Da Universidade Para o Mercado

Você está cursando ensino superior na área de Computação/Sistemas, ou talvez até esteja formado ou se formando, e deseja entrar na área.

Então você decide pesquisar, e percebe que existem dezenas de linguagens, tecnologias, frameworks, metodologias e ferramentas que parecem ótimas e todos parecem estar usando.

E agora? Não tem como aprender tudo isso da noite pro dia. Como não me ensinaram essas coisas na universidade? Ela não deveria me preparar para o mercado de trabalho?

Essa diversidade de linguagens e tecnologias pode parecer meio assustadora, para quem está prestes a buscar seu primeiro emprego ou estágio na área de TI. Dentro da universidade existe uma certa consistência nas tecnologias, conteúdos e ferramentas ensinados. Já o mercado é completamente heterogêneo. Diferentes vagas exigem diferentes conhecimentos e vários deles parecem muito complexos e diferentes do meio acadêmico. O choque no momento de transição é natural.

O curso superior tem uma função, que é te ensinar “core concepts”. Um “for” sempre será um “for” e um “if” sempre será um “if”. Indiferente da linguagem que você esteja trabalhando. Dentro da universidade você deve aprender estes “core concepts”, que te darão uma base para adquirir conhecimento por conta própria. Devido a imensa diversidade de tecnologias, áreas de atuação e evolução constante nas tecnologias utilizadas pelo mercado, não tem como a universidade te ensinar o que você precisa para efetivamente atuar na área.

Agora você sabe que fazer um curso superior é importante, mas você vai precisar estudar por conta própria mesmo assim. O que você deveria estudar, então? Esta é a pergunta fundamental, e não existe uma resposta correta para todo mundo. Para tomar esta decisão, existem dois fatores principais que devem ser levados em conta: seus objetivos e onde você planeja trabalhar.

Se seus objetivos giram em torno de trabalhar com front-end, é interessante aprender as tecnologias que te darão maiores vantagens nessa área. No geral você terá que aprender HTML, CSS e Javascript com seus principais frameworks. Caso seus objetivos sejam trabalhar com back-end, inteligência artificial, dev-ops ou qualquer outra área, o conjunto de tecnologias que você terá que aprender será específico para cada caso.

Também é importante lembrar que requisitos de mercado não são universais. É necessário definir onde você planeja trabalhar. Os requisitos para desenvolvedor front-end podem mudar muito de uma região para a outra. Se você pretende buscar empregos na sua região, verifique os requisitos para as vagas de desenvolvimento front-end nas empresas próximas. Não adianta ser um desenvolvedor excelente com “Ruby on Rails”, se não existem vagas na sua região e você não tem como ir para onde as vagas estão. Requisitos também tendem a oscilar bastante conforme o tamanho e perfil da empresa.

Agora que você já alinhou seus objetivos com onde você planeja trabalhar, pode definir metas de aprendizado. Você não precisa aprender tudo de uma vez. Comece com o básico. Verifique os requisitos mínimos das vagas, e procure se especializar o suficiente para atender a eles. Escolha uma linguagem e aprenda ela bem. Fortaleça sua base, e o restante você pode conquistar aos poucos.

Não se apegue a linguagens e tecnologias específicas. Todas tem vantagens e desvantagens, e são utilizadas para propósitos distintos. Se você tiver bem enraizados os “core concepts”, então será capaz de trabalhar com outras tecnologias conforme a necessidade.