Horas repetidas e sincronicidades
ok caralho, eu vou escrever sobre números repetidos. inferno.
Se tem uma pergunta que eu recebo nas DM — de absolutamente todas as redes sociais que eu cometi um perfil na vida, é: “o que significa o número xxxx?”
E todo conteúdo sobre repetições na internet parecem que foram escritos pela Fada Bela! “Ah, porque a conexão linda com o universo infinito do amor”. Calmaí.
Cada dígito (de 1 a 9) tem seu significado e dentro disso as polaridades possíveis. Então um dígito só balança numa polaridade bastante ampla dentro do seu contexto e não dá pra afirmar muito de um dígito só.
Mas tudo nessa vida em exagero vira veneno e a repetição de um mesmo dígito mais de três vezes não foge à regra. Tudo no mundo tem uma medida de equilíbrio.
Aqui eu vou tratar somente de valores repetidos
Valores espelhados ou palíndromes (1313 ou 1331) vão precisar de todo um texto.
Esses valores repetidos têm praticamente a mesma explicação se em datas, horas ou na presença desse valor numa data de aniversário — se a pessoa nasce em 21/11/2001 ela tem 1111 no aniversário.
Número 1 é o dígito do Eu. Assim em letra maiúscula. É nele que a gente é. Que a gente consegue se manifestar, colocar a nossa vontade no mundo e expressar quem somos.
Quando em repetição a questão da individualidade fica bagunçada. De um lado pode ter estagnação, covardia ou paralisação por medo ou falta de interesse. De outro o desejo e a vontade transformam o tempo num inimigo e tudo parece estar contra nós.
De maneira geral traz ansiedade e uma relação complicada com o tempo e com os obstáculos da vida.
Ver 11:11 todo dia avisa que é preciso sair da inércia pra começar algo novo — ou que a sensação de que nada acontece é ilusória. As coisas têm seu tempo.
A somatização associada é circulatória, com taquicardias ou inchaço dependendo da polaridade em que você está.
O 2 é o dígito do “outro”. Do momento em que nos damos conta de que não estamos sozinhos nesse mundo e que precisamos aprender a conviver com o diferente.
Com o exagero da repetição ficamos com medo de desagradar as pessoas, com medo de magoar ou de não se o suficiente. Aí bate baixa-auto estima, síndrome do impostor, timidez e até submissão.
Temos dificuldade de dizer não, de impor nossa vontade no mundo, de magoar. Perdoamos mais do que deveríamos e nos colocamos em situações desagradáveis.
Ver o 22:22 significa que é preciso se impor ou aprender um pouco de diplomacia. Equilibrar as vontades e as exigências.
A somatização associada é eliminatória: rins e bexiga.
3 é o valor da informação, do conhecimento e da fala. A gente já se deu conta da nossa individualidade e da individualidade das outras pessoas. Agora a gente se coloca em perspectiva. A gente troca.
Aqui ou a gente fala demais ou a gente silencia. Todas as repetições trazem uma dose de medo e aqui o medo é de como vão receber o que temos a dizer. A falta de diálogo gera problemas que vão ficando mal resolvidos.
Se insistimos em ficar em silêncio somatizamos no sistema respiratório e especialmente na garganta, mas também gerando dor de cabeça. Depende de como está o seu campo mental.
Ver 333 ou 3333 por aí o tempo todo avisa que tem algo a ser dito, esclarecido ou até estudado. Alternativamente pode ser algum conhecimento que você precisa buscar ou que vai chegar a você. A qualidade da somatização vai dizer o que é.
4 é o número da manifestação no plano físico, quando as coisas acontecem. Rege a natureza, os espaços, nosso corpo. E portanto trata da nossa segurança, do nosso trabalho e da nossa estadia no mundo.
Aqui nossa realização material e profissional fica comprometida. O esforço que a gente coloca no mundo (o que a gente planta) não dá resultado (e não tem colheita). O reconhecimento pelo nosso trabalho não vem e o sentimento que fica é de frustração.
Essa repetição mexe especialmente com a nossa percepção de segurança financeira, mas também mexe com nosso corpo e consequentemente com a nossa auto-estima, mais precisamente com a relação de valor pessoal.
Ver 444 ou 4444 por aí pode ser aviso de muito trabalho, volume de trabalho que te esgota. Pode ser que você está colocando muito esforço num projeto que não vai te dar retorno, ou que você está exagerando na expectativa de retorno.
A somatização está nas articulações — que representam a nossa flexibilidade. O 4 e suas repetições vão se tornando cada vez mais conservadores e duros. Enrijecimento das junta e dor na coluna. Nos ossos.
Número 5 rege os desejos, as vontades. Tudo que a gente sente é campo do 5, ele trata da nossa sexualidade, dos nossos tesões, das nossas vocações no que tange o sentimento de realização, nossa curiosidade e busca pelo novo.
55 e as coisas já mudam com frequência, já é difícil se decidir. A partir do 555 a instabilidade toma conta. Em qualquer área da vida. Mudanças constantes e frequentes deixam a nossa vida bagunçada se programar se torna impossível.
