Como se tornar a sua melhor versão?
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Esses dias minha filha de 18 anos me mostrou um daqueles gifs do Instagram com frases feitas, sabe?
Eu já tinha visto um monte, quase todo dia, porque ela trabalha com marketing digital e procura entender tendências, movimentos de mercado, querendo se aprimorar na hora de planejar as ações dos seus clientes.
Só que esse em particular falava de um negócio antigo, que esconde uma sabedoria enorme sobre a nossa individualidade, e sobre o que é viver, com toda a complexidade envolvida.
Tava escrito mais ou menos assim: “não viva o mesmo ano 75 vezes, e chame isso de vida”.
Caraca… fala a verdade? Ler um negócio desses em pleno brunch de domingo com a família, depois de ter vivido 41 anos, é ou não é um excelente gatilho intelectual no sentido de pensar sobre como eles foram vividos?
No começo pareceu meio indigesto, mas depois comecei um exercício saudável de avaliar como foi minha trajetória de vida até aqui.
Cara, que exercício gostoso de fazer.
Primeiro, porque a gente até encontra um monte de causas-raiz de muitas mazelas que ainda pairam sobre a nossa cabeça, muitos comportamentos ruins que insistem em nos atrasar a vida, e olha só, o fato de nos tornarmos conscientes, por si só, já representa um baita de um ganho, pode crer.
Além disso, também dá pra lembrar de coisas muito legais que te aconteceram, e na minha visão é sempre bom ressentir coisas legais né?
E olha só, quanto mais profunda e focada for a viagem, mais a gente se aproxima das sensações boas que pipocaram na época.
Mas o mais louco mesmo foi o fato de perceber que ainda tem um monte de tempo pela frente pra viver, e que cada segundo do presente é uma oportunidade incrível de escrever um futuro mais parecido com aquele que a gente quer mesmo viver.
Tenho que confessar um negócio aqui, eu sempre sugiro pros times ágeis com os quais interajo, um mantra relacionado à qualidade da entrega dos produtos e serviços que eles criam. Eu tento convence-los a se tornarem experimentadores, a tal ponto que eles possam sempre dizer, com muita satisfação e certeza, que a melhor versão das coisas que eles entregam, é a próxima.
Isso realmente desperta um espírito de melhoria contínua, de experiências de consumo extraordinárias para os clientes, e de aprendizado sem fim pra eles mesmos, já que a busca pela excelência é sem dúvida um bom caminho a se seguir.
Mas pra minha própria vida… poxa, como não pensei nisso antes?
É como dizem por aí, antes tarde do que nunca.
Aliás, nunca é tarde. Nunca mesmo.
Quanta gente faz coisas extraordinárias aos 50, 60, 70, 80 anos de idade?
Tenho certeza que se você olhar ao redor agora mesmo, vai se lembrar de alguém que te inspirou de verdade, ou de repente descobrir alguém inspirador pra caramba, que sempre esteve muito mais perto do que você imaginava.
E aí me ocorreram algumas virtudes que consigo enxergar nas pessoas que efetivamente conseguem começar o rolê de se tornarem suas melhores versões, partindo de uma reflexão pessoal, e pensando nas histórias incríveis de transformação que já ouvi.
Elas olham ao redor. Elas olham nos olhos. Elas olham pra dentro.
Tudo dependendo do contexto em que se encontram.
Quando estão sozinhas, observam o que acontece em volta e conseguem achar inspiração nos pequenos detalhes, simplesmente porque estão conscientemente na busca pelo auto-aperfeiçoamento.
Quando elas interagem contigo, olham nos teus olhos pra encontrar neles o brilho e a luz de quem está falando sobre algo que realmente impactou a própria vida, procurando talvez refletir sobre o que deveriam fazer para que algo as deixasse com o brilho parecido quando contassem a própria história.
Quando conversam sozinhas, diante daquele espelho que enxerga o fundo da alma, conseguem se despir completamente da auto-piedade e por isso são capazes de criar mapas que realmente vão leva-las pro destino que elas escolheram ter.
Elas escutam ao redor. Elas escutam a gente. Elas escutam a si mesmas.
Nada passa despercebido aos ouvidos de quem quer se tornar sua melhor versão. Porque em cada som pode estar escondida a inspiração pra virar a própria vida do avesso. Uma vez eu me lembro de ter ouvido uma reclamação na recepção da empresa em que trabalho, feita por um novo funcionário que não conseguia entrar no prédio porque não tinha o crachá oficial pronto ainda. Na mesma época, alguém da área de tecnologia da empresa se incomodou com os equipamentos incompletos que eram entregues aos recém-chegados. Longa história curta, 90 dias depois mudamos completamente a forma como os novos funcionários são recebidos na companhia, pelo simples fato de “escutarmos o que se passava ao redor”.
Essas pessoas são mestres em nos escutar também, não nos interrompem, escutam cada palavra e nitidamente pensam sobre elas, porque de fato se importam com o que estamos dizendo naquele momento… elas conversam conosco, mas se fizermos as contas, nós sempre falamos mais do que elas.
Outro ponto interessante é que elas escutam a si próprias, seus instintos são parte do seu processo de tomada de decisão, muito mais do que as opiniões ou críticas de terceiros. Não que elas descartem feedbacks, não é isso. Mas nenhum desses feedbacks pode ser mais importante do que um sentimento gutural, um arrepio daqueles, ou a sensação de estarem fazendo a coisa certa.
Finalmente, elas respeitam demais. As coisas ao redor, as pessoas ao redor, e a pessoa que são — a própria história.
Tudo pode ser capitalizado nesse processo de construção de nós mesmos.
Começar o rolê levando em conta o aprendizado de alguém, compartilhado contigo, te põe num outro patamar — nem melhor, nem pior, mas diferente. Pessoas que buscam se aperfeiçoar constantemente são capazes de interagir com o ambiente de forma construtiva, chegam sempre pra somar, porque entendem — e querem — seu papel de agentes transformadores, ao invés de aceitarem se tornar vítimas do acaso.
Tudo o que viveram importa, mas aquilo que ainda podem viver importa mais ainda.
Parece muito pra um brunch em família né?
Sei lá, é tanta vida pra viver, que na verdade me pareceu até pouca reflexão pra o que o momento exigia. Acho mesmo que deveríamos pensar nisso de tempos em tempos na verdade.
Enfim… espero ter te inspirado com essa experiência compartilhada, tanto quanto me inspirei por te-la vivido.
E se me permite a intromissão, deixo aqui um conselho: não viva o mesmo ano 75 vezes, e chame isso de vida.
Viva cada segundo como se fosse único, e construa algo que no final poderá de fato ser chamado de vida.
A vida que você sempre quis viver.
Rodrigo Giaffredo
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