Me formei! E no caminho para pegar o diploma, só pensava na aprovação da faculdade que estava — ou não — por vir. E se não desse certo? E se eu não passasse? E se eu não gostasse? E se eu não aguentasse? A verdade é que eu não tinha certeza nem do vestido que eu queria ter usado, e com dezessete (dezessete!!!!!) anos, eu decidi minha vida. Ou tentei.
Na escola, o caminho apontado era único: fa-cul-da-de. De preferência, federal. Melhor ainda se fosse uma daquelas bem conhecidas. Medicina, Direito ou alguma engenharia ia fechar o pacote da escolha perfeita. Eu ia ser feliz e realizada o resto da vida e fim.
Mas, não foi bem assim.
Na verdade, não foi nada assim. Passei, Direito, faculdade boa, piores dois anos da minha vida. Estar presa em uma realidade que só me sugava e eu não me via ali — nem no presente, nem no futuro — causou um desgaste físico e emocional que eu preferia manter a ter que encarar a verdade de eu não ter me encaixado.
Mas olha, você, que não decidiu, que decidiu e se arrependeu, ou que nem quer se decidir agora, você pode mudar. Você sempre pode mudar. Não existe um modelo de sucesso, nem um tempo pré-determinado de decisões. Você pode fazer tudo ou nada se quiser, e isso só depende de você. Repetindo: você pode mudar, e nem precisa ser geminiano pra saber disso.
Sua família pode ir contra, alguns amigos também, e a sociedade em geral (com certeza vai), mas só cabe a você a decisão de colorir paredes, filmar florestas, digitar o dia todo ou cantar em locais que não sejam debaixo do chuveiro. E o melhor: você não precisa necessariamente se graduar pra fazer isso.
Seu único pré-requisito é ser feliz. Se conseguir pagar as contas, também ajuda.
Sua saúde mental e física importam mais que ser aceito numa sociedade que anda meio doente. Talvez a sua atitude diferente seja a cura. Mas se não for, com certeza vai curar a você mesmo.
ESCOLHAS é a segunda série do SHIFT.
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