É difícil se relacionar monogamicamente com essa repetição. Seja pela dificuldade de escolher seja pela necessidade de diversidade sexual — ou de outros estímulos, podendo ser inclusive o intelectual.
Somatiza (adivinha?) no sistema reprodutor. Mas o 5 não cuida só da sexualidade (diretamente ou psicanaliticamente), trata dos nossos desejos e da relação com eles, então pode dar em doenças pontuais e incômodas e doenças auto-imunes. É a somatização mais difícil de identificar.
Depois disso tudo o 6 vem pra formar a nossa família. A gente nasce, se relaciona, troca, cria, deseja e agora a gente ama. Se o 4 rege a casa física o 6 rege o sentimento de lar, de família, conforto e segurança emocional. Ele também representa as artes e a busca pela beleza ideal.
Quando em exagero nossos afetos sofrem. A gente sente dificuldade de se envolver, de se entregar e fica com medo de se machucar. Nos afastamos das pessoas e nos fechamos. Do outro lado da polaridade o número fala de apego exagerado e medo de perder.
A somatização fica no cardíaco, mas eu observo que o número traz melancolia, solidão e retraimento.
O 666 por outro lado é um questão a parte. É um valor que tem significado mágico em si mesmo em que o 6 representa a manifestação perfeita da divindade no mundo e o conhecimento oculto disponível neste.
Depende aí se você acha que está vendo uma repetição em contexto hermético/oculto ou pitagórico.
O 7 é o valor com polaridades mais longas. Rege o conhecimento que é transformado em sabedoria, o virtuosismo em todas as aplicações. A experiência: ao mesmo tempo que é um valor de ceticismo e metodologias científicas é o Orientador Espiritual.
Aqui a gente sofre por perfeccionismo e nada está bom. Eu considero a ansiedade dessa repetição a pior ansiedade que tem. Síndrome do impostor bate muito fundo porque ficamos extremamente exigentes com o que a gente faz. Intolerância com pensamentos diferentes podem cair aqui.
A solidão que essa repetição gera é auto imposta. A ruminação sobre tudo e todos gera desconfianças e loopings de análises e suposições que não são saudáveis.
O aviso aqui é que as nossas filosofias pessoais não servem pra todo mundo, ninguém tem o compromisso nem moral nem intelectual de chegar às mesmas conclusões que a gente. As crenças que escolhemos e a busca pelo auto conhecimento é de cada um.
Do outro lado, não há necessidade de fazer nada em absoluta perfeição, até porque isso não existe.
Como é o valor do aprendizado pela experiência ele pode nos coloca em situações complicadíssimas em que temos que abrir mão de muita coisa importante pra nós.
O 8, sendo o 4 duplicado, rege o que está consolidado no mundo físico. Se o 4 rege o mundo e a natureza o 8 rege as cidades, as construções, as leis e tudo que todo mundo concorda que é: o tempo, o dinheiro, os sistemas sociais e econômicos. É também a justiça e as consequências.
Aqui moram os medos do que vai ser de nós. Hoje, amanhã ou até no pós-morte. A ansiedade financeira não fala só do trabalho que merece ser reconhecido, mas do que é possível ter e acumular. O que é possível realizar e o que a gente merece de fato. Moral e socialmente.
A repetição também fala das desorganizações: os governos quebrados, as tarefas bagunçadas, as finanças em atraso, o caos, a discordância geral.
Ver o 888 pode ser aviso de consequências pelo mal feito, problemas com a justiça ou de dificuldade financeira, especialmente por falta de planejamento.
A somatização também é circulatória, mas aqui bagunçando o funcionamento e o equilíbrio geral das funções do corpo.
O 9 rege a coletividade e as conclusões. É nossa percepção de lugar na sociedade, nossa necessidade de reconhecimento, de status. Nossas ambições políticas, financeiras e nossa ideologia. Por outro lado é o último dígito e finaliza as coisas.
O sentimento é de perda, mas a verdade é que essa repetição conclui fases e processos na nossa vida sem muito aviso.
De um lado existe uma necessidade muito grande de atenção e de reconhecimento com essa repetição e a tendência é de vitimismo pra chamar atenção pro que se está passando.
Por outro a organização social é tão opressiva que a pessoa precisa se retirar das cidades ou da militância para descansar a cabeça.
Esse valor pode avisar de doenças muito graves, fadigas extremas.
Sincronicidade e conexão com o divino acontece na sua prática religiosa ou espiritual, através dos símbolos que você conhece e do arrebatamento sensitivo que você experiencia. Na relação com seus coleguinhas espirituais, na proteção e claridade que eles te dão.
A comunicação sincrônica (!), não verbal, que desperta algo na gente como tendo importância geralmente é um aviso, é pra prestarmos atenção em alguma coisa que está acontecendo ou que está vindo pra gente.
E, na minha opinião pessoal, dias com repetições (12/12, 09/09, 11/11) não necessariamente abrem nenhum portal cósmico pra nada. Os textos que encontrei sobre ou eram reproduções especulativas ou canalizações para dias muito específicos — os mais recentes que eu achei eram para os anos 2009 e 2018.
— O que eu descrevi aqui é com base no livro Numerologia Carmica.
