Entrevista com Revirado à Brasiléia

Matheus Candido Pareschi Soares
Produtora Mente Vazia
4 min readMar 14, 2021

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O Revirado à Brasiléia é um recém-nascido grupo de Franco da Rocha (SP), que fez sua estreia no fim de janeiro com o belo single Revolução, e atualmente faz os preparativos para o lançamento de seu primeiro EP.
O grupo é formado por Caio Cury (violão, guitarra e voz), Danilo Pique (voz e violão), Ivan Leoni (bateria, percussão e voz), Jaquie Livino (baixo e voz), Jéssica Lorenzo (voz e violino). O projeto busca sobretudo resgatar e lançar, com nova roupagem, a obra de André Arruda, Charlis Abraão e Ranulfo Faria, compositores de grande relevância na cena cultural musical de Franco da Rocha. Aliás, o nome do grupo é a junção de dois nomes de músicas de Ranulfo, em homenagem ao compositor.

A banda iniciou o ano com uma semana intensa de ensaios e gravações, afinal, o Revirado foi contemplado pelo edital da Lei Aldir Blanc de Franco da Rocha em 2020. Com o prêmio do edital, puderam realizar a empreitada do EP de estreia. Foram três dias de ensaio para acertar os arranjos, dois dias de gravação e apenas um dia de mixagem e masterização. As músicas foram gravadas, mixadas e masterizadas por Breno Amorim em seu estúdio Montaulk. O EP (que leva o próprio nome do grupo) contará com 5 faixas, sendo 3 compostas em parceria por André Arruda e Charlis Abraão, e outras duas de Ranulfo Faria (que, inclusive, participou das gravações).

Capa por Fábio Campanhola

O EP tem lançamento previsto para o dia 19 de março. Nós trocamos umas palavras com a banda sobre o processo de produção, olha só:

MV — Tendo em vista a longa carreira dos compositores, quais foram os parâmetros para escolher as canções que seriam gravadas?

REVIRADO — Tivemos muita dificuldade de escolher, pois, o repertório dos compositores é vasto e de músicas muito boas. A gente definiu cinco músicas que achamos que o público gostava bastante desde a época em que tínhamos uma outra banda com esse mesmo repertório. Mesmo com às cinco músicas já escolhidas, acabamos trocando uma música por outra no processo de escolha, mas pretendemos futuramente gravá-la junto a outras canções dos mesmos compositores.

MV — Até que ponto os compositores se envolveram na produção? Em algum momento a banda sentiu ser necessário pedir a opinião deles nos arranjos?

REVIRADO — Os compositores deixaram a gente bem à vontade para trabalhar e criar em cima de suas obras. Fomos compartilhando áudios com demos das músicas com Charlis Abraão e André Arruda, para que ficassem a par dos novos arranjos, mas não quiseram intervir em nosso processo criativo. Já Ranulfo participou cantando nas duas faixas que assina como compositor, trazendo ideias e exercendo a sua musicalidade.

MV — O que levou vocês a escolherem a faixa “Revolução” como o single do EP?

REVIRADO — É uma música curta, sem palavrões e que pensamos ser mais impactante para inaugurar a chegada da banda.

MV — Sabendo que a banda se consolidou nessa formação para a gravação do EP, houve um direcionamento musical/artístico para os novos integrantes? Quais referências de sonoridade o grupo buscou?

REVIRADO — Fizemos umas demos em casa, cada um gravando no seu canto, com o arranjo que tínhamos mais ou menos em mente e enviamos para a Jaquie e o Ivan, que ainda não conheciam as músicas. As referências foram discutidas organicamente com os integrantes durante o processo, mas todo mundo concordava que o nosso repertório pedia uma sonoridade mais próxima do rock progressivo dos anos 70.

MV — As faixas foram gravadas e finalizadas em apenas dois dias, que é um tempo aparentemente curto para um trabalho do tipo. O que vocês avaliam como vantagens e desvantagens desse processo?

REVIRADO — A gente não viu muita vantagem, mas tínhamos que cumprir o projeto dentro prazo estabelecido pelo edital. Dentre as desvantagens, tivemos poucos dias para ensaio, gravação e campanha de lançamento do single. O prazo só foi estendido depois que a gente já tinha gravado, mixado e masterizado tudo dentro de um período de dois dias, mas queremos ter mais tempo e calma para o nosso próximo EP.

MV — Têm sido divulgadas notícias de prefeituras aqui do interior que, por mau planejamento ou por más intenções mesmo, complicaram o desenvolvimento dos projetos contemplados. Nesse aspecto, como foi para vocês a relação com o poder público? Houve algum imprevisto?

REVIRADO — No início, antes de o prazo ser estendido, tínhamos um tempo bem curto para a execução do projeto, mas tivemos um apoio muito bom da equipe da Secretaria de Cultura da cidade, que acompanhou e orientou os artistas desde a abertura do edital e até o momento têm se mostrados bastante solícitos.

Confira o single eletrizante e fiquemos com o gostinho na boca esperando por mais!

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