foto: death to stock

Nunca tínhamos sentido isso antes.

Equipe SHIFT
SHIFT

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Cortar laços tão bem estruturados, libertar. Por um momento foi engrandecedor, mas quando nos damos conta do contexto, quando percebemos que agora a vida é só nossa, o choque vem. Dói um pouco. E às vezes, naqueles dias bem chatos, dói mais. Libertar-se do que antes se era exige paciência. Transição. Mudança. Sair da zona de conforto. Não estamos prontos para o que estar por vir, quem sabe até não queremos estar. Talvez sejamos novos adultos, assim como surgem novas correntes artísticas num piscar de olhos, nós surgimos. Quem eu sou? Quem quero ser? Ainda em formação.

Passa longe de ser um processo fácil.

Crescer é isso, é viver momentos e experiências que não podem ser rotuladas e limitadas a uma idade. É começar a ver o mundo por outra perspectiva e se sentir perdido por várias vezes. Crescer é sair do conforto de antes, é tirar aquele cobertor quentinho que, por tanto tempo, nos protegeu do “mundo lá fora”. É encarar o novo, o diferente. É uma fase que a gente se experimenta, se descobre, se reinventa.

O símbolo da tecla shift é uma seta apontada para cima. Ao apertá-la, as letras crescem. Em tradução literal, shift significa mudança.

Nós crescemos

e chegamos a uma idade um tanto quanto incerta. Não somos mais os adolescentes incompreendidos, mas também não somos adultos e ainda temos medo de nos parecermos com eles. Não nos sentimos tão responsáveis, nem tão sérios assim. A ideia do que vamos fazer com a profissão que escolhemos — se é que escolhemos — ainda é um futuro que evitamos tocar. Passamos os por dias confusos e doloridos, mas no fim entendemos o quão único e singular é crescer.

Viver sozinho muda TUDO.

Só de você não ter alguém pra te dar boa noite, é diferente. Só de você não ter alguém pra lanchar com você, é diferente. Só de você ter que ligar a televisão pra dar a impressão de que você não está sozinho em casa, é diferente. Só de você estar de boa no seu quarto e do nada ouvir um barulho na cozinha, é diferente. Só de você não ter alguém pra te ajudar a carregar as compras do supermercado, é diferente.
E eu poderia ficar listando as diferenças pra sempre, mas acho que já deu pra perceber o quão diferente é.

crescer é encarar o despertador como rotina ao invés de um cheiro de café fresco e mesa posta.

é se preocupar com distâncias, telefonemas e as contas no fim do mês. é aproveitar a liberdade e ter medo dela. é assustador e, ao mesmo tempo, enriquecedor. é transformar tudo que você já aprendeu em práticas de todos os dias e aprender cada vez mais — errando e acertando junto. só assim a gente se transforma na melhor e mais madura forma de si mesmo.

Dói.

Mas dói porque é necessário.

Como lidar com cada uma das obrigações e novidades que chegam com esta fase da vida?
O SHIFT nada mais pretende ser além de um projeto que converse de jovem para jovem, de maneira honesta, direta e inclusiva sobre isso. Somando nossas dúvidas e incompreensões, é através das experiências dos outros, da opinião profissional e de pesquisas que pretendemos aprender um pouco mais sobre a vida agora.

Colaboram com esta postagem, em sequência: Déborah Médice, Amanda Carneiro, Tayná Gonçalves, Maíra Amaral, Sara Brunelli e Andre Aguiar.

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