Aleatório Esboço Das Profundezas
Rascunho em um diário,
Escrito por todo o meu sangue,
Cada caractere real
Ou imaginário
De minha marcha por Daath,
Sou a filha abortada
De Marilyn Monroe
Enterrando miseráveis folhas
De esqueléticas árvores
E entregando miseráveis bilhetes
A deformadas prostitutas.
Desenho em um painel,
Usando o meu sangue inteiro
Como a única tinta,
As tenebrosas paisagens
Que Van Gogh não ousou
Representar em telas,
Imagens de devassidões
E de massacres
Diante dos Olhos
Da Obscuridade.
Esculpo sobre cadáveres,
Com uma argila misturada
A todo o meu sangue,
Uma representação da
Afrodite Da Escuridão,
A Amorosa Deusa Das Trevas
Mais Amorosas,
A Obscura Mulher que tem
Tudo para me dizer
E nada para me dar.
Interpreto papéis em funerais,
Com o corpo todo coberto
Por todo o meu sangue,
Como uma Mia Goth
Que não descansa de um
Slasher Film para outro
Slasher Film,
Sou triturada por psicopatas
E desmembrada por monstros
Sem consciência
A cada filmagem.
Escrevo poemas de cemitérios,
Com a tinta da pena sendo
Todo o meu sangue,
Versos que Álvares de Azevedo
Traz para mim
Junto com Florbela Espanca,
Lord Byron,
Charles Baudelaire,
Cruz e Sousa
E toda a Crucificada Legião
Que hoje habita
O Vale Dos Poetas Perdidos.
Escrevo livros dos ossos,
Com a tinta da pena abastecida
Com tudo que tenho
De sangue,
Sou uma Nietzsche
E uma Schopenhauer
Naufragada nas impossibilidades
Dos meus aforismos
E axiomas
Lotados de apriorísticos
Kantianos paradoxos
Hegelianos.
Escrevo roteiros sanguinários,
Aproveitando todo o meu
Sangue ordinário,
Sou a maior imitadora
De George R. R. Martin
Narrando A Dança Dos Dragões
Da Decadência Humana,
A Guerra Dos Tronos
Da Desgraça Contemporânea
E O Casamento Vermelho
Da Extinção Da Raça Humana
Por meio das diárias
Congeladas
E fátuas
Crônicas desta Civilização
Estuprada.
Componho canções angustiadas,
Usando como musicais notas
O barulho da queda de cada
Gota de todo meu sangue
No meu quarto,
Sou uma Chiquinha Gonzaga
Das Sombras,
Criando marchinhas para
O Carnaval Das Desgraças,
A Rave Das Maldições,
O Natal Das Misérias,
A Páscoa Da Fome
E A Sexta-Feira Profana
Das Guerras.
Danço em macabros bailes,
Com um vestido ensopado
Por todo litro de todo
O meu sangue,
Com Nijinsky,
Michael Jackson
E Elvis Presley,
Acompanhando uma música
Escrita
E entoada por Kurt Cobain,
Em um salão repleto
De telões reproduzindo
As Decadentes Danças
Da História Terrestre.
Canto em degenerados festivais,
Uso as minhas cordas vocais
Refrescadas com o sabor
De todo o meu sangue,
Sou A Madonna
Dos Umbrais,
A Beyoncé
Das Fossas
E A Taylor Swift
Dos Pântanos,
Uma gótica Superstar
Cujos Fãs são Condenadas
E Condenados
Às Abissais Prisões
Que eles mesmos construíram.
Sou uma Artista esboçada,
Diplomada na Universidade
Das Almas Descartadas
Pelo derramar de todo
O meu sangue,
Nada famosa como
As Encarnadas Musas
Que são as Novas Deusas
Da Humanidade,
Nada rica como
Elas que tem fortunas
Apenas na Matéria
Aceitáveis
E nada carismática
Como cada uma
Que vampiriza
As Encarnadas Massas
De Seguidoras
E Seguidores
Ajoelhados diante delas.
Eu sou Esboço,
Uma Artista forjada por
Toda gota do meu
Próprio sangue,
E concedo autógrafos
Sem Meet & Greet
Para quem decidir
Buscar no próprio sangue
A sua própria
Arte,
Loucura,
Satisfação,
Renascimento
& Morte.
Inominável Ser
UM SER
QUE TAMBÉM É
UM ESBOÇO
DE SER
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Acompanhem A Cova em seus respectivos túmulos no Cemitério Virtual desta Grande Matrix!
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