia deixe todo mundo a par do que vem pela frente.
Anote o problema que vocês estão resolvendo e deixe visível para todos durante a semana da sprint.
Resultados
O protótipo em alta fidelidade você pode conferir no meu Behance.
Espero que esse artigo possa te ajudar a executar o método sem mais dificuldades!
