Nas Ruínas Estão Todas As Fundamentais Respostas
Empregado no melhor
Possível momento
Na grande empresa
Que reúne o pior
Do humano momento
Remeto meu olhar
Na direção de Gaza
Trinta e sete mil almas
Barbarizadas
Mas
Barbarizadas também
Não são as nossas
Próprias almas?
No conforto de nossas
Respectivas covas
Em quentes camas
Geladeiras plenas
Internet aberta
Para descermos
Às fossas
Ou nos elevarmos
Em Conhecimento
Fica fácil ser um
Webrevolucionário
De boteco
Pôr o olho do cu
Na reta
Desafiar a sistemática
Choldra história
Que tiraniza a Terra
Orar aos Santos
Das Guerras Diárias
Para que nunca tenhamos
Uma hipócrita paz
Poucos de nós
Temos a audácia
De fazer no meio
Das ruínas que são
A nossa catastrófica
Civilização
Ruínas que não estão
Somente em Gaza
A Terra toda é uma Gaza
Com cadáveres crescentes
E as lágrimas
De todas as crianças
Martirizadas entre brinquedos
E humanas falácias
De filhos da puta
De bilhões de nadas
Nas contas bancárias
Nunca devotadas a quem
Com extrema dificuldade
Ainda respira
Somos uma Palestina
A cada esquina
Uma ruína como Espécie
Dentro da Humana Ruína
Nesta Desgraça Contemporânea
Comemorada nas fogueiras
Das fantasias que comemos
Junto à leitura da maior
Bobagem divulgada
Comemorada nas fogueiras
Das merdas que falamos
Junto aos corpos que caem
Nas nossas calçadas
Comemorada nas fogueiras
Do caralho de toda a nossa
Insensatez profanadora
De tudo que é ainda útil
Junto ao sangue que chega
Cada vez mais perto
Das nossas fodidas vidas
Tudo é uma Arruinada Gaza
Neste fedido pântano
De muitos perfumes
Que jamais retiram
O desgraçado horror
Da total descida a toda
Possível decadência
Dos nossos barrentos
Valores
Das nossas cagadas
Diretrizes
Dos nossos vomitados
Direitos
Das nossas arrotadas
Virtudes
Dos nossos cuspidos
Sonhos
Das nossas pisoteadas
Metas
Dos nossos estuprados
Planos
Das nossas esquartejadas
Tendências
Dos nossos decapitados
Passos
Trinte e sete mil a mais
Ainda cairão em Gaza
Tanto quanto
Trezentos e setenta mil cairão
À nossa direita
E três mil trezentas e setenta
Cairão à nossa esquerda
A cada dia
Da Bestial Ruína
A cada noite
Da Draconiana Ruína
A cada hora
Da Verminosa Ruína
Bestial Humanidade
Draconiana Humanidade
Verminosa Humanidade
Tão desgraçadamente
Fracassada
Ruínas depredando
Nossa segurança
De lata
Ruínas roubando
Nossa esperança
De plástico
Ruínas sequestrando
Nossa felicidade
De lama
Ruínas chantageando
Nossa estabilidade
De esgoto
Ruínas massacrando
Nossas certezas
De pó
Ruínas encobrindo
Nossos caminhos
De areia
Ruínas
Ruínas
Ruínas
RUÍNAS
RUÍNAS
RUÍNAS
RUINAS
RUÍNAS
RUÍNAS
Somos decapitados bebês
Como aquele bebê
De Gaza
Uma ridícula Raça
Que não é a única nesta
Galáxia
E nem neste Universo
Uma Arruinada Raça
Que assiste a um Holocausto
Como quem senta
A porra escrota do rabo
Para assistir a um filme
Da Tirânica Águia
Uma Arruinada Raça
De vilões
Uma Arruinada Raça
De covardes
Uma Arruinada Raça
De genocidas
Uma Arruinada Raça
De terroristas
Uma Arruinada Raça
De torturadores
Uma Arruinada Raça
Arruinada
E já Extinta
Algo que ainda
Não percebemos
Algo que ainda
Precisa ser confirmado
Pela Deusa História
Porém
Estes atuais dias
De mortandade
Nos faz como Palestinos
Marcados para o abate
E o desaparecimento
Sob as botas dos Monstros
Que às nossas Ruínas
Aplaudem
Inominável Ser
UM
ARRUINADO
HUMANO
SER
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Acompanhem A Cova em seus respectivos túmulos no Cemitério Virtual desta Grande Matrix!
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