Lembrete Cotidiano
Todo potencial amor esconde adagas pelo corpo
Entre os dentes, bijuterias. Entre a língua, lantejoulas
Entre os pés, vilões e freiras. Entre os dedos, deslizamentos
E seu sucessor aprenderá rapidamente pela trilha de arcadas dentárias
Pesando todas as minhas cicatrizes em teus cílios
Será que nesta tentativa você encontrará
O anúncio específico da tanatoscopia?
Essa é a última tentativa de eriçar os pelos dos braços
Estragam poemas como se entregassem planilhas
Reforçam cada palavra como se orbitassem receitas
Dançam vírgulas, assombram sujeitos ocultados
Varrem com lupa cada canto atrás de subtexto
A compulsão o contorna entre o sim e o não
Absorver trejeitos e detalhes inventados
Inundar bandeiras plastificadas
Dissecar santinhos amargurados pela chuva
Tenciono com a costura dos espelhos
Crio tal tangência despercebida no meu caminhar
A cada corpo que desobstruo para fora do meu hábito
Encontro um novo pedaço desconhecido
A total aversão a qualquer reputação
Adoecer bibelôs tão indecifráveis
Temendo uma ideia vaga de vulgaridade
Como se temessem a própria morte
Há pavor nesse semblante que respira tão fundo
Exumar cada beijo escondido
Até encontrar o sintoma de cada paixão
E enterra-las distantes de qualquer alcance público
Pequenas preciosidades submergidas do umbigo
Prontos para tecer estilhaços ao encontro dos olhos
Há migalhes de bocas que são usadas para confundir
Quando me indagam nomes jogados pela ciranda...
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Acompanhem A Cova em seus respectivos túmulos no Cemitério Virtual desta Grande Matrix!
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