Equipe SHIFT
SHIFT
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3 min readJul 1, 2016

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Foto por Loic Djim

Quando a gente menos esperava, o peso de crescer veio, e veio do tamanho de um mundo. Um mundo todo novo, cheio de responsabilidades, decisões e que nem sempre tem o poder acolhedor. Não está sendo fácil, não vai ficar fácil, e isso tudo faz parte do processo de crescer. Isso tudo vai moldar a gente, ao mesmo tempo que a gente molda isso tudo. O importante é continuar deixando sempre a força de dentro ser maior. Não tenho mais medo de crescer: a princípio, assusta, mas é um processo grandioso.

A gente dorme com nossos pais dando beijinho de boa noite e desligando a luz do quarto e, de repente, acorda sendo o último dia pra pagar a conta de água senão ela vai ser cortada.
Eu sinto saudades do meu pai cobrando a hora de eu levantar da cama senão chegaria atrasada na escola. Atualmente, eu sempre chego atrasada na faculdade.
Sinto falta de alguém me levando de carro pra onde fosse, de alguém cuidando de mim quando eu estivesse doente, de alguém se preocupando em como foi meu dia.

Mas, calma, sem desespero. Isso não tem acontecido só comigo ou só com você. Todos passaram ou passarão por isso algum dia, e tudo que a gente pode fazer é respirar fundo e pensar que, algum dia, essa fase “jovem-adulto” também vai acabar e a gente terá que se adaptar novamente à outra rotina e modo de viver.

Não existe nenhuma fada mágica que nos ajude na hora de crescer. É você por você, sou eu por mim, de olhos vendados e dando passos sem saber o que vem a seguir. É escolher um caminho completamente diferente do que se estava acostumado e confiar em novas pessoas para dar as mãos. É saber que, apesar de tudo, das lágrimas e adversidades, no final do arco-íris sempre tem um pote de ouro — ou um sorriso que faça tudo valer a pena.

Isso tudo pode estar sendo muito difícil, mas no final a gente sempre vai ter saudade. Essa fase de experimentação do mundo acompanhada da força jovem que temos está sendo confusa, porém interessante.
A gente não sabe como vai ser de agora em diante, e talvez seja melhor viver o agora do que sofrer pensando muito no futuro. A vida adulta é muito pautada na falta de tempo, em muitas das vezes. Por isso, por mais difícil, confuso e líquido que seja isso tudo agora, aproveitar essa vivência é essencial.

Dificuldades vem e vão, as dúvidas também, mas esse processo de errar e quebrar a cara faz parte da nossa construção como indivíduo. E o esquema é permanecer dando a cara a tapa — a vida no geral é assim.
É um caminho muito longo de se percorrer, mas lá na frente, depois de tantas escolhas e desafios, espero que pareça breve e que tenhamos orgulho da identidade que tivermos construído ao passar desses anos. Não tem ninguém sozinho nesse barco: ser jovem é ser confuso e incompreendido pelos outros, então, vamos continuar sendo confusos e incompreendidos juntos!

Daqui eu vejo um borrão no futuro, mesmo que às vezes ele pareça próximo demais e cobre de mim uma visão segura e sensata. Daqui eu sei que os dias sem dúvidas e crises jamais chegarão, porque essa é só mais uma parte, é só mais um amontoado de sensações que um dia vão acabar para dar lugar a outras.

Este é o último post do SHIFT.

Muito obrigado por ter nos acompanhado até aqui, refletindo com a gente sobre a vida agora em todas as postagens e podcasts. Daqui pro futuro a gente só pode imaginar: vamos?

Colaboram com esta postagem, em sequência: Sara Brunelli, Maíra Amaral, Amanda Carneiro, Déborah Médice, Tayná Gonçalves e Andre Aguiar.

